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Energia

- Publicada em 18 de Janeiro de 2018 às 18:38

Petrobras adota nova política de revisão de preços do gás de cozinha

Botijão de 13 kg tem redução de 5% nas refinarias a partir desta sexta

Botijão de 13 kg tem redução de 5% nas refinarias a partir desta sexta


/PEDRO VENTURA/ABR/JC
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou, nesta quinta-feira, que a alteração da política de reajuste de preços do gás de cozinha, anunciada pela manhã, não trará prejuízos ao consumidor nem à Petrobras. Pelo contrário. Segundo o comandante da estatal, como a revisão de preços passará a ser feita, a partir de agora, a cada três meses, e não mensalmente, e considerando a média das cotações internacionais e do câmbio para um período de 12 meses, a volatilidade de preços será suavizada.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou, nesta quinta-feira, que a alteração da política de reajuste de preços do gás de cozinha, anunciada pela manhã, não trará prejuízos ao consumidor nem à Petrobras. Pelo contrário. Segundo o comandante da estatal, como a revisão de preços passará a ser feita, a partir de agora, a cada três meses, e não mensalmente, e considerando a média das cotações internacionais e do câmbio para um período de 12 meses, a volatilidade de preços será suavizada.
A partir desta sexta-feira, o preço do GLP (gás liquefeito de petróleo) será reduzido em 5% nas refinarias, com base nos novos critérios definidos pela Petrobras. A estatal estima que o preço médio de GLP residencial sem tributos comercializado nas refinarias será equivalente a R$ 23,16 por botijão.
Diante da política de reajustes adotada no ano passado, o preço do gás avançou 16% em 2017, ano em que a inflação geral - medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - foi bem menor (2,95%) e a mais baixa em quase 20 anos. Variações acima de 10% - para cima ou para baixo - precisarão de autorização do grupo executivo de mercado e preços, formado pelo presidente da Petrobras e por diretores da companhia. Nestes casos, a data de aplicação dos ajustes (dia 5 de cada novo trimestre) pode ser modificada. Caso o índice de reajuste seja muito elevado, poderá ser decidido não aplicá-lo integralmente, ficando a diferença para compensação futura.
"Se nós mantivéssemos a política anterior, os preços continuariam a ser submetidos a essa enorme variação de preços, que é fruto dessa sazonalidade. Na medida que, em vez de trabalhar com a curva, trabalho com a média em 12 meses, isso suaviza essa volatilidade. E, onde poderia dar problema com essas diferenças, introduzimos o mecanismo de compensação, que garante que nem a Petrobras, nem o consumidor sejam onerados. Esse mecanismo de compensação é a chave desse ajuste para que ninguém tenha prejuízos", garante Parente.
Esse mecanismo de compensação permitirá comparar os preços praticados com a nova política e os preços que seriam praticados de acordo com a política anterior. Se o reajuste não for passado integralmente, as diferenças acumuladas em um ano serão ajustadas pela taxa de juros e compensadas por meio de uma parcela fixa acrescida ou deduzida aos preços praticados no ano seguinte.
O novo preço será definido a partir da média das cotações internacionais e do câmbio a partir de um período maior: a política estabelecida em junho, e que foi interrompida em dezembro, usava a média mensal. Agora, haverá uma regra de transição: inicialmente de um período menor para, até o fim de 2018, ser considerado o prazo de 12 meses anteriores.
Parente garantiu que a decisão de alterar essa política foi puramente empresarial. "Essa volatilidade causava impactos como uso de substitutos ao gás, inclusive com certo risco à saúde das pessoas. Me preocupa o risco de uso de substitutos que tragam risco à integridade física dos consumidores e produtos substitutos competidores do gás. A certeza que temos é de que não haverá prejuízo para a Petrobras nem para o consumidor", reforçou.

Sindigás pede medidas também para o ajuste de GLP Industrial

A diferença entre o preço do GLP Residencial e o GLP Industrial ficará ainda maior depois que a Petrobras anunciou uma nova política de preços para o primeiro produto, alertou o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sérgio Bandeira de Mello. Ele reivindica que a Petrobras crie também uma política de preços para o GLP Industrial, que, segundo ele, é vendido pela Petrobras com ágio de 28% em relação ao preço internacional para a indústria e o comércio.
"Depois desse anúncio, o GLP Industrial deve estar uns 40% mais caro que o GLP Residencial, e é a mesma molécula, não faz sentido isso", disse Mello. "Isso reduz a competitividade da indústria brasileira, queremos uma política transparente para o GLP Industrial", completou.
Ele informou que, apesar da alta de preços, o consumo do GLP Residencial subiu 1,77% nos últimos 12 meses encerrados em novembro de 2017, enquanto o GLP Industrial teve queda de 1,44% no mesmo período, o que demonstra que as indústrias e o comércio estão buscando outras fontes de geração de energia.
Ao contrário dos demais combustíveis vendidos pela Petrobras, o GLP Residencial é protegido por resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), de 2005, que reconhece como de interesse para a política energética nacional a prática de preços diferenciados para o GLP destinado ao uso doméstico, devido ao seu elevado impacto social. O GLP Residencial, ou gás de botijão de 13 kg, afeta a parcela da população brasileira de menor poder aquisitivo.
Mello não soube avaliar o impacto para o setor da mudança feita pela Petrobras, que passou o ajuste do GLP Residencial de mensal para trimestral, e reduziu o preço em 5% nas refinarias a partir desta sexta-feira.