O Dieese divulgou, nesta quarta-feira (13), uma pesquisa que mostra como os jovens da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) se comportam quando o assunto é estudar e trabalhar. A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da RMPA, coordenada por Fundação de Economia e Estatística (FEE), Dieese e FGTAS, revela que jovens entre 15 e 29 anos representam 22,2% da população na região em 2016, praticamente um quarto da população.
Em nota, o Dieese chama a atenção para o que considera um dado "alarmante": 12,1% dos jovens não estudam, não trabalham e não estão buscando ocupação. Conforme o Dieese, esse número é expressivo, pois diz respeito a uma juventude que não participava dos circuitos da educação regular ou do trabalho remunerado. Entre 1996 e 2016, esse percentual da população juvenil declinou pouco, passando de 15,1%, em meados dos anos de 1990, para os atuais 12,1%.
Na região metropolitana da Capital, uma parcela significativa de jovens (58,9%) não estuda, e a maior parte dos que não estuda é composta de jovens que trabalha (46,8%). Para a economista do Dieese Lucia Garcia, a recomendação vai na direção contrária: "A educação deve ganhar prioridade para o conjunto da juventude, libertando-a do ingresso precoce no mercado de trabalho", diz.
No último ano, os jovens que conciliavam estudo e trabalho e/ou procura por trabalho na RMPA correspondiam a 14,8% do total, percentual muito próximo ao verificado no início da série analisada (14,6%), em 1996.
Ainda assim, Lucia chama a atenção para a necessidade de políticas públicas que facilitem e estimulem os jovens a manterem-se estudando. “Apesar da grande evolução do nível educacional da população jovem da Região Metropolitana de Porto Alegre no período, em 2016 apenas 6,2% dos jovens