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Cultura

- Publicada em 04 de Janeiro de 2018 às 08:29

Filme vencedor da Palma de Ouro de Cannes estreia no Brasil

Dirigido por Ruben Östlund, The Square - A arte da discórdia retrata a rotina do diretor de um museu

Dirigido por Ruben Östlund, The Square - A arte da discórdia retrata a rotina do diretor de um museu


PANDORA FILMES/DIVULGAÇÃO/JC
Vencedor da Palma de Ouro de Cannes em 2017, a estreia The Square - A arte da discórdia entra em circuito comercial no Brasil com a credencial de ser uma das nove produções finalistas para disputar o Oscar de filme estrangeiro deste ano. E pouca gente da crítica duvida que o filme dirigido pelo sueco Ruben Östlund será um dos concorrentes selecionados.
Vencedor da Palma de Ouro de Cannes em 2017, a estreia The Square - A arte da discórdia entra em circuito comercial no Brasil com a credencial de ser uma das nove produções finalistas para disputar o Oscar de filme estrangeiro deste ano. E pouca gente da crítica duvida que o filme dirigido pelo sueco Ruben Östlund será um dos concorrentes selecionados.
Não é para menos. Östlund costuma ser chamado de enfant terrible do cinema nórdico. Mas ele não gosta do rótulo, e não porque o considere depreciativo. "Enfant terrible eram (Luis) Buñuel, há quase 100 anos, ou (Pedro) Almodóvar. Eu tento só ser um crítico ácido da mistificação do mundo atual", relata.
The Square quer dizer, literalmente, o quadrado. O filme conta a história de Christian, diretor de um badalado museu de arte contemporânea em Estocolmo. Divorciado, é pai responsável de duas filhas, dirige um carro elétrico, para evitar a poluição, e apoia todas as boas causas que o leitor pode imaginar. Parece um modelo de perfeição. Parece.
Christian é interpretado por Claes Bang, ator dinamarquês mais conhecido pelo público internacional por seu papel em Além do desejo, de Pernille Fischer Christensen. A nova instalação do diretor no museu chama-se O quadrado, daí o título. É um espaço do altruísmo e da igualdade, para estimular a responsabilidade das pessoas. Entretanto, alguns percalços vão transformar sua rotina calma em pesadelo.
Primeiro, o celular dele é roubado e Christian responde ao fato de forma emocional, irracional, colocando em xeque a própria civilidade. Para completar, os responsáveis pela publicidade do museu organizam uma campanha radical para promover O quadrado, e o resultado choca a opinião pública. O museu, e Christian, entram em crise. É o colapso do mundo organizado. Instala-se a arte da discórdia e tudo dá errado. A suposta perfeição cai por terra.
Conforme o cineasta, nenhum filme nasce apenas de uma ideia. "Aqui, a origem foi o roubo do celular de um amigo. Ele não chegou ao extremo de Christian, mas o fato ficou borbulhando na minha cabeça. Somou-se a outra coisa. Em 2008, surgiu na Suécia a primeira comunidade fechada. Um condomínio de alta segurança, ao qual só se tem acesso com autorização dos proprietários. Houve muita discussão, porque o fato expôs o que não deixa de ser um problema social - as classes privilegiadas estão se isolando", comenta Östlund.
O filme questiona, diretamente, o aumento da pobreza decorrente da imigração e o preconceito contra quem não pertence ao status quo sueco. "E isso ocorre num momento em que, na Europa (e não apenas), as pessoas estão cada vez mais individualistas e centradas, a dívida pública aumenta, o governo reduz os investimentos sociais e o abismo entre pobres e ricos torna-se um verdadeiro escândalo", conta o diretor do filme.
Christian, o protagonista, tem muitos lados diferentes em si: ele é idealista em suas palavras e cínico em suas ações. Assim como o diretor, ele é um pai divorciado que trabalha no campo cultural e é comprometido com as questões existenciais e sociais levantadas pelo filme. "Christian é uma contradição ambulante, assim como muitos de nós somos", segundo Östlund.
No elenco, ainda, destaque para Elisabeth Moss, que interpreta uma jornalista tragada pela espiral de situações tragicômicas gerada pelo protagonista. Aqui, mais uma atuação elogiada da norte-americana - atualmente, ela levou o Emmy de melhor atriz pela aclamada série O conto da aia e, antes, ela recebeu um Globo de Ouro, em 2014, pela atuação na série Top of the lake.
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