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Varejo

- Publicada em 29 de Janeiro de 2018 às 00:42

Vendas de material escolar ganham impulso

Desde dezembro, livrarias e papelarias têm lucrado com volta às aulas

Desde dezembro, livrarias e papelarias têm lucrado com volta às aulas


/CLAITON DORNELLES/JC
A variação média de preços dos itens do material escolar ficou abaixo da inflação, segundo dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE/FGV). De fevereiro de 2017 a janeiro de 2018, a cesta com itens como caderno, borracha, apontador, lápis e caneta subiu 2% em relação ao mesmo período do ano anterior, variação inferior a da inflação geral do mesmo período, que ficou em 3,05%.
A variação média de preços dos itens do material escolar ficou abaixo da inflação, segundo dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE/FGV). De fevereiro de 2017 a janeiro de 2018, a cesta com itens como caderno, borracha, apontador, lápis e caneta subiu 2% em relação ao mesmo período do ano anterior, variação inferior a da inflação geral do mesmo período, que ficou em 3,05%.
Com isso, as vendas dos principais produtos para a volta às aulas têm tido bom desempenho na Capital. Desde o final de dezembro, livrarias e papelarias já têm lucrado com a comercialização de mochilas, cadernos e demais itens da cesta básica escolar.
Um dos fatores que tem ajudado é a queda do preço dos livros não didáticos, que estão 1,65% mais baratos, enquanto os valores de venda dos livros de literatura tiveram decréscimo em média de 0,07%. "O máximo que está acontecendo é os fornecedores passarem o valor da inflação do período, de 5% a 6%, sem outros aumentos", rebate o proprietário da Casa do Estudante, Carlos Corrêa. Segundo ele, os produtos importados (mochilas, por exemplo) sequer tiveram aumento este ano.
Mas, em alguns casos, os preços de alguns produtos subiram 6%, em média. "O produto que mais encareceu foi o papel - desde folha de ofício e de desenho até papel cartaz e cartolina", observa o proprietário da rede Livraria e Papelaria Cervo (com três lojas na Capital), João Claudio Cervo. Segundo ele, em alguns casos, o aumento foi de 10% no ramo de papéis. "Outros produtos que subiram de preço foram tesoura, cola e borracha", admite.
A gerente-geral da Casa do Estudante, Gabriela Corrêa, comenta que a demanda está "muito boa" e que o tíquete médio das vendas está elevado. "Muita gente comprando todos os itens da lista e gastando em torno de
R$ 200,00 a R$ 300,00." A empresa, que conta com oito lojas, realiza, há quatro anos, a Feira Back to School no Shopping Iguatemi, que, neste ano, iniciou-se no último dia 13 e segue até 26 de fevereiro.
Voltada para as classes A e B, a Casa do Estudante oferece mais de 10 mil itens por operação. "Muitos consumidores não procuram o produto mais barato, mas sim o de melhor qualidade", afirma Gabriela, comentando que a loja oferece preços "para todos os bolsos", desde o lápis de cor de R$ 7,90 até o modelo de R$ 150,00.
Apesar de "entender" que nem todos podem investir um valor maior em determinados itens, Gabriela destaca que, quando possível, é melhor optar por algo mais caro, porém com melhor desempenho. "Tudo que estimula a criatividade da criança deve ter uma boa qualidade, para não ser um empecilho", afirma. A gerente ressalta que, quando um lápis é mais macio, ajuda na coordenação motora dos pequenos, por exemplo. "A mochila mais confortável é mais cara, mas tem toda uma estrutura nas costas que não vai pesar para a criança, não vai se rasgar com o peso dos livros", argumenta. De acordo com o proprietário da empresa, a expectativa de crescimento em vendas é de 10% em relação ao ano passado. 

Negociação com fornecedores facilita condições acessíveis

A exemplo da 28ª Feira do Material Escolar de Porto Alegre, que se inicia na próxima semana (dia 07/02), algumas lojas estão apostando em preços mais acessíveis para equilibrar com a concorrência. Enquanto o evento organizado pela prefeitura irá comercializar cestas básicas com 30% de desconto em itens que atendem aos ensinos Fundamental e Médio, as livrarias e papelarias de Porto Alegre buscam negociar com fornecedores.
"Estamos oferecendo uma grande variedade de itens com o menor preço do mercado, para atender às listas escolares e à linha técnica", afirma a coordenadora de Marketing da rede Casa do Papel (que soma 18 lojas), Patrícia Morosini.
Segundo ela, as vendas de material escolar aumentaram no início do ano, quando algumas escolas disponibilizaram a lista escolar para os pais. "Os produtos mais procurados nas listas escolares continuam sendo: cadernos, lápis de cor, hidrocores, borracha, apontador, papéis, entre outros", afirma a gestora.
Na Feira do Material Escolar de Porto Alegre, mais voltada ao público da classe C, as cestas custam R$ 14,50. Promovida pela prefeitura de Porto Alegre, a feira funcionará de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e, aos sábados, das 9h às 18h. O município aponta o evento como "uma alternativa econômica real para as famílias". 

Valores agradam aos consumidores

Mariana Athanasio já fez as compras para a filha Sofia

Mariana Athanasio já fez as compras para a filha Sofia


/FREDY VIEIRA/JC
"Os preços estão muito bons, melhores que no ano passado", confirma a empresária Mariana Athanasio, ao lado da filha Sofia (10 anos). A menina vai cursar a 5ª série do Ensino Fundamental em 2018 e já conta com todo o material escolar. A mãe comenta que consolidou as compras em um dia aleatório. "A ideia nem era essa, saímos para passear, mas entramos na loja e aproveitei que os produtos estavam em conta para resolver o assunto."
A advogada Juliane Stangerlin concorda que os preços da maioria dos produtos não pesaram no bolso neste ano. Mãe de Jorge, 10 anos, ela comenta que, ainda assim, focou na compra do essencial: caderno, lápis, cola e estojo de lápis de cor. "Fizemos pesquisa em algumas lojas, pois é sempre bom conferir os preços, e sempre há uma diferença interessante, dependendo da marca ou mesmo de um lugar para o outro", afirma Juliane. Muitos consumidores adiantaram a compra do material escolar para aproveitar a tranquilidade das lojas. "Depois, temos que etiquetar tudo, e as aulas começam no dia 19 de fevereiro", comenta a mãe de Jorge, afirmando que prefere fazer tudo com calma.

Demanda deve aumentar em fevereiro

O proprietário da Livraria e Papelaria Cervo, João Claudio Cervo, diz que a demanda por produtos de material escolar deve aumentar em fevereiro, quando muitos consumidores voltam da praia. "Apesar de os preços estarem acessíveis, considero que as vendas não estão no auge. Inclusive, estamos trabalhando com a mesma expectativa de crescimento do ano passado, em torno de 3%."
Cervo aconselha aos clientes que, para economizar, é preciso investir inicialmente. "Tem que ser racional nas compras, comprar produtos que durem. Se a criança não perder ou estragar, é possível aproveitar pincéis e pastas durante vários anos, por exemplo." Para o empresário, este é o tipo de produto que - quando adquirido pelo valor mais barato, se torna caro. "Um lápis de cor ruim vai quebrar na primeira apontada", comenta.
Assim como a maioria das lojas do ramo, na Livraria e Papelaria Cervo, a grande novidade gira em torno das capas de cadernos, com novas licenças e temáticas. A loja possui 2,5 mil itens de produtos diferentes só de material escolar. "Este é um excelente momento para comprar. Além de ter muita coisa disponível, as lojas estão mais vazias e calmas."