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Opinião

- Publicada em 14 de Dezembro de 2017 às 16:22

'O mundo é dos espertos'

Maurício André Gonçalves
Quantas vezes você identificou uma oportunidade de obter certa vantagem caso se utilizasse de "expedientes não convencionais" para atingir um objetivo? Provavelmente várias, afinal de contas vivemos em um ambiente relacional e enfrentamos conflitos de interesse em nossas atividades corriqueiras. A questão é como lidamos com esses dilemas. É isso que nos define como indivíduos e sociedade, em seus variados aspectos culturais.
Quantas vezes você identificou uma oportunidade de obter certa vantagem caso se utilizasse de "expedientes não convencionais" para atingir um objetivo? Provavelmente várias, afinal de contas vivemos em um ambiente relacional e enfrentamos conflitos de interesse em nossas atividades corriqueiras. A questão é como lidamos com esses dilemas. É isso que nos define como indivíduos e sociedade, em seus variados aspectos culturais.
O Brasil está em evidência no mundo, nos últimos anos, por conduzir combate à corrupção sem precedentes: a Lava Jato. Pode-se pensar que lá fora nós sejamos vistos com desdém, afinal somos um país de 3º mundo, com graves problemas sociais e um vasto histórico de desvios éticos na política, e até mesmo - como episódios recentes comprovam - na iniciativa privada. Não é bem assim. Na imprensa estrangeira, há muitas vezes uma visão de que a corrupção no país não apenas é apurada, mas também enfrentada. Será que esse olhar positivo e a compreensão dessa quebra de paradigmas são compartilhados pelo povo brasileiro? Será que estamos fazendo também a nossa parte, agindo de acordo com a lei e a Justiça? Chovem críticas à crise política, ao governo e à própria cultura nacional, mas faltam ações para a afirmação de um ambiente ético entre a própria população brasileira. O culpado é sempre o outro. Enquanto isso, sob o pretexto quase inconsciente de que "o mundo é dos espertos", segue-se incorrendo em desvios de conduta, às vezes sutis, mas sempre sintomáticos.
Associar transgressões éticas à esperteza é dar aval à pecha de país corrupto que nos malfere como nação. Este estigma eleva o custo Brasil, dificulta investimento externo e a consolidação de uma economia produtiva e meritocrática. A Lava Jato, no esforço de passar o Brasil a limpo, acaba servindo de lição para todos, com uma mensagem clara de que a impunidade é o verdadeiro mal a ser combatido. Seja no Congresso Nacional ou no quintal de casa.
Advogado
 
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