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Cultura

- Publicada em 09 de Março de 2018 às 17:16

Afirmação do passado: Arquivo Público do RS celebra aniversário de 112 anos

Organização que mantém acessível aos gaúchos arquivos, documentos e registros históricos do Estado

Organização que mantém acessível aos gaúchos arquivos, documentos e registros históricos do Estado


CLAITON DORNELLES /JC
Frederico Engel
Uma das mais antigas instituições do Estado completou 112 anos no dia 8 de março. Inaugurada na mesma data em 1906, o Arquivo Público do Rio Grande do Sul (APERS) é a organização que mantém viva e acessível aos gaúchos diversos arquivos, documentos e registros históricos que ajudam a contar a história regional.
Uma das mais antigas instituições do Estado completou 112 anos no dia 8 de março. Inaugurada na mesma data em 1906, o Arquivo Público do Rio Grande do Sul (APERS) é a organização que mantém viva e acessível aos gaúchos diversos arquivos, documentos e registros históricos que ajudam a contar a história regional.
Entre as atividades de comemoração da data, fica em cartaz até o dia 30 a exposição Arquivo em revista, das 9h às 17h, com entrada franca. A mostra reúne diversos documentos do acervo e notícias relativas ao APERS. Durante a cerimônia de aniversário, foi realizada uma Roda de memória e também ocorreu o lançamento da Galeria de Diretores virtual, contendo informações de gestores que já estiveram à frente do órgão.
Com quatro ex-diretores, a Roda de memória resgatou parte da trajetória de cada um como gestores da instituição e, consequentemente, da história da própria APERS. Os quatro foram unânimes em afirmar que o Arquivo tem o desafio de acompanhar a evolução tecnológica, que acarreta no aumento de arquivos digitais. "O papel tem peculiaridades na sua preservação, mas é algo que podemos tocar, está acessível a todos. O documento eletrônico, todavia, fica restrito àqueles que tenham um computador e software atualizado, caso contrário, o arquivo talvez não seja acessado. É um desafio para arquivistas, historiadores e gestores públicos preservar arquivos que já nascem no meio digital. Precisamos ter uma política de preservação para esse ambiente, se não podemos sofrer grandes perdas de informações", esclarece Rosani Feron, ex-diretora do Arquivo nas gestões de 1995/96 e 2003/2010.
Interação com a comunidade porto-alegrense também é um tópico que o Arquivo busca proporcionar. Atividades com estudantes da rede pública acontecem no prédio 2, promovendo a interação entre os alunos com documentos históricos, ao mesmo em que debatem questões da época dos registros, como o período da escravidão e regime militar. "Abrimos espaço para a comunidade, essa é uma importante missão que temos, já que muitos moradores do Centro não nos conhecem. Isso ocorreu com diferentes atividades. Recebemos duas vezes exposições de 50 ceramistas, peças teatrais, manifestações culturais no jardim, a Bienal B, entre outros eventos", relata Rosani.
O complexo do Arquivo Público é constituído por três prédios, com um amplo pátio interno ao centro que permite diferentes atividades voltadas a manifestação cultural, como o Caminhos da Matriz. "É uma caminhada que passa por sete órgãos públicos localizados no Centro, sendo o Arquivo um deles. É uma forma de aproximar o cidadão com a instituição e vice-versa", explica o Cléo Belicio Lopes, chefe da divisão de gestão documental do APERS.
Cada prédio conta parte da história do Estado. Os nomes das edificações podem não ser os mais criativos, mas o que cada um reserva para o visitante é de uma riqueza histórica que impressiona. O prédio 1 é o mais antigo, com a construção finalizada em 1912. O acervo conta com processos da extinta Corlac, por exemplo, que ajudam a garantir direitos de ex-funcionários da empresa. Atualmente, o prédio também serve como "chão" da Assembleia Legislativa, já que a Casa dos deputados estaduais do Estado está exatamente acima da edificação. Muitos talvez nem imaginam a variedade de documentos que está embaixo do próprio nariz.
Além da certidão de nascimento de Elis Regina, o prédio 2 reserva, também, outras histórias de diversos gaúchos. "O Arquivo Público é a memória viva do Estado. Temos documentos dos Três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) desde 1760 até início dos anos 2000. São as raízes de muitos que estão aqui entre estas paredes", conta a arquivista da divisão de gestão documental Iara Gomide Machado. Como ela também afirma, todo cuidado é pouco para preservar parte da memória povo gaúcho. As paredes medem entre 90cm e um metro e meio, o piso de ferro vazado facilita a circulação de ar no prédio, além do sistema de vigilância e escoamento, que ajudam na segurança e na prevenção de inundações que representam riscos às instalações e podem danificar os papéis.
O prédio 3 é o mais recente, construído no final da década de 1940, para abrigar a administração do Arquivo. Teve de passar por reformas: telhado refeito, redes hidráulica e elétrica reformadas, duas salas de reuniões com acústica melhorada, construção do auditório, que ao todo custaram R$ 300 mil. O prédio 2 também necessita de reparos, em razão de fissuras que interferem na umidade e temperatura - dois elementos que devem ser mantidos em um nível constante para preservar os arquivos. Todas edificações foram projetadas no estilo neoclássico, baseados na ideologia positivista.
O Arquivo Público (Riachuelo, 1.031) tem horário de funcionamento das 8h30min às 17h.
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