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Conjuntura Internacional

- Publicada em 24 de Janeiro de 2018 às 18:16

Temer diz em Davos que 'o Brasil está de volta'

Presidente afirma que 'o Brasil que vai às urnas em outubro sabe que a responsabilidade dá resultados'

Presidente afirma que 'o Brasil que vai às urnas em outubro sabe que a responsabilidade dá resultados'


/CIARAN MCCRICKAR/WORLD ECONOMIC FORUM/JC
Para uma plateia morna, o presidente Michel Temer começou sua participação no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, com um discurso no qual afirmou que "o Brasil está de volta" ao cenário internacional como um país mais aberto e com mais oportunidades de investimentos, comércio e negócios. Para espectadores formados por investidores, banqueiros e empresários, Temer defendeu a agenda de reformas, ressaltando que está empenhado na aprovação das mudanças na Previdência, assegurando que o quadro eleitoral não afetará esse trabalho.
Para uma plateia morna, o presidente Michel Temer começou sua participação no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, com um discurso no qual afirmou que "o Brasil está de volta" ao cenário internacional como um país mais aberto e com mais oportunidades de investimentos, comércio e negócios. Para espectadores formados por investidores, banqueiros e empresários, Temer defendeu a agenda de reformas, ressaltando que está empenhado na aprovação das mudanças na Previdência, assegurando que o quadro eleitoral não afetará esse trabalho.
Sem fazer qualquer referência ao julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - que, mais tarde, ficaria inelegível, depois de condenado por unanimidade no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) -, Temer disse que os brasileiros que vão às urnas neste ano sabem que responsabilidade dá resultados. Na plateia de Temer também estavam dois presidenciáveis, o prefeito de São Paulo, João Doria, e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
"Sei que muitos podem estar se perguntando se continuaremos nesse caminho, se nossa jornada não estaria ameaçada pelas eleições que se avizinham no Brasil. Permitam-me dizer-lhes, sem rodeios e com convicção: completaremos nossa jornada. O Brasil que vai às urnas em outubro sabe que a responsabilidade dá resultados", disse o presidente.
A sessão começou com um terço dos lugares preenchidos, mas foi enchendo durante o discurso de Temer. Quando o presidente terminou, metade das cadeiras estava ocupada. Mesmo assim, o discurso teve uma recepção morna e acabou com poucos aplausos.
Ele disse ainda que cinco palavras ajudam a sintetizar a agenda econômica de seu governo: responsabilidade, diálogo, eficiência, racionalidade e abertura. Segundo Temer, elas expressam princípios e objetivos que têm guiado seu trabalho. Apesar das dificuldades do governo para conseguir aprovar a reforma da Previdência, cuja apreciação na Câmara teve que ser adiada para 2018 por falta de votos, o presidente disse que suas reformas têm conseguido maioria sólida no Legislativo. Ele garantiu que trabalhará dia e noite pela Previdência.
Temer ressaltou ainda os indicadores positivos da economia, lembrando que a previsão de crescimento para este ano é de 3% e que inflação, juros e risco País estão em queda. Ao falar sobre responsabilidade, ele afirmou que o populismo levou o Brasil a uma grave crise fiscal e que o País voltou ao caminho certo com medidas como a criação de um teto para os gastos públicos. Segundo Temer, o equilíbrio das contas públicas é o que cria espaço para a condução de políticas sociais.

