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Opinião

- Publicada em 14 de Dezembro de 2017 às 16:15

Mercado imobiliário quer vender em meio à crise

Já não é preciso escrever muito para contar o que aconteceu com o mercado imobiliário brasileiro nos últimos anos. Do analista de banco no escritório ao corretor de imóveis nas ruas, a história é conhecida de cor e salteado: as grandes empresas correram para levantar dinheiro na bolsa de valores, saíram comprando terrenos e lançando empreendimentos numa velocidade inédita, partiram para cidades que não conheciam, venderam imóveis freneticamente, algumas perderam o controle de tudo isso, tiveram prejuízos, perceberam que estava quase tudo errado e decidiram se reorganizar.
Já não é preciso escrever muito para contar o que aconteceu com o mercado imobiliário brasileiro nos últimos anos. Do analista de banco no escritório ao corretor de imóveis nas ruas, a história é conhecida de cor e salteado: as grandes empresas correram para levantar dinheiro na bolsa de valores, saíram comprando terrenos e lançando empreendimentos numa velocidade inédita, partiram para cidades que não conheciam, venderam imóveis freneticamente, algumas perderam o controle de tudo isso, tiveram prejuízos, perceberam que estava quase tudo errado e decidiram se reorganizar.
Agora, com o início do fim da crise econômico-financeira que assolou o Brasil por pelo menos dois anos, há perspectivas de melhoras. Mesmo assim, há muitos imóveis à venda ou para alugar em quase todas as cidades do País. As promoções, com rebaixamento de preços, com imóveis usados nas transações e financiamento direto com prazo longo, deram uma reaquecida - não grande ainda - no mercado de imóveis, especialmente apartamentos. Enquanto esse enredo se desenhava até dois anos, grupo de empresas regionais escrevia uma história paralela. Praticamente desconhecidas nos grandes centros e dos investidores, essas construtoras seguiram, por convicção ou falta de oportunidade, distantes do mercado de capitais, e da pressão por resultado que a bolsa impõe.
Muitas apostaram no programa Minha Casa Minha Vida, lançado em 2009 para subsidiar a construção de casas populares, e passaram a figurar entre as maiores construtoras do setor em número de unidades. Há casos de empresas como a curitibana Casa Alta que chegou a ter 87 canteiros de obra, em atividade em um ano, atingindo uma área total de 2,8 milhões de metros quadrados em construção no País. Entre as grandes, as que mais se destacaram no segmento de habitação econômica foram as mineiras MRV e Direcional, com receita de R$ 3,8 bilhões e R$ 1,7 bilhão há poucos anos.
A dificuldade das grandes incorporadoras abriu espaço para empresas menores, que dominavam o relacionamento com os bancos públicos, financiadores do programa, e que investiram em tecnologia para ganhar escala e fazer a conta fechar. "Hoje, essas empresas não assentam mais tijolo", diz José Carlos Rodrigues Martins, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Elas importam formas de alumínio da China e preenchem o espaço com cimento - método que reduz de quatro meses para um a construção de um prédio de cinco andares, e que exige um terço da mão de obra.
Outro problema, enfrentado tanto por incorporadoras, construtoras quanto por pessoas físicas donas de imóveis, é a crise econômico-financeira. Com parcelamento de vencimentos no governo do Estado e na prefeitura de Porto Alegre, não ficou fácil vender um apartamento, menos ainda uma casa. Não há mercado, ou ele é muito restrito, ainda mais para imóveis com valor superior a R$ 500 mil. No entanto há bons lançamentos, nos quais, repete-se, o imóvel usado entra na negociação, além do parcelamento financeiro direto com a construtora ou incorporadora.
Quanto às construtoras, é inegável o esforço de publicidade que fazem para colocar seus produtos junto ao público, mesmo em meio às dificuldades decorrentes da falta de dinheiro e do endividamento generalizado. Mas é na crise que se deve anunciar ainda mais, não o contrário, como alguns setores fazem, ajudando, aí sim, a paralisar os seus negócios.
 
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