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Economia

- Publicada em 15 de Janeiro de 2018 às 16:54

Decisão do Facebook pode afetar conteúdos de qualidade

Rede social passou a priorizar os posts de familiares e amigos

Rede social passou a priorizar os posts de familiares e amigos


LEON NEAL/LEON NEAL/AFP/JC
A aposta do Facebook em priorizar posts de amigos e familiares, em detrimento de páginas jornalísticas e de empresas, terá um efeito arca de Noé no tipo de conteúdo a ser valorizado pela plataforma, segundo especialistas.
A aposta do Facebook em priorizar posts de amigos e familiares, em detrimento de páginas jornalísticas e de empresas, terá um efeito arca de Noé no tipo de conteúdo a ser valorizado pela plataforma, segundo especialistas.
A intenção da rede social é colocar abaixo o ambiente que propiciou a proliferação de notícias falsas, em especial no processo eleitoral dos Estados Unidos. Só sobreviverá quem produzir material que se destaque na interação com o usuário. Todo o resto será levado embora.
O problema é que o movimento arrisca afogar não só as notícias falsas, mas também conteúdo jornalístico de qualidade. "É um momento de inflexão do Facebook, um esforço significativo. Mas as notícias verdadeiras podem ser levadas na mesma água", diz o professor da Universidade do Texas e diretor do Knight Center para o Jornalismo nas Américas, Rosental Alves.
A mudança foi anunciada na quinta-feira passada, gerando queda de 4,89% nas ações da companhia (a maior em mais de um ano). O diretor da Liberta Global - escola de investimentos internacional do Grupo L&S, Leandro Ruschel, comenta que a empresa US$ 23 bilhões de valor de mercado. "É muito cedo para calcular o efetivo impacto dessa postura, pois (Mark) Zuckerberg foi bastante superficial ao explicar as mudanças", alerta Ruschel. De acordo com ele, é preciso aguardar mais informações para saber se a colocação foi uma forma de aplacar as críticas à empresa que abundam no momento ou se de fato haverá mudanças que impactem a matriz de receitas da empresa.
A decisão do Facebook ocorre em um momento de criticismo à forma como empresas de tecnologia se posicionaram diante das notícias falsas, ou fake news, nas eleições dos EUA. As plataformas estão sendo usadas para a proliferação de falsidades sobre os candidatos e o fomento da discórdia entre os eleitores.
A decisão também vai ao encontro de uma percepção do Facebook, que, em dezembro de 2017, reconheceu, pela primeira vez, que pode fazer mal aos usuários. A sensação de mal-estar ocorre, principalmente, quando não há interação com o conteúdo. Vem daí o posicionamento de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, que disse que quer promover material de interação significativa, que seja compartilhado por amigos ou gere conversação.
Dentro da proposta de fazer bem ao usuário, as notícias nem sempre são uma experiência aprazível, afirma o professor Jesse Holcomb, pesquisador do Tow Center para Jornalismo Digital. "Em especial nos dias de hoje, elas podem ser quase deprimentes e reforçar cisões."
Especialistas se dividem sobre como a mudança irá impactar os sites de notícia. Veículos mais jovens e mais dependentes de publicidade, cuja audiência é maximizada por redes sociais como o Facebook, devem sofrer mais no início. Também há dúvidas sobre quais serão os critérios de conteúdo significativo da companhia. Para o professor Jeff Jarvis, o movimento corre o risco de incentivar um commentbait, ou caça-comentários, com a proliferação de materiais com comentários odiosos.
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