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Repórter Brasília

- Publicada em 05 de Fevereiro de 2018 às 22:48

Caça às bruxas

Sérgio Moro

Sérgio Moro


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Quem caça bruxas acaba caçado como herege. É o caso do juiz Sérgio Moro, acusado de receber auxílio-moradia, o que seria ilegal quando tem casa própria em Curitiba. Os magistrados caem na rede que lançaram, assim como qualquer político brasileiro, de vereador a presidente da República, estará envolvido no escândalo da Lava Jato. Sempre haverá perigo, pois, se recebeu doação de campanha de alguma empresa ou pessoa jurídica por associações múltiplas, algum promotor vai achar alguma coisa e vai bater na Odebrecht e, consequentemente, na Petrobras, que é a espinha dorsal do megaprocesso. Claro que isso é uma caricatura, mas é a imagem da caça às bruxas, avalia o jornalista gaúcho José Antônio Severo.
Quem caça bruxas acaba caçado como herege. É o caso do juiz Sérgio Moro, acusado de receber auxílio-moradia, o que seria ilegal quando tem casa própria em Curitiba. Os magistrados caem na rede que lançaram, assim como qualquer político brasileiro, de vereador a presidente da República, estará envolvido no escândalo da Lava Jato. Sempre haverá perigo, pois, se recebeu doação de campanha de alguma empresa ou pessoa jurídica por associações múltiplas, algum promotor vai achar alguma coisa e vai bater na Odebrecht e, consequentemente, na Petrobras, que é a espinha dorsal do megaprocesso. Claro que isso é uma caricatura, mas é a imagem da caça às bruxas, avalia o jornalista gaúcho José Antônio Severo.
Salário na carteira
Se o juiz Sérgio Moro quisesse, poderia responder com a mesma moeda, diria que a maior parte dos que o estão denunciando recebe a grande parte de seus proventos como pessoa jurídica. Na verdade, só quem ganha muito pouco no emprego formal está com todo o salário na carteira. Da mesma forma que os empregados particulares, os funcionários públicos se abrigaram debaixo desses eufemismos chamados de "fringe benefits" para escapar do Fisco ou de tetos irreais com a oferta do mercado. Quem trabalha no setor privado não tem que prestar contas de seus vencimentos, a não ser para o fiscal da Receita Federal, quando é chamado a se explicar. No serviço público, hoje exposto por leis de transparências e outras armadilhas, nem juiz escapa. E aí está o herói do moralismo lançado às feras no pacote aberto pelo juiz fluminense que barrou a posse da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ). O feitiço vira contra o feiticeiro.
Fonte de recursos
Na verdade, desde que a classe média descolou da base subdesenvolvida do País antigo na década de 1970, o Estado descobriu os assalariados como fonte preciosa de recursos. Os tecnocratas da "Revolução" acionaram a Receita para cair em cima das folhas de pagamento e descontar na fonte a parte do "Leão", como o Fisco o autodenominou. Modelo norte-americano: logo em seguida, profissionais de maiores ganhos foram acumulando benefícios isentos de imposto, como planos de saúde para si e família, cartões de crédito corporativos, prêmios em passagens aéreas, carro para uso pessoal e uma fieira de ganhos não tributáveis. Não faltou muito para os pobres contribuintes deixarem o mundo físico e se converterem em "pessoas jurídicas". E assim por diante. Já funcionário público, garantido por concurso, teve que arrumar outras saídas. É o caso desses "auxílios", que hoje, para espanto de tanta gente ingênua, estão manchando carreiras e biografias.
Fogueira acesa
Quando se acendem as fogueiras, ninguém controla as labaredas. Poderiam dizer que fogo que queima Chico assa Francisco. É preciso acabar com a hipocrisia salarial dos servidores. Os "tetos" são irreais num mercado com demanda de profissionais. Se não pagar, o servidor vai embora. Só ficarão no setor público incompetentes. Isso vale para juízes: melhor ser julgado e entregar a administração da Justiça a profissionais altamente qualificados. Para isso, tem que pagar. O resto é conversa mole, assinala o jornalista gaúcho José Antônio Severo.
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