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Política

- Publicada em 08 de Janeiro de 2018 às 17:47

Caixa mantém cinco dirigentes investigados


Presidente Gilberto Occhi é um dos citados pela acusação

Presidente Gilberto Occhi é um dos citados pela acusação


Valter Campanato/VALTER CAMPANATO/ABR/JC
Foco de operações que apuram desvio de recursos, a Caixa Econômica Federal (CEF) mantém no seu comando cinco dirigentes sob suspeita de envolvimento em esquemas de corrupção. Seu presidente, Gilberto Occhi, e quatro vice-presidentes são alvo de investigações do Ministério Público Federal (MPF) e do próprio banco.
Foco de operações que apuram desvio de recursos, a Caixa Econômica Federal (CEF) mantém no seu comando cinco dirigentes sob suspeita de envolvimento em esquemas de corrupção. Seu presidente, Gilberto Occhi, e quatro vice-presidentes são alvo de investigações do Ministério Público Federal (MPF) e do próprio banco.
Citações a eles aparecem nas operações Sépsis, Cui Bono e Patmos, conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em Brasília.
Mensagens e documentos sob análise dos investigadores indicam que os dirigentes auxiliaram o grupo do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) a viabilizar operações do banco nas quais teria havido suborno. Os inquéritos estão em curso. Em delação, o corretor Lúcio Funaro disse que Occhi, tinha uma "meta de propina" a cumprir quando era vice-presidente de governo na CEF.
Por conta das suspeitas, o MPF requereu em dezembro que o governo afaste todos os vice-presidentes para que a escolha passe a ser feita por critérios técnicos. O pedido, enviado à Casa Civil e ao banco, compila irregularidades atribuídas aos executivos.
A investigação da Caixa cita episódios de ingerência política na gestão e nas operações do banco.
O relatório sobre as apurações diz que o então ministro Marcos Pereira (Indústria e Comércio), que pediu demissão do cargo na semana passada, e o deputado Celso Russomano (SP), ambos do PRB, teriam condicionado a permanência do vice-presidente Corporativo, Antônio Carlos Ferreira, no cargo ao atendimento de "demandas".
Ferreira indicou ainda que os vices Deusdina dos Reis Pereira (Fundos de Governo e Loterias) e Roberto Derziê de Sant'Anna (Governo) tinham frequentes encontros com Cunha para tratar de operações da Caixa.
O dono do grupo J&F, Joesley Batista, disse em delação ter conhecimento de que Derziê recebia pagamentos indevidos e integrava o grupo criminoso do ex-deputado.
A investigação diz também que pleitos da Eldorado Celulose, da J&F, foram enviados a ele pelo ex-vice-presidente Fábio Cleto, primeiro a delatar corrupção no banco.
O relatório cita ainda uma mensagem na qual Geddel teria enviado a Derziê dados de uma "conta pessoal".
Derziê é ligado ao PMDB. Ouvido pelo banco, ele disse que o presidente Michel Temer, quando vice de Dilma Rousseff (PT), lhe encaminhou pedido de nomeação e "percebeu sua utilidade em termos de gestão dos repasses nas emendas parlamentares".
Já o ministro Moreira Franco, identificado em mensagens de investigados como "cabeça branca", teria solicitado informações de empresas privadas com a Caixa.
A Caixa diz em nota ter um "sistema de governança adequado à Lei das Estatais", o que faria com que "a maior parte das recomendações do MPF (Ministério Público Federal) já estejam implementadas, em implementação ou em processo de estudo pelas suas instâncias decisórias".
O banco informou que vai responder formalmente o MPF sobre o pedido de afastamento de todos os vice-presidentes a partir desta segunda-feira, quando termina o recesso da Procuradoria da República no Distrito Federal.
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