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Cultura

- Publicada em 22 de Fevereiro de 2018 às 08:34

Novo romance de Dennis Lehane aborda a violência psicológica

Novo livro de Dennis Lehane ganha edição brasileira

Novo livro de Dennis Lehane ganha edição brasileira


GABY GERSTER DIOGENES VERLAG/DIVULGAÇÃO/JC
Primeiro romance de Dennis Lehane protagonizado inteiramente por uma mulher, Depois da queda, que a Companhia das Letras acaba de publicar no mercado brasileiro, traz logo nas primeiras linhas a descrição de um assassinato cometido pela personagem principal. Na história, a jornalista Rachel Childs vive uma série de abusos psicológicos ao longo de sua vida, primeiro da mãe que esconde dela a identidade do pai e, depois, do marido, que apenas parece ser caloroso e afetivo no relacionamento.
Primeiro romance de Dennis Lehane protagonizado inteiramente por uma mulher, Depois da queda, que a Companhia das Letras acaba de publicar no mercado brasileiro, traz logo nas primeiras linhas a descrição de um assassinato cometido pela personagem principal. Na história, a jornalista Rachel Childs vive uma série de abusos psicológicos ao longo de sua vida, primeiro da mãe que esconde dela a identidade do pai e, depois, do marido, que apenas parece ser caloroso e afetivo no relacionamento.
"Parti da imagem de um homem que sai de um prédio e se vê refletido nos vidros do lado de fora", conta Lehane, conhecido por sucessos literários como Sobre meninos e lobos (2001) e Ilha do medo (2003). "E pensei comigo: quem mais o estaria vendo, e o que exatamente estaria vendo? Foi apenas isso, não tem nenhum contexto que explica esta história estar do ponto de vista de uma mulher. Simplesmente, comecei a escrever e decidi que a protagonista seria do sexo feminino", relata.
Depois da queda é também o primeiro romance em que Lehane, cujos personagens e cenários estão habitualmente ligados ao universo da classe operária e as pequenas máfias de Boston, lida com a camada mais rica e pretensamente mais instruída da classe média alta local.
A abusiva mãe de Rachel é uma escritora de sucesso, respeitada pela intelectualidade, que não mede as consequências ao chantagear psicologicamente a filha com segredos sobre a identidade e o paradeiro do pai.
"Logo no começo do processo de escrita, quis estabelecer uma relação difícil com a mãe. Em seguida, estabeleci que essa mãe era extremamente inteligente e educada, o que me levou a um terreno diferente do qual costumava caminhar, que é essa classe mais abastada e supostamente educada", avisa Lehane. "Foi quase como uma construção, tijolo por tijolo. O próximo tijolo era criar a natureza da relação entre elas. Afinal, que tipo de mãe esconde da filha quem é o pai? Quando eu cheguei nisso, tinha o romance na cabeça", complementa.
Lehane disse que, depois de lançar o livro nos Estados Unidos, amigos e leitores o procuraram dizendo que ele havia escrito suas biografias. O escritor, que não faz pesquisa de perfil para compor seus personagens, ficou surpreso com a resposta que obteve, até porque nunca imaginou de verdade que uma mãe seria capaz de esconder de sua filha a identidade do pai.
"Para criar personagens, eu me baseio apenas na minha imaginação. Assim que o livro foi publicado, as pessoas diziam para mim: 'Minha mãe fez isso comigo!'. E eu respondia: 'Como assim?'. Achava que era um detalhe muito louco, não tinha ideia de que as pessoas seriam capazes de fazer algo parecido", explica.
Com 14 títulos publicados, cinco dos quais viraram filmes nas mãos de diretores como Clint Eastwood (Sobre meninos e lobos), Martin Scorsese (Ilha do medo) e Ben Affleck (Medo da verdade), Lehane redigiu primeiro um rascunho do romance. Depois, adaptou a história para o formado de roteiro. Por fim, voltou ao livro para arrematá-lo. Mesmo com experiência no ramo do audiovisual, escrevendo para séries como The Wire e Boardwalk Empire, ele se considera "um homem dos livros":
"Escrevo para ser lido. Os filmes e séries, que me divirto escrevendo, são apenas consequência. No caso de Depois da queda, os direitos estão com a DreamWorks. Mas ainda não há nada definido em termos de produção", finaliza ele.
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