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aviação

- Publicada em 25 de Janeiro de 2018 às 15:26

Saab quer saber sobre discussões entre Embraer e Boeing

Qualquer avanço nas negociações para a aproximação da Embraer com a norte-americana Boeing terá de ser comunicado à sueca Saab, empresa que fornecerá caças para a Força Aérea Brasileira. O acerto foi firmado pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o presidente mundial da Saab, Håkan Buskhe. O executivo sueco veio ao Brasil buscar detalhes sobre o potencial negócio já que a Saab transferirá tecnologia à Embraer no processo de fabricação dos caças Gripen comprados pela FAB.
Qualquer avanço nas negociações para a aproximação da Embraer com a norte-americana Boeing terá de ser comunicado à sueca Saab, empresa que fornecerá caças para a Força Aérea Brasileira. O acerto foi firmado pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o presidente mundial da Saab, Håkan Buskhe. O executivo sueco veio ao Brasil buscar detalhes sobre o potencial negócio já que a Saab transferirá tecnologia à Embraer no processo de fabricação dos caças Gripen comprados pela FAB.
"Não há impedimento (para negócio Embraer/Boeing), mas queremos saber o que está sendo discutido", disse Buskhe. "Apenas acho que nós precisamos de alguns esclarecimentos sobre as discussões que tivemos antes do Natal", completou.
A reunião em Brasília foi solicitada pela Saab que tem demonstrado preocupação com eventual negócio Embraer-Boeing, já que a brasileira terá acesso à tecnologia dos caças Saab - empresa concorrente da Boeing no mercado de defesa e que participou da concorrência bilionária da FAB vencida pelos suecos.
Após reunião realizada nesta manhã na sede do Ministério da Defesa, o executivo da Saab reafirmou a intenção de manter a parceria com a Embraer na produção dos caças, mas ressaltou que a transferência de tecnologia para o Brasil é um tema que precisa ser analisado com cuidado. "Eu não tenho a intenção de deixar a cooperação com o Brasil. Mas, logicamente, quando vem uma terceira parte, temos de entender qual é a estrutura e o impacto na nossa tecnologia", disse.
Em entrevista ao lado do ministro Jungmann, o executivo citou que a transferência de tecnologia da Saab para a Embraer na produção dos caças é a maior já feita pela empresa. "Nós nunca fizemos uma transferência de tecnologia tão grande e o Gripen é o maior projeto industrial da Suécia hoje e da história", disse.
Diante dessa importância, o executivo afirmou que qualquer movimento que envolva ações consideradas "estratégicas" em termos tecnológicos da Saab também precisam passar pelo crivo de Estocolmo. "O governo obviamente tem uma opinião sobre o assunto porque, assim como a Embraer é para o Brasil, a Saab é estratégica para a Suécia", disse.
Buskhe lembrou que, no passado, a negociação de uma divisão ligada a submarinos teve de ser revertida porque o governo sueco entendera ser uma questão estratégica. O embaixador da Suécia no Brasil acompanhou o encontro.
Ao deixar a reunião, o executivo disse que o encontro com os brasileiros teve "atmosfera positiva" e elogiou a parceria com a FAB. "Estamos convencidos de que vamos continuar com a nossa profunda relação (com a Embraer). Nós conhecemos muito bem um ao outro e temos diálogo muito forte", disse. "Queremos aumentar a nossa cooperação."

Se parceria Embraer-Boeing acontecer, temos de construir salvaguardas, diz Jungmann

Se o negócio entre a Embraer e a Boeing avançar, o Brasil adotará salvaguardas para proteger a área de defesa, especialmente a transferência de tecnologia sueca dos caças Gripen para a fabricante brasileira. O compromisso do ministro da Defesa, Raul Jungmann, foi comunicado ao presidente mundial da Saab, Håkan Buskhe - empresa que fabricará as aeronaves em parceria com a Embraer.
"Se isso vier a acontecer a parceria Embraer-Boeing, evidentemente que temos de construir salvaguardas que passarão pelo crivo da Saab", disse o ministro ao lado do presidente da empresa sueca. "Não é aceitável que uma tecnologia desenvolvida por uma parceira da Embraer passe para outra e vice-versa", completou.
A Saab tem demonstrado preocupação com o eventual negócio entre as duas empresas das Américas, já que a brasileira terá acesso à tecnologia dos caças Saab - empresa disputa o mercado de defesa com os norte-americanos. Se o negócio for realmente concretizado, a tecnologia Saab acabaria ficando com a concorrente Boeing.
Diante do tema, o ministro disse que há "preocupação e compromisso contratual de manter o controle e o sigilo na transferência de tecnologia desenvolvida pela Saab ou conjuntamente". Na reunião solicitada pelos suecos, o ministro da Defesa disse ao presidente da Saab e ao embaixador da Suécia no Brasil, Per-Arne Hjelmborn, que não está em negociação a transferência do controle acionário da Embraer para a Boeing.
Também está descartada a cisão da empresa brasileira em duas - Embraer Defesa e Embraer Comercial - e venda da unidade responsável pela fabricação dos aviões comerciais.