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Economia

- Publicada em 27 de Dezembro de 2017 às 17:51

Carvões ativados poderão ser usados para limpeza

Tecnologia que remove sais e poluentes orgânicos é fruto de pesquisa de doutorado com apoio da Fapesp

Tecnologia que remove sais e poluentes orgânicos é fruto de pesquisa de doutorado com apoio da Fapesp


/TATIANE LIBERATO/UFSCAR/DIVULGAÇÃO/JC
Uma tecnologia desenvolvida no Departamento de Engenharia Química da Universidade federal de São Carlos (UFSCar), e já com patente registrada, vai permitir o desenvolvimento de processos que utilizam carvões ativados para a remoção de sais e limpeza de poluentes orgânicos.
Uma tecnologia desenvolvida no Departamento de Engenharia Química da Universidade federal de São Carlos (UFSCar), e já com patente registrada, vai permitir o desenvolvimento de processos que utilizam carvões ativados para a remoção de sais e limpeza de poluentes orgânicos.
A inovação foi depositada pela Agência de Inovação da universidade no primeiro semestre de 2018 e é fruto de uma pesquisa de doutorado que conta com o auxílio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). À frente estão os pesquisadores Rafael Linzmeyer Zornitta e Luís Augusto Martins Ruotolo.
A utilização dos carvões ativados para a remoção de sais e limpeza de poluentes orgânicos se dá por meio da eletrossorção e adsorção, respectivamente, reduzindo a quantidade destes componentes na água e retendo-os em sua superfície. Isso acontece porque, com a variação dos agentes dopantes no precursor, é possível obter carvões ativados com valores elevados de área superficial, condutividade e volumes de poros. Com o invento, essas propriedades podem ser moduladas de acordo com a aplicação desejada.
Uma das principais vantagens da tecnologia é o custo de produção mais acessível - com matéria-prima relativamente barata - quando comparado com materiais semelhantes já disponíveis. "Considerando a diversidade de produtos, quando comparamos eficiência e características de alta performance, nós acreditamos que o preço de nosso carvão ativado é bastante competitivo", afirma Ruotolo.
Embora imperceptível, o carvão ativado é um material presente em objetos que fazem parte do dia a dia das pessoas, como o filtro das torneiras domésticas e sistemas de desodorização, e possui diversas aplicações industriais. O Brasil já apresenta processos de adsorção para a remoção de moléculas orgânicas e sais para uso em tratamento de água e efluentes, além de armazenamento de energia. Entretanto, como a remoção acontece na superfície do material, é necessária uma elevada área superficial.
Outro diferencial dessa tecnologia é, justamente, a eficiência na remoção de íons e compostos orgânicos devido à sua área elevada, que demanda uma pequena quantidade de material. Com isso, possibilita a sua aplicação em ações como tratamento de água, tratamento de efluentes industriais (para remoção de metais pesados e compostos orgânicos), para dessalinização de água (para obtenção de água potável) e até mesmo para aplicações em dispositivos como supercapacitores e baterias.
Foram cerca de quatro anos de desenvolvimento. As aplicações apresentam como característica central a capacidade de armazenar, adsorver e reter moléculas, íons ou compostos poluentes em sua superfície. Assim, quando se deseja fazer um tratamento de água ou de resíduos industriais, é possível a remoção de íons e moléculas, o que viabiliza muitas vezes o reuso da água.
Zornitta relata que o material também serve à área médica em equipamentos que são utilizados em pacientes com problemas na filtragem de sangue, tendo aplicação em hemodiálise e em casos de envenenamento alimentar. "A primeira medida utilizada após envenenamento é a ingestão de cápsulas de carvão ativado que, ao chegarem no estômago, adsorvem os compostos tóxicos. Neste cenário, é possível notar que o material desenvolvido em nosso grupo tem uma vasta gama de aplicações", destaca o pesquisador.
O objetivo dos variados tipos de carvão ativado é permitir a seleção das propriedades de acordo com a aplicação desejada, na medida em que as diferentes formas de preparação do precursor podem resultar em um carvão ativado com maior ou menor condutividade e maior ou menor área para adsorção.
A patente, que ainda não está disponível no mercado, aguarda o interesse comercial de empresas que atuam na produção de adsorventes, supercapacitores, baterias, catalisadores e eletrodos para deionização capacitiva; ou para a utilização em produtos, como filtros de purificação de água e filtros para água salobra.
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