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energia

- Publicada em 27 de Março de 2018 às 22:38

Grupo CEEE lucrou R$ 24,1 milhões em 2017

Machado condiciona continuidade do processo de melhoria à economia

Machado condiciona continuidade do processo de melhoria à economia


/FREDY VIEIRA/JC
Pelo segundo ano consecutivo, o Grupo CEEE conseguiu lucrar em suas operações. O resultado em 2017, somando seus braços de Distribuição (CEEE-D) e de Geração e Transmissão (CEEE-GT), foi da ordem de R$ 24,1 milhões - 91% menor do que o apurado em 2016, mas ainda assim comemorado pela diretoria da companhia por conta do histórico recente de prejuízos. Além disso, também foi atingido o equilíbrio no Ebitda ajustado, indicador que era exigência para a continuidade da concessão da CEEE-D e que acabou sendo positivo no ano em R$ 183,8 milhões. A dívida líquida do grupo é da ordem de R$ 583,4 milhões.
Pelo segundo ano consecutivo, o Grupo CEEE conseguiu lucrar em suas operações. O resultado em 2017, somando seus braços de Distribuição (CEEE-D) e de Geração e Transmissão (CEEE-GT), foi da ordem de R$ 24,1 milhões - 91% menor do que o apurado em 2016, mas ainda assim comemorado pela diretoria da companhia por conta do histórico recente de prejuízos. Além disso, também foi atingido o equilíbrio no Ebitda ajustado, indicador que era exigência para a continuidade da concessão da CEEE-D e que acabou sendo positivo no ano em R$ 183,8 milhões. A dívida líquida do grupo é da ordem de R$ 583,4 milhões.
O parâmetro, utilizado como indicativo de fluxo de caixa, entrou como uma das obrigações da companhia na renovação da concessão de distribuição, no fim de 2015. À época, o contrato foi prorrogado por 30 anos, com os cinco primeiros servindo como uma espécie de exame probatório. Foram incluídos diversos indicadores técnicos e financeiros, com dificuldade gradual, que, se não cumpridos, poderiam resultar na caducidade da concessão.
"A CEEE-D é um paciente que ainda inspira cuidados, mas não havia como tratá-lo sem que ele melhorasse as suas condições clínicas", metaforizou o presidente da CEEE, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, sobre a situação. O diretor acrescentou ainda que a distribuidora conseguiu reduzir o tamanho de seu prejuízo em 2017 em 83%, fechando o ano com perdas de R$ 87,5 milhões frente ao revés de R$ 527 milhões do ano anterior.
Uma das ações que ajudaram na melhoria foi a reavaliação do complexo administrativo da CEEE, na Capital, que inflou contabilmente o resultado em R$ 283 milhões. O imóvel, no qual a CEEE-D tinha uma participação de 73%, foi todo repassado à CEEE-GT em 2017 como forma de equacionar uma dívida entre as subsidiárias. Segundo Pinheiro Machado, o objetivo da iniciativa foi diminuir o endividamento geral da distribuidora, outra das metas do contrato de concessão. A adesão da companhia a programas de regularização tributária também resultou em benefícios contábeis no valor de R$ 334,7 milhões, impactando o resultado.
Apesar dos fatos extraordinários, a companhia destaca outras ações com resultados mais duradouros, como a redução do custo operacional da CEEE-D, que, em 2017, totalizou R$ 751 milhões (queda de 32% sobre 2016). Uma das explicações vem da redução do quadro de funcionários, de 4,2 mil para 3,5 mil nos últimos três anos, compensada, segundo o diretor, pelo aumento da produtividade.
Pinheiro Machado defendeu, porém, que a continuidade do processo de melhoria depende da reação da economia, seja pelo aumento no consumo de energia elétrica, seja pela maior facilidade em encontrar interessados na aquisição de ativos que a CEEE-GT pretende disponibilizar ao mercado (como participações em parques eólicos e hidrelétricas). "Com a crise, a CEEE-D perdeu 25% das receitas, por conta de indústrias que migraram para o mercado livre ou de unidades familiares que deixaram de existir porque as pessoas voltaram a morar junto com os pais, por exemplo", explica Pinheiro Machado.
Quando a análise é feita apenas no braço de geração e transmissão, que já vinha apresentando resultados positivos nos últimos anos, o lucro em 2017 foi de R$ 395 milhões. O desempenho é 57% menor do que o apurado em 2016, quando chegou a R$ 923 milhões. A queda, porém, já era esperada, porque o resultado do ano anterior acabou favorecido por indenizações a que a companhia teve direito por conta de investimentos feitos no passado.
Já para 2018, os cofres da subsidiária também devem ser reforçados pelo plano de desinvestimentos da companhia. Segundo Pinheiro Machado, até o fim de abril deve estar concluída a fase de avaliação das participações que a companhia detém em diversos consórcios, como a Usina Eólica Povo Novo, em Rio Grande, da qual a CEEE-GT possui 99,9%. Quando a etapa for vencida, as fatias de 18 consórcios, inicialmente estimadas em R$ 1 bilhão, devem ser postas à venda.

PL de privatização da Eletrobras recebe mais de 300 emendas

O projeto de lei (PL) que busca permitir a desestatização da Eletrobras recebeu 304 emendas parlamentares até a última segunda-feira, dia 26, data limite para que os membros do Congresso enviassem suas sugestões de mudanças no texto. Com forte resistência ao projeto dentro do Congresso, já era esperado um grande número de emendas.
Entre as propostas, estão artigos que obrigariam a União a realocar os funcionários da estatal em outras empresas públicas e que proibiriam qualquer demissão sem justa causa por um prazo de 10 anos. Outro aditivo sugere que a distribuição de dividendos aos acionistas fique vedada também pelos primeiros 10 anos após a desestatização da Eletrobras.
Outras emendas buscam retirar subsidiárias, como a Chesf e Furnas, do programa de desestatização. Mais do que emplacar as propostas, a intenção da oposição é atrasar o processo, segundo o analista político Leandro Gabiati.
As emendas agora serão analisadas pelo relator do projeto de lei, José Carlos Aleluia (DEM-BA), mas a oposição deverá pedir destaques para votar separadamente parte das emendas, diz ele.
Ontem, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu a privatização da Eletrobras. "É muito importante a aprovação desse projeto para retomada do investimento, a retomada econômica e a sustentabilidade do setor elétrico", afirmou, lembrando que as expectativas em relação à privatização fizeram o valor das ações quase triplicarem.
Para o ministro, a gestão da estatal no governo do presidente Michel Temer foi profissionalizada e começou a combater prejuízos e modernizar o setor. "O patrimônio da população é preservado pela melhor gestão da companhia." Meirelles ressaltou que o modelo de privatização da Eletrobras mantém uma ação especial com poder de veto da união, a chamada "golden share", que preserva o patrimônio da população. "Precisamos ter capital para gerar mais energia e ter mais competitividade", completou.
Ele lembrou ainda que o modelo prevê o controle pulverizado, em que membro privado não pode ter mais de 10% do capital votante. "O novo contrato de concessão será mais atrativo e favorecerá comercialização da energia a preço de mercado", afirmou. Outro ponto previsto é a revitalização da bacia do São Francisco.
A estatal brasileira de energia Eletrobras encerrou 2017 com prejuízo de R$ 1,726 bilhão, revertendo o lucro líquido do ano anterior de R$ 3,513 bilhões.