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Saúde

- Publicada em 21 de Dezembro de 2017 às 22:37

Quase 90 mil pessoas na fila por especialistas em Porto Alegre

Uso do teleatendimento zerou a espera na área dermatológica

Uso do teleatendimento zerou a espera na área dermatológica


FREDY VIEIRA/JC
Nesta semana, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Capital comemorou o fim da fila de espera por consultas dermatológicas. Em dezembro de 2016, 5.673 pessoas aguardavam por consulta com um dermatologista. Agora, no final de 2017, apenas 16 seguem no aguardo. O feito é atribuído à disponibilização, desde fevereiro, do aplicativo DermatoNet, desenvolvido em parceria entre o governo estadual e o Telessaúde-RS, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
Nesta semana, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Capital comemorou o fim da fila de espera por consultas dermatológicas. Em dezembro de 2016, 5.673 pessoas aguardavam por consulta com um dermatologista. Agora, no final de 2017, apenas 16 seguem no aguardo. O feito é atribuído à disponibilização, desde fevereiro, do aplicativo DermatoNet, desenvolvido em parceria entre o governo estadual e o Telessaúde-RS, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
Pelo aplicativo, o médico da Atenção Básica pode enviar fotos das lesões de pele ao especialista, que oferece assistência quando houver dúvida quanto ao diagnóstico. O saudado avanço, porém, ainda é discreto no geral. Se forem consideradas todas as especialidades, quase 90 mil pessoas ainda aguardam por um atendimento especializado na cidade.
Desde o começo do ano, a SMS tem divulgado, mensalmente, o tamanho da fila por consultas com especialistas e de exames. Se comparados os dados de dezembro de 2016 aos de dezembro de 2017, percebe-se que, além da dermatologia, a gastrologia (de 1.712 pessoas na fila de espera em 2016 para 1.013 em 2017), a otorrinolaringologia adulto (de 3.497 para 401) e a reumatologia adulto (de 1.725 para 653) também apresentaram reduções significativas. O número de pessoas em fila de espera para consultas de cirurgia plástica adulto, oftalmologia pediátrica, ortopedia de pé e proctologia adulto também foi reduzido.
Em compensação, a fila de espera para consulta ginecológica com fins de planejamento familiar, a de oftalmologia adulto, a de reabilitação auditiva adulto e a de neurologia de coluna adulto aumentou bastante. A primeira subiu de 495 para 1.013, e a segunda, de 765 para 1.062. Outras especialidades também apresentaram aumento (acupuntura, cirurgia geral, cirurgia obesidade mórbida, cirurgia vascular adulto, cirurgia vascular varizes, neurologia adulto e pediátrica, oftalmologia adulto, quase todas as especialidades ortopédicas, urologia adulto e reabilitação auditiva adulto), mas os números não são tão expressivos quanto as duas primeiras.
Para fins de comparação, o Jornal do Comércio focou as especialidades com mais de mil pessoas na fila. As mais preocupantes são cirurgia geral adulto (8.069), neurologia adulto (6.978), oftalmologia adulto (8.397), todas as especialidades ortopédicas (juntas, somam 26.139 pessoas na fila) e proctologia adulto (4.076). No total, 89.156 pessoas aguardam por uma consulta médica e 4.428 esperam vaga para uma consulta odontológica.

Em 2018, prefeitura tentará reduzir a fila em seis especialidades médicas

Já no começo de 2018, a Secretaria Municipal de Saúde pretende trabalhar na redução da fila de espera por atendimento em seis especialidades médicas: cirurgia vascular, ortopedia, neurocirurgia, proctologia, urologia e neurologia, todos adulto. O secretário municipal de Saúde de Porto Alegre, Erno
Harzheim, explica que as ferramentas utilizadas serão o Telessaúde e a Telemedicina, a fim de resolver boa parte das questões nos postos de saúde.
Para a ortopedia, que acumula o maior número de pessoas esperando por uma consulta, a intenção é, além do uso da Telemedicina, promover uma capacitação da equipe médica na área. "A oferta de consultas e de exames não é grande. Além disso, a formação acadêmica do clínico geral é um pouco limitada nessa área, assim como a do médico de família. Então, pode haver certa dificuldade em fazer a avaliação clínica e de determinar quais casos devem ser encaminhados a um especialista", pondera Harzheim.
Para tentar mitigar a dificuldade na área, a pasta também investirá na ampliação de oferta. Atualmente, um contrato com o Hospital Independência vem sendo negociado para disponibilizar mais 720 consultas ortopédicas mensais. No entanto, Harzheim argumenta que somente a ampliação não será suficiente para zerar a espera dos pacientes. "Se só aumentarmos a oferta, nunca vai resolver. Um mutirão não ajuda. Vai desafogar e depois inchar de novo. Temos que trabalhar nesse procedimento adequado de encaminhamento", garante.
Embora a dermatologia e a oftalmologia já possuam aplicativos que facilitam o diagnóstico, a SMS também investiu na criação de protocolos de regulamentação para que o médico do posto de saúde possa saber quando deve encaminhar um paciente a um especialista. "É uma grande inovação no Brasil. Não há, na literatura, esse tipo de indicação. Então, agregamos ao sistema informatizado esses critérios de gravidade que indicam que o paciente deve ser encaminhado", explica o secretário.