'Protecionismo não é a resposta', declara Merkel, em recado a presidente norte-americano

A chanceler alemã, Angela Merkel, voltou a defender soluções multilaterais como resposta aos conflitos globais em seu discurso, nesta quarta-feira, no Fórum Econômico Mundial, em Davos. Em um recado ao presidente norte-americano, Donald Trump, Merkel afirmou que "o protecionismo não é a resposta certa". "A Alemanha deseja ser um país que ajude a resolver junto com os outros os problemas do mundo. Acho que nos isolar não nos levará a um bom futuro."
Ao abordar a crise política na União Europeia em meio à ascensão do populismo e de Trump, Merkel retomou uma posição que expressou no ano passado: "Precisamos (os europeus) tomar nosso destino em nossas próprias mãos".
"A Europa, em sua política externa, não tem sido tão ativa. Dependemos muito dos Estados Unidos em termos de segurança, mas agora eles estão concentrados em si mesmos. Tudo isso precisa nos ensinar uma lição", afirmou a líder alemã. "Precisamos assumir mais responsabilidades, isso é o que fizemos ao forjar essa nova cooperação em defesa", defendeu a chanceler, que salientou a necessidade de um esforço comum da UE em proteger suas fronteiras.

Assessores de Trump defendem 'América em primeiro lugar'

Assessores do presidente norte-americano, Donald Trump, defenderam a estratégia "América em primeiro lugar", adotada pelo governo do republicano frente a críticas de que os EUA estão prejudicando a globalização e o livre comércio, feitas por líderes mundiais no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Trump vai falar no evento amanhã, na primeira participação de um presidente dos EUA desde que Bill Clinton fez um discurso em 2000.
O secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin, disse em Davos que a estratégia significa que "o presidente Trump está cuidando dos interesses dos trabalhadores norte-americanos e dos interesses dos EUA, da mesma forma que espera que outros líderes cuidem dos interesses de seus cidadãos". Mas ele também afirmou que "América em primeiro lugar também significa trabalhar com o resto do mundo".
Já o secretário de Comércio norte-americano, Wilbur Ross, disse que as recentes ações dos EUA em relação ao comércio foram causadas por "comportamento inadequado por parte de nossos parceiros comerciais".
Na segunda-feira, Washington impôs tarifas comerciais contra painéis solares e máquinas de lavar, importados especialmente da China, num movimento que marca o endurecimento das relações comerciais dos Estados Unidos com o país asiático. O objetivo da medida é proteger a indústria norte-americana da concorrência internacional, uma das principais promessas de campanha de Trump. A China e a Coreia do Sul criticaram a decisão, e a Coreia do Sul disse que vai fazer uma reclamação à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Mnuchin também disse que o país se beneficia do dólar fraco: "Obviamente, o dólar fraco é bom para nós no que se refere a comércio e oportunidades", disse o secretário em Davos.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o premiê canadense, Justin Trudeau, e a chanceler alemã, Angela Merkel, além do presidente Michel Temer expressaram, em Davos, preocupação com o aumento do protecionismo.
Desde sua posse, Trump tem ameaçado tirar os EUA do Nafta, tratado comercial da América do Norte, anunciou a saída dos EUA do acordo global sobre mudança climática e tem criticado instituições internacionais como as Nações Unidas e a Otan.

Meirelles prevê déficit primário de cerca de R$ 130 bilhões em 2017

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, previu que o déficit primário no Brasil ficará perto de R$ 130 bilhões em 2017. O valor fechado será divulgado no próximo dia 30 e é bem próximo da versão original que constava no Orçamento, de R$ 129 bilhões. A meta fiscal atual permitia um rombo de até R$ 159 bilhões, mas o ministro enfatizou que o montante que será conhecido no fim do mês tem grandes chances de ficar abaixo de
R$ 130 bilhões. "É possível, não estou dizendo que será abaixo", pontuou.
O ministro fez a projeção depois da entrevista coletiva que ocorreu durante o Fórum Econômico Social, em Davos, a um grupo de jornalistas. Pela manhã, durante discurso no mesmo evento, o presidente da República, Michel Temer, já havia dito que o déficit fiscal primário em 2017 ficou bem abaixo da meta e das expectativas.
O resultado que será divulgado, conforme Meirelles, será "muito positivo". "É extraordinário, sem dúvida", disse, em relação à trajetória de baixa em relação aos últimos anos. O déficit menor se deve, entre outros fatores, à boa reação da receita, que tem ficado acima do previsto. "É uma boa surpresa."