Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 11 de Janeiro de 2018 às 13:39

Piauí entra com ação no STF contra a Caixa por financiamento de R$ 315 milhões

Estado governado por Wellington Dias (PT) teria sido prejudicado por não estar alinhado ao Planalto

Estado governado por Wellington Dias (PT) teria sido prejudicado por não estar alinhado ao Planalto


WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL/ARQUIVO/JC
Agência Estado
O Estado do Piauí moveu uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Caixa Econômica Federal conclua um acordo de financiamento no valor de R$ 315 milhões com o Estado. Segundo a Procuradoria-Geral do Piauí, o Estado, governado pelo petista Wellington Dias, foi prejudicado por não estar alinhado politicamente com o governo federal. A Caixa e a União, por outro lado, alegam que o processo de financiamento tramita normalmente, e que, por isso, a ação não teria cabimento.
O Estado do Piauí moveu uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Caixa Econômica Federal conclua um acordo de financiamento no valor de R$ 315 milhões com o Estado. Segundo a Procuradoria-Geral do Piauí, o Estado, governado pelo petista Wellington Dias, foi prejudicado por não estar alinhado politicamente com o governo federal. A Caixa e a União, por outro lado, alegam que o processo de financiamento tramita normalmente, e que, por isso, a ação não teria cabimento.
A agenda da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, previa para esta quinta-feira (11) uma audiência com o presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, mas a reunião foi cancelada, por motivos de agenda.
Na ação, a procuradoria do Estado pede que Cármen Lúcia, responsável pelas decisões da Corte durante o recesso judiciário, conceda liminar que obriga a Caixa e a União a celebrarem acordo no prazo de cinco dias. Caso resolvam não conceder, a procuradoria do Piauí pede que ambas expliquem, no mesmo prazo, os motivos técnicos para negar o financiamento.
O valor do financiamento seria destinado à realização de obras de infraestrutura, implantação e recuperação de rodovias, melhoria da mobilidade urbana e saneamento básico, aponta o Procurador-Geral do Estado, Plinio Clerton Filho, que assina a ação protocolada ao Supremo no dia 3 de janeiro.
O Piauí alega que não é o único, ou está entre poucos, que pediu financiamento e não obteve o acordo. Segundo o procurador, fatos recentes demonstraram que a União Federal, embora tenha concedido a garantia do contrato inicialmente, recuou no apoio por estar fazendo "uso político" da Caixa, que "jamais poderia se prestar a manobras de uma tal natureza, visivelmente hostis aos princípios Republicano e Federativo", afirma.
A procuradoria cita uma declaração feita pelo ministro da Secretaria do Governo, Carlos Marun (PMDB-MS), de dezembro, em que dizia que a Caixa não realizaria repasses de recursos ou contratações de financiamento para governos estaduais que "não se alinharem politicamente com a administração central da União", descreve a ação, apontando que o governador do Piauí é de partido político em "franca oposição de ideias ao modelo federal de gestão".
Segundo a procuradoria, foi "a inércia" para efetivar a contratação que levou o Piauí a entrar na Justiça. "O Estado do Piauí sequer obteve a aludida contratação, com graves consequências para a satisfação do interesse público em âmbito regional".
O procurador Clerton Filho também alega que o Estado atendeu todos os requisitos necessários para conseguir o financiamento, como a análise favorável do Tesouro Nacional, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e a concessão, no início do processo, da garantia pela União e Ministério da Fazenda.
A União e a Caixa manifestaram-se ao Supremo por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), pedindo que a ministra não reconheça a ação. Segundo a AGU, a União e a Caixa afirmam que não há qualquer demora na apreciação do pedido de financiamento, e que ele tramita normalmente na Caixa. "De acordo com o Ofício sobre a assinatura do contrato, está na pauta do Comitê Delegado de Crédito e Negócios, que se reunirá no próximo dia 10 de janeiro de 2018", aponta a AGU.
O processo agora está no gabinete de Cármen Lúcia, responsável pelas decisões na Corte quando o STF está em recesso.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO