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Cultura

- Publicada em 23 de Janeiro de 2018 às 08:16

Entre melodias e crônicas, Nei Lisboa se apresenta terça e quarta no São Pedro

Músico ressalta que set list do Nei LisPoa deste ano é 'bem engajado'

Músico ressalta que set list do Nei LisPoa deste ano é 'bem engajado'


CRISTINE ROCHOL/DIVULGAÇÃO/JC
Ricardo Gruner
Pelo nono ano consecutivo, Nei Lisboa faz seu show de verão em Porto Alegre. Com apresentações hoje e amanhã, desta vez, o espetáculo Nei LisPoa - A ordem sagrada da revirada tem um repertório voltado tanto à política quanto à religiosidade. "A tese e a brincadeira da 'revirada' deste ano é que só com uma força sobrenatural...", reflete ele. As apresentações acontecem a partir das 21h, no Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/nº), com ingressos entre R$ 30,00 e R$ 80,00, dependendo do setor.
Pelo nono ano consecutivo, Nei Lisboa faz seu show de verão em Porto Alegre. Com apresentações hoje e amanhã, desta vez, o espetáculo Nei LisPoa - A ordem sagrada da revirada tem um repertório voltado tanto à política quanto à religiosidade. "A tese e a brincadeira da 'revirada' deste ano é que só com uma força sobrenatural...", reflete ele. As apresentações acontecem a partir das 21h, no Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/nº), com ingressos entre R$ 30,00 e R$ 80,00, dependendo do setor.
Nas palavras do próprio músico, o set list deste ano é bem engajado. Entram no recorte tanto músicas que foram feitas de 2013 em diante - como A lei, que abre o disco ao vivo Telas, tramas e trapaças do novo mundo (2013) - quanto mais antigas - como Rio by night, uma crônica sobre o Brasil dos anos Sarney, "mas que pode se transportar muito bem para agora", afirma o compositor.
Conforme o músico gaúcho, em função da conjuntura política, das crônicas que ele lê no palco e da plateia que costuma frequentar seus shows, a ideia de revirada também ganhou uma segunda aplicação. Já usada no subtítulo do Nei LisPoa de 2017, a palavra, por um lado, faz referência à tese de que o ano deveria começar em março - já que o período entre Réveillon e Carnaval é, frequentemente, visto como um prolongamento das festas. "Mas também tomou um caráter de virar o jogo político", adiciona o músico, completando: "De reverter o retrocesso".
Crente que o Brasil vive um mal-estar social e um golpe de Estado, Nei também selecionou faixas de Chico Buarque (Deus lhe pague) e Cazuza (Blues da piedade) que dialogam com essa realidade. Elas constam na seção de releituras, um dos blocos previstos para o espetáculo. Além de canções autorais que refletem sobre aspectos sociais ou fazem alguma menção à religiosidade (caso de Por aí), completam o repertório algumas outras canções que fogem um pouco da curva. Telhados de Paris e Relógios de sol, entre outras favoritas dos fãs, estão no set list.
Estabelecido no calendário cultural da cidade, o show tem inspiração na agenda que o espetáculo Tangos & Tragédias, por décadas, cumpriu na capital gaúcha. "Sempre achei muito interessante o formato que o Tangos tinha construído para si. E também essa perspectiva do Porto Verão Alegre, de oferecer possibilidades para as pessoas no verão, quando, tradicionalmente, nada acontecia", lembra o músico, afirmando não ter se programado para que as apresentações se repetissem ao longo de tanto tempo.
Com sucesso a ponto de ter de transferir o espetáculo do Teatro Renascença para o Theatro São Pedro ao longo deste período, o show foi sendo remodelado e aperfeiçoado. O clima de descontração e um repertório diversificado, no entanto, continuam. Com humor, os textos lidos pelo artista têm inspiração nos piores e melhores momentos vividos em 2017. "Faço uma crônica em que comento o ano que passou, com algumas perspectivas para o ano que vem, sempre com um olhar crítico, mas também brincando", explica ele, aos desavisados.
Já o ineditismo musical fica por conta de apenas uma canção inédita, também a respeito da situação política contemporânea. A quantidade já indica: não será neste ano que Nei Lisboa lançará um disco de novidades. Para o primeiro semestre, por exemplo, o que está previsto é uma retomada do trabalho em parceria com a Salvagni Big Band, ao lado da qual ele interpreta faixas da era de ouro do jazz. Também há chance de uma comemoração aos 20 anos de Hi-Fi, celebrado álbum em que o músico gravou versões para composições de Paul Simon, Prince, e Lennon & McCartney, entre outros.
Um trabalho autoral, então, vai ficar para 2019, quando o gaúcho completa datas exatas: 60 anos de idade e 40 de estrada como músico. O repertório acumulado neste período, garante ele, torna até difícil definir o roteiro de um show. Por isso, não há pressa. "Em parte, vou ao sabor do momento, do contexto e das possibilidades. Por outro lado, já não tenho aquele furor juvenil de estar sempre mostrando serviço gravando", considera.
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