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Agronegócios

- Publicada em 08 de Março de 2018 às 22:44

Blairo Maggi diz que haverá novas fases da Carne Fraca

Ministro lembrou que nesta fase não houve embargo de importadores

Ministro lembrou que nesta fase não houve embargo de importadores


/MARCO QUINTANA/JC
Em visita à Expodireto e ainda em meio a muitas dúvidas sobre como ficará o sistema de fiscalização sanitária no País, após a nova etapa da Operação Carne deflagrada nesta semana, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, assegurou que o governo seguirá tentando mudar o sistema. Na contramão do esperado, porém, Maggi segue defendendo um modelo mais "verticalizado", ou seja, com menos interferência de servidores e mais delegação de tarefas de controle para o setor privado. "Vamos focar na atuação do servidor onde é necessário o trabalho de polícia. Mas todas as mudanças que estão em estudo, há cinco anos, precisarão ainda passar pelo congresso", disse Maggi.
Em visita à Expodireto e ainda em meio a muitas dúvidas sobre como ficará o sistema de fiscalização sanitária no País, após a nova etapa da Operação Carne deflagrada nesta semana, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, assegurou que o governo seguirá tentando mudar o sistema. Na contramão do esperado, porém, Maggi segue defendendo um modelo mais "verticalizado", ou seja, com menos interferência de servidores e mais delegação de tarefas de controle para o setor privado. "Vamos focar na atuação do servidor onde é necessário o trabalho de polícia. Mas todas as mudanças que estão em estudo, há cinco anos, precisarão ainda passar pelo congresso", disse Maggi.
O ministro comemorou o fato de que, ao contrário da primeira etapa da Carne Franca, quando importantes compradores de carne brasileira interromperam suas compras, nesta segunda fase não houve nenhum embargo. Ele avaliou que isso é fruto de uma divulgação feita de forma "menos espetaculosa e mais técnica". Mas também ressaltou que virão outras etapas: "Cada nova operação traz novos dados e informações que depois geram outras operações. Com certeza teremos novas ações".
Depois de conversar com jornalistas, Maggi fez um passeio rápido pelo parque. Na sequência, se reuniu com líderes rurais. O encontro, de certa forma, foi meio indigesto, Maggi ouviu diversos pedidos de representantes de produtores de leite, arroz e trigo, principalmente. Ao final da reunião, visivelmente cansado de tantos pleitos, Maggi disse que não tinha muito o que fazer sobre o principal pedido do grupo: impor barreiras à entrada de produtos agrícolas oriundos dos vizinhos do Mercosul. Em coro, representantes de Fetag, Farsul, Federarroz, Acsurs e Fecoagro, pediram ajuda mas saíram do encontro sem muito a comemorar.
"De concreto temos apenas uma mobilização oficial dos três estados do Sul, todos bastante afetados pelas importações de arroz, leite e trigo. Estamos pedindo para rever alguns pontos do Mercosul. E o ministro disse que é parceiro para encaminhar a questão em âmbito federal", resumiu o secretário da Agricultura, Ernani Polo.
Maggi, no entanto, foi direto ao responder sobre o que pode fazer para ajudar os produtores de forma prática e imediata. "Não posso fazer nada. Fui bem claro na mesa sobre isso. Já fizemos o que podíamos, com o Pepro (Prêmio equalizador pago ao produtor) e com AGF (Aquisição do Governo Federal). Mas o Mercosul não é um acordo gerenciado pelo Ministério da Agricultura. É preciso formar uma força política junto ao Ministério de Relações Exteriores para contestar esses pontos do acordo", disparou Maggi.
O ministro também repassou a outras esferas a solução do impasse com a Rússia. Em novembro do ano passado, a Rússia anunciou que interromperia as compras de carne suína e bovina do Brasil a partir de 1 de dezembro, devido a detecção de estimulantes de crescimento na carne. A acusação foi rapidamente rechaçada pelo setor produtivo, que alega que o país estaria, na verdade, pressionando o Brasil a importar produtos como trigo. O embargo levou o ministério a revisar uma resolução de 2009 e facilitar o ingresso do grão russo no Brasil. A medida, porém, não surtiu efeito.
"Não tenho mais o que negociar. Saiu da minha esfera e da minha alçada. Passei o caso ao presidente Temer, que está tratando do assunto diretamente com o presidente Putin", desabafou Maggi.

Sindilat pede PEP do leite para governo em Não-Me-Toque

Para enfrentar a crise que vem reduzindo o preço do leite no mercado interno, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) pediu ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a adoção de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) para o leite em pó. A reivindicação foi entregue em mãos, nesta quinta-feira, pelo vice-presidente do Sindilat, Caio Vianna, a Maggi, durante a Expodireto. Segundo Vianna, a ferramenta permite ao governo retirar do mercado lotes expressivos de leite com investimento bem inferior a outras modalidades. Isso porque no PEP o governo subsidia apenas o frete da carga, o que a torna competitiva sem a necessidade de realizar a aquisição integral do produto.
O ofício do Sindilat solicita o PEP para 50 mil toneladas com o prêmio de R$ 2 mil por tonelada. O objetivo é garantir que as empresas e cooperativas do Brasil consigam comercializar seus produtos em igualdade de condições e competitividade em relação a cargas vindas de outros países do Mercosul onde o custo de produção é menor. Com isso, espera-se assegurar preço e renda e atingir o valor de R$ 13,94 para o quilo do leite em pó estabelecido pela resolução nº 80 de 13/11/2017 da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.