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Esportes

- Publicada em 03 de Dezembro de 2017 às 12:15

Brasil fecha 1º dia do Mundial Paralímpico de Natação com 4 ouros e 8 pódios

Agência Estado
O Brasil iniciou com tudo o Mundial Paralímpico de Natação. Com quatro ouros e um total de oito pódios conquistados neste sábado, sendo que os últimos deles em provas encerradas apenas na madrugada de domingo no horário de Brasília, o País lidera o quadro de medalhas da competição, que vai até a próxima sexta-feira, na Piscina Olímpica Francisco Marquez, na Cidade do México.
O Brasil iniciou com tudo o Mundial Paralímpico de Natação. Com quatro ouros e um total de oito pódios conquistados neste sábado, sendo que os últimos deles em provas encerradas apenas na madrugada de domingo no horário de Brasília, o País lidera o quadro de medalhas da competição, que vai até a próxima sexta-feira, na Piscina Olímpica Francisco Marquez, na Cidade do México.
No mesmo complexo que foi palco da natação e de outras modalidades da Olimpíada de 1968, o time nacional teve o seu sucesso impulsionado principalmente pelos astros Daniel Dias e André Brasil, decisivos para fazer com que a seleção brasileira fechasse no topo o primeiro dia de disputas da competição, na qual também acumulou outras duas pratas e dois bronzes. Assim, o Brasil deixou para trás os Estados Unidos, vice-líderes da classificação geral, com três ouros, quatro pratas e dois bronzes.
Depois de ter aberto este Mundial com André Brasil conquistando a primeira medalha dourada na única final que o País fez na manhã inicial de disputas do evento na capital mexicana, nos 100 metros nado costas da classe S10, a equipe nacional empilhou medalhas na programação noturna. E a primeira delas veio por meio de Daniel Dias, que começou este Mundial justificando com brilho o seu status de principal atleta paralímpico brasileiro na história. O astro venceu com facilidade a prova dos 100 metros livre na categoria S5 ao cravar o tempo de 1min10s58.
Agora, ele contabiliza nada menos do que 27 medalhas de ouro conquistadas na história da competição, que ele começou a participar em 2006, em Durban, na África do Sul, onde já subiu ao topo do pódio por três vezes. Depois disso, o paulista nascido em Campinas voltou a ostentar o objeto dourado no peito em mais 21 ocasiões, sendo oito nas edições de Eindhoven-2010, seis em Montreal-2013 e sete em Glasgow-2015.
Para voltar a confirmar favoritismo, Daniel foi dominante desde o início da prova deste sábado. Ele abriu larga vantagem após a largada e antes da virada dos últimos 50 metros, deixou claro que não teria qualquer risco de perder o ouro. Para se ter uma ideia de sua superioridade, o francês Theo Curin ficou com a prata com um tempo 7s70 mais lento ao cronometrar 1min18s28, enquanto o bronze foi obtido por Thanh Tung, do Vietnã, com 1min19s56. No total, o astro brasileiro que possui má formação congênita dos membros superiores e na perna direita agora contabiliza 32 medalhas em Mundiais, nos quais também acumula outras seis pratas.
Horas mais tarde, por sua vez, ele fez parte da equipe brasileira do revezamento 4x100m livre que faturou outro ouro para o País, também de forma tranquila, quando Daniel formou quarteto vencedor com André Brasil, Phelipe Rodrigues e Ruiter Silva, que terminou a prova em 4min10s30, muito à frente do time da Itália, prata com 4min15s27, e da Argentina, bronze com 4min19s46.
"Entramos sabendo quais seriam nossos adversários, eu, Daniel, Phelipe entramos já desgastados pelas provas que nadamos hoje, e foi a primeira que nós conquistamos. Nós viemos fazer nosso trabalho, e estamos fazendo, vale quem toca na placa primeiro, como costuma dizer meu grande amigo Thiago Pereira", disse André Brasil, lembrando o compatriota que foi medalhista olímpico de prata nos 400m medley dos Jogos de Londres-2012.
Daniel Dias, por sua vez, mostrou o habitual senso de humor ao falar de uma de suas deficiências físicas. "Eu brinco que comecei com pé direito, apesar de não tê-lo. Mas estou muito feliz com nossos resultados, começar assim é bom para dar andamento (ao bom rendimento do País) à competição", destacou.
Antes de nadarem juntos no revezamento 4x100m, Felipe Rodrigues e André Brasil travaram o duelo mais interessante do dia na final do 50m livre categoria S10, que só foi decidida na batida de mão no bloco, com o primeiro deles triunfando para conquistar o seu primeiro ouro em um Mundial ao fechar a disputa com o tempo de 23s96. André, desta vez, teve de se contentar com a prata ao ficar apenas 18 centésimos atrás do seu compatriota (24s14). O bronze foi obtido pelo espanhol David Levecq, com 25s65.
"Sempre almejei um ouro no Mundial. Quando eu vi que ganhei a prova, eu fiquei meio que sem reação, mas a sensação é incrível, saber de tudo que eu abdiquei pra chegar aqui valeu a pena, e com certeza dá pra render muito mais. Ainda nem sei como descrever o que estou sentindo", festejou Phelipe.
Outro destaque brasileiro deste primeiro dia de disputas do Mundial Paralímpico foi Beatriz Carneiro, que faturou a medalha de prata na prova dos 100m peito na categoria SB14, para atletas com deficiência intelectual. Ela se garantiu no segundo lugar do pódio com o tempo de 1min21s99 e só ficou atrás da espanhola Michelle Morales, que foi absoluta na prova e levou o ouro após completá-la em 1min15s05.
O Brasil ainda garantiu duas medalhas de bronze em outras duas disputas da noite deste sábado no Mundial. Uma delas foi conquistada por Raquel Viel na prova dos 100m costas na categoria S12 e teve um peso especial, pois ela conseguiu um lugar no pódio após mais de um ano de combate a um câncer de mama que chegou até a colocar em dúvida a continuidade de sua carreira.
Deficiente visual desde o nascimento (congênita), ela preferiu continuar nadando mesmo enquanto realizava quimioterapia e radioterapia, em uma decisão temida pelos próprios médicos, mas que serviu para combater a depressão que este tratamento costuma causar. E agora, Raquel acabou sendo premiada com uma medalha já na sua primeira prova neste Mundial, no qual também competirá nos 100m peito na classe S12.
O outro bronze da noite para o Brasil veio também em uma prova dos 100m costas da categoria S12, desta vez entre os homens, com Thomaz Matera, que teve retinose pigmentar e se tornou atleta paralímpico depois que a sua visão piorou de forma gradativa.
Em outras provas envolvendo brasileiros nesta noite de dia de disputas no México, Joana Neves ficou em quinto lugar na final dos 100m livre categoria S5; Ítalo Pereira foi o quinto nos 100m livre S7 e Thalisson Glock foi apenas o sétimo nos 400m livre classe S6.
O Mundial terá janela de descanso para os nadadores na manhã neste domingo e só voltará a ter provas a partir do final da tarde, quando André Brasil e Phelipe Rodrigues estarão na briga direta por medalhas nos 100m livre categoria S10, em nova disputa que promete ser eletrizante entre os dois. Edênia Garcia (50m costas S3), Joana Neves (50m borboleta S5), Gabriel Souza (100m livre S8), Cecília Araújo (100m livre S8 feminina) e Thomaz Matera (400m livre S13) serão os outros brasileiros que cairão na água em outras finais deste domingo.
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