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Trabalho

- Publicada em 15 de Março de 2018 às 18:11

Falta de aspiração é entrave para mulheres 'nem-nem'

Responsabilidade de cuidar da família afasta as jovens do mercado

Responsabilidade de cuidar da família afasta as jovens do mercado


/GUSTAVO RECH/DIVULGAÇÃO/CIDADES
A necessidade de cuidar da família e o papel social imposto pela cultura da comunidade em que vivem estão entre as barreiras enfrentadas pelas mulheres da geração "nem-nem", como são conhecidos os jovens que não trabalham nem estudam. A constatação está em estudo do Banco Mundial que analisou os desafios dessas mulheres, que lideram o grupo dos "nem-nem".
A necessidade de cuidar da família e o papel social imposto pela cultura da comunidade em que vivem estão entre as barreiras enfrentadas pelas mulheres da geração "nem-nem", como são conhecidos os jovens que não trabalham nem estudam. A constatação está em estudo do Banco Mundial que analisou os desafios dessas mulheres, que lideram o grupo dos "nem-nem".
O levantamento identifica três barreiras principais enfrentadas por esses jovens. A motivação interna, com participantes que não têm aspiração profissional ou intenção de voltar a estudar; outros que até querem trabalhar ou retornar às salas de aula, mas não agem para isso; e um último grupo que quer voltar a trabalhar e estudar, mas enfrenta barreiras externas.
As mulheres formam a maioria do primeiro grupo, diz Miriam Müller, autora do estudo "Se já é difícil, imagina para mim...".
"Não são problemas individuais. Elas são condicionadas à pobreza e também enfrentam normas de gênero que fazem com que as mulheres que fiquem nas primeiras duas barreiras e não se imaginem como agentes econômicos", afirma. "Elas se veem como dona de casa, e isso tem muito a ver com a falta de um modelo de mulher que conseguiu conquistar mais coisas."
Nesse grupo há mulheres em uniões estáveis ou com filhos pequenos e que são afetadas por normas sociais restritivas que reforçam seu papel doméstico.
Ana Luiza Machado, coautora do estudo, diz que fatores culturais acabam impedindo que as mulheres desenvolvam aspirações profissionais ou educacionais. "As mulheres são cuidadoras da família, têm jornada dupla e sofrem penalização social", complementa.
"Em muitas comunidades visitadas, a mulher autônoma tem que lidar com parceiros ou membros da comunidade que acham que ela está saindo do lugar para achar homens. Há uma estigmatização", comenta.
Há, diz o estudo, uma pressão social para desempenhar os papéis de "boas esposas e mães" para as meninas. A dependência econômica das mulheres também é naturalizada, assim como a atribuição de menos significado e prioridade ao trabalho delas e à dupla jornada.
No segundo grupo, de mulheres que querem voltar a trabalhar e estudar, mas não tomam medidas para isso, a falta de ação parece estar relacionada à ausência de modelos positivos em suas vidas que tenham tentado seguir caminhos semelhantes.
"Encontramos muitas jovens que tinham uma carreira em mente, mas que, por falta de modelos e pessoas que possam dar apoio emocional, como inscrição em exames e dicas de como preparar currículos, acabam sem referência de como continuar a trajetória", diz Machado.
As barreiras externas acabam afetando mais homens, e são mais fáceis de ser resolvidas, avalia Müller. "Providenciar transporte público seguro e disponível, e melhorar a qualidade da escola não vão resolver o problema. Temos também que enfatizar outras duas áreas problemáticas, somar aspirações e ação", diz a autora.
"O ideal é trabalhar nas comunidades e mostrar mulheres que conseguiram outras coisas nas escolas e no trabalho ao lado da capacidade de agir. Temos exemplos de programas de mentoria ou apoio a jovens dentro da escola", ressalta. "Se você tem apoio, pode superar a vulnerabilidade. Os pontos de apoio podem ser escola, a comunidade, as famílias."
Segundo o estudo, é importante tratar das normas de gênero nas famílias e comunidades, assim como individualmente. "Muitas das mulheres entrevistadas não conseguem imaginar uma vida em que seu papel não seja somente o de uma cuidadora, nem considerar desafios específicos relacionados a mudar suas vidas", afirma o texto.

Empregar/RS Mulher oferece mais de 2,9 mil vagas nesta sexta-feira

A Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (Fgtas) realiza, nesta sexta-feira, o Empregar/RS Mulher em 128 agências Fgtas/Sine sediadas em 125 municípios gaúchos. Ao todo, serão oferecidas 2.984 vagas de emprego no Estado, 842 na Região Metropolitana de Porto Alegre e 216 na Capital.
Na ocasião, haverá guichês de atendimento preferencial para as mulheres nas áreas de intermediação de mão de obra, encaminhamento de seguro-desemprego e de Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), além de entrevistas presenciais em algumas unidades e atividades de orientação profissional e sobre saúde e direitos da mulher. Os endereços e horários de funcionamento das agências Fgtas/Sine estão disponíveis no site da Fgtas, no endereço eletrônico http://www.Fgtas.rs.gov.br/agencias-Fgtas-sine.
Em Porto Alegre, a abertura do evento ocorrerá às 9h, na agência Fgtas/Sine Centro (rua José Montaury, 31) e contará com a presença da secretária de Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos, Maria Helena Sartori.