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Economia

- Publicada em 30 de Janeiro de 2018 às 22:50

Em fase decisiva, safra de soja deve ter boa produção no Rio Grande do Sul

Maioria das lavouras já está em floração e enchimento de grãos

Maioria das lavouras já está em floração e enchimento de grãos


PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Guilherme Daroit
Principal produto agrícola do Estado, a soja deve ter, nesta safra, um desempenho dentro da normalidade histórica, segundo entidades ligadas ao campo. Não será mais um ano de recordes, como já era esperado, mas também não deve ser, na média, um ano de grandes perdas. A exceção deve ser vista em regiões da Metade Sul, onde a falta de chuvas complicou o desenvolvimento das plantas e, ali sim, comprometerá a colheita dos produtores.
Principal produto agrícola do Estado, a soja deve ter, nesta safra, um desempenho dentro da normalidade histórica, segundo entidades ligadas ao campo. Não será mais um ano de recordes, como já era esperado, mas também não deve ser, na média, um ano de grandes perdas. A exceção deve ser vista em regiões da Metade Sul, onde a falta de chuvas complicou o desenvolvimento das plantas e, ali sim, comprometerá a colheita dos produtores.
"Na média do Estado, deveremos ter uma safra bem importante. Não como no ano passado, em que tivemos uma safra excepcional, mas com produtividade normal em comparação com outros anos", analisa o coordenador da comissão de grãos da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Jorge Rodrigues. O dirigente faz a ressalva, porém, quanto à situação de áreas como o Extremo Sul, onde os produtores deverão ter perdas significativas pela falta de umidade. Algumas regiões, lembra Rodrigues, desde o início do ciclo, tiveram dificuldades, como atrasos no plantio.
Segundo a Emater, 66% das plantações do Rio Grande do Sul estão nas fases de floração e enchimento de grão, críticas para a consolidação do potencial produtivo das lavouras. Por conta disso, o mês de fevereiro será o definidor da colheita gaúcha, segundo o engenheiro agrônomo Alencar Paulo Rugeri, assistente técnico estadual da Emater. "Se tivermos chuvas normais no mês que vem, a safra será tranquila. O risco agora é que, no Norte, só pode piorar, e, no Sul, é difícil que melhore", projeta Rugeri. Já Rodrigues lembra que, tradicionalmente, a soja responde rapidamente à chuva, e, portanto, não é possível quantificar, ainda, o alcance da quebra. "Assim, quanto mais rápido vier o abastecimento hídrico nessas regiões afetadas, mais vai ajudar a dirimir as perdas", projeta o coordenador da Farsul.
O risco principal, segundo Rodrigues, vem das doenças e pragas, incentivados pelo clima. Nessa linha, Rugeri acrescenta, ainda, outro fator de preocupação, que é a plantação fora do período recomendado pelo zoneamento agrícola. Segundo a Emater, embora sejam situações pontuais, há produtores que já começaram a colheita na região de Porto Lucena, no Noroeste, indicando semeadura precoce, o que é visto como um problema por Rugeri. "Quanto mais tempo tivermos de soja na lavoura, maior a possibilidade de termos focos de ferrugem, por exemplo. E, no conjunto dos anos, faz com que os princípios ativos percam sua eficiência", justifica o agrônomo.
Se aqui é algo fora do comum, em outras partes do País - em especial, no Centro-Oeste -, a colheita da soja já começa a ganhar fôlego. A se confirmar a expectativa de safra cheia no Brasil, a tendência é que os preços sejam pressionados para baixo nos próximos meses. "Os preços ainda não estão muito bons, os produtores, inclusive, estão retraídos, esperando um preço melhor", comenta o analista da Safras & Mercados, Luiz Fernando Gutierrez Roque.
O possível alento aos produtores brasileiros, porém, pode vir da Argentina. O país vizinho enfrenta efeitos muito mais fortes do La Niña, que trarão quebra na produção de soja. A frustração ainda não é quantificada porque, caso a chuva apareça por lá, ainda há espaço para a safra argentina se recuperar. "Se a quebra na Argentina for grande, e a produção brasileira não conseguir compensar, é possível que Chicago reflita em alta do preço a partir de março", projeta Roque. Até lá, porém, o analista lembra que já estarão publicados os primeiros números de expectativa de área plantada nos EUA para a próxima safra. Caso venham maiores do que nos últimos anos, podem ajudar a derrubar o preço do grão sul-americano.
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