A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, viaja no início da próxima semana a Goiás para fazer uma "blitz" no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (GO), onde um confronto na última segunda-feira (1), entre detentos deixou nove mortos, sendo dois decapitados.
Cármen também vai agendar uma reunião em Brasília com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, e governadores dos 26 Estados e do Distrito Federal para tratar da crise penitenciária nacional. A solicitação foi feita pelo governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), com quem a presidente do Supremo conversou por telefone na última quarta-feira (3).
Na conversa, Perillo também pediu que Cármen se encontrasse com os chefes do Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado de Goiás, além do procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, e da defensora pública-geral do Estado, Lúcia Silva Gomes.
Cármen deve ir ao Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia na próxima segunda-feira e visitar um outro presídio no Paraná no dia seguinte. Uma "blitz" no Acre também está nos planos para este mês.
Por determinação de Cármen Lúcia, foi realizada na última terça-feira uma inspeção no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. O relatório encaminhado pelo TJ-GO constatou uma série de "precárias condições" da unidade, entre elas "a falta constante de água e luz nos pavilhões e as precárias acomodações, além da recorrente reclamação quanto a apreciação de benefícios suscitados pelos aprisionados".
Além disso, o documento aponta a existência de "relato de fortes indícios de conflito entre grupos rivais dentro da unidade" e destaca que um relatório produzido em 2015 já "alertava para a precariedade da situação do sistema de cumprimento de pena no regime semiaberto".