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Setor Automotivo

- Publicada em 19 de Março de 2018 às 19:27

Brasil dará primeiro passo com corte de IPI a elétricos

Híbrido da Toyota combina propulsor elétrico, gasolina e etanol

Híbrido da Toyota combina propulsor elétrico, gasolina e etanol


/TOYOTA/DIVULGAÇÃO/JC
O Brasil, na opinião de especialistas, dará um primeiro passo a caminho da automação nos próximos dias, quando for publicada medida que reduz o IPI para carros híbridos e elétricos. "A eletrificação é fundamental para o desenvolvimento da condução autônoma", diz o vice-presidente da Ford para a América do Sul, Rogelio Golfarb, confirmando que os carros do futuro serão eletrificados, conectados e autônomos. A redução dos impostos, que no caso do carro elétrico vai cair de 25% para 7%, mesma alíquota prevista para o híbrido, deve melhorar o acesso aos produtos importados para difundir a tecnologia no País.
O Brasil, na opinião de especialistas, dará um primeiro passo a caminho da automação nos próximos dias, quando for publicada medida que reduz o IPI para carros híbridos e elétricos. "A eletrificação é fundamental para o desenvolvimento da condução autônoma", diz o vice-presidente da Ford para a América do Sul, Rogelio Golfarb, confirmando que os carros do futuro serão eletrificados, conectados e autônomos. A redução dos impostos, que no caso do carro elétrico vai cair de 25% para 7%, mesma alíquota prevista para o híbrido, deve melhorar o acesso aos produtos importados para difundir a tecnologia no País.
A Toyota apresentou, nesta segunda-feira, o primeiro protótipo de veículo híbrido equipado com motor de combustão interna flexfuel. O projeto, que combina um propulsor elétrico e outro flexível a gasolina e etanol, colocou lado a lado as equipes de engenharia da Toyota Motor Corporation, no Japão, e da Toyota do Brasil, para somar esforços e buscar sintonia entre as tecnologias.
O trabalho foi direcionado no sentido de extrair o potencial máximo de cada solução: alta eficiência, baixíssimos níveis de emissões e capacidade de reabsorção dos impactos de gás carbono, ao utilizar combustível oriundo de fonte 100% renovável. O protótipo foi construído sobre a plataforma do modelo Prius, usada como base para condução dos trabalhos. A marca ainda estuda possibilidades de produção desta tecnologia no Brasil no futuro.
O protótipo do primeiro automóvel híbrido flex faz parte de um conjunto de esforços da Toyota no cumprimento de metas ambientais ambiciosas, previstas no seu Desafio Ambiental 2050. Adicionalmente, elucida a ambição da marca em produzir carros cada vez melhores, a fim de colaborar com a redução de impactos ambientais causados pelos automóveis.
Embora distante, a tecnologia dos autônomos já tem aprovação de brasileiros. Pesquisa da consultoria Deloitte mostra que, entre 1,5 mil entrevistados, só 25% consideram inseguro o carro sem motorista, percentual que há um ano era de 54%. O resultado mostra que os brasileiros estão menos céticos do que a média de 22 mil consumidores de 17 países ouvidos no início do ano. O resultado geral da pesquisa indica que 41% não confiam em andar em um carro autônomo. Em 2017, o receio era maior (67%). Nos EUA, 47% dos entrevistados dizem não se sentir seguros, embora essa fatia fosse de 74% no ano passado. Na Alemanha, o percentual de céticos caiu de 72% para 45%.
"A redução da desconfiança em todos os mercados é resultado do maior acesso a informações sobre o progresso no desenvolvimento dos carros autônomos, tendo em vista que é uma realidade que está próxima, pois várias empresas anunciaram lançamentos para breve", diz Carlos Ayub, da Deloitte.
Outro destaque é que, na média geral, 45% dos entrevistados confiam mais nas grandes montadoras para desenvolver e produzir carros que dispensam o motorista, em vez de empresas de tecnologia. Essa também é a escolha de 52% dos brasileiros.
Outro item em que os brasileiros destoam é o custo. A maioria dos consumidores de países como Alemanha (50%), Bélgica (55%) e França (58%) não quer pagar mais por esses carros. Já 68% dos brasileiros aceitariam gastar um adicional na compra de um autônomo.
 

País não está pronto para rodar com carro sem motorista

GM já tem 180 modelos Bolt autônomos rodando nos Estados Unidos

GM já tem 180 modelos Bolt autônomos rodando nos Estados Unidos


/GM/DIVULGAÇÃO/JC
Carros sem motoristas começarão a ser mais frequentes nos próximos dois anos, quando várias montadoras colocarão nas ruas modelos para testes, especialmente em serviços de compartilhamento. O passo para a produção em massa vai levar mais tempo, mas os países desenvolvidos já se preparam para receber em breve os carros autônomos.
No Brasil e em outros mercados emergentes, no entanto, esse futuro está mais distante. Mesmo modelos com tecnologias avançadas que chegam ao País atualmente têm os sistemas desligados em razão de entraves como falta de legislação específica e infraestrutura para conectá-los às estradas e sinalizações, além do custo alto desse processo.
O semiautônomo mais avançado e já em produção em série no mundo, o Audi A8, dispensa a atuação do motorista em congestionamentos. O sedã será importado pela Audi brasileira no final do ano, mas esse sistema não funcionará no País.
O carro tem nível 3 de automação, mas no Brasil, sem esse sistema, será rebaixado ao nível 2. "O Brasil precisa começar a trabalhar em infraestrutura e em definições na legislação se quiser esse tipo de tecnologia no futuro", diz o presidente da Audi no País, Johannes Roscheck.
No mercado desde outubro de 2016, o Mercedes-Benz Classe E entra no País com três sistemas desativados. Um deles avalia o momento seguro para trocar de faixa sozinho após o condutor ligar a seta. Outro interage com o GPS e, por exemplo, controla a velocidade quando uma curva acentuada se aproxima. Um terceiro sistema permite o reconhecimento de placas de sinalização.
A Volkswagen também desabilitou função similar em versões do Golf importadas da Alemanha em razão da falta de padronização das placas nas vias brasileiras, como a altura.
Também importado desde maio de 2016, o BMW Série 7 tem o dispositivo de estacionamento remoto desligado quando entra no Brasil. Ele permite que o condutor comande a manobra de fora do carro, por meio do smartphone, mas ainda não foi habilitado pelo órgão local de trânsito e, por isso, é proibido.
"Os autônomos ainda são uma realidade muito distante do Brasil", acredita Carlos Ayub, sócio da consultoria Deloitte. "Com a falta de estrutura de cidades e rodovias, vejo isso apenas para o longo prazo."
Paulo Cardamone, diretor de estratégia da Bright Consulting, acredita que os autônomos só estarão efetivamente nas ruas em 20 ou 30 anos. "Até lá, é possível que haja linhas específicas, em trajetos preestabelecidos, como táxis partindo de aeroportos para a região central das grandes cidades."
Para o sócio da PricewaterhouseCoopers (PwC) do Brasil, Marcelo Cioffi, o fator principal que pode limitar a chegada dos autônomos é mais econômico do que tecnológico. "As tecnologias estão evoluindo de maneira tão rápida que sua aplicação não será empecilho."
No mês passado, a General Motors apresentou nos EUA o Cruise, seu primeiro modelo totalmente autônomo, sem volante nem pedais. A empresa promete colocá-lo para testes no próximo ano, inicialmente em uma frota de táxis.
A GM aguarda autorização de órgãos governamentais para a circulação desses veículos. A montadora já tem 180 modelos Bolt autônomos rodando por cidades norte-americanas, mas que ainda são equipados com volantes e exigem a presença de engenheiros da empresa no banco do motorista.
A Toyota mostrou recentemente o e-Pallete, conceito de food truck autônomo para entrega de comida e outros produtos. A empresa espera iniciar testes com seu veículo futurístico em 2020, durante os Jogos Olímpicos de Tóquio. O presidente da Toyota no Brasil, Rafael Chang, diz não saber quando tecnologia similar vai estar no Brasil, "mas chegará". Ele ressalta que, há 15 anos, não se imaginava que mudanças tecnológicas viriam com tanta rapidez, e cita os exemplos dos celulares e da internet.
Na opinião de Pablo Di Si, presidente da Volkswagen América do Sul e Brasil, o governo brasileiro precisa traçar um plano de 10, 15 ou 20 anos para planejar a introdução das novas tecnologias no País. "Deveria começar nas grandes cidades, em áreas pequenas, e depois iria expandindo na medida em que tivesse sucesso", sugere Di Si. O executivo ressalta que primeiro é preciso ter infraestrutura e conectividade. "Hoje, temos dificuldade até em fazer uma ligação de celular, pois sempre cai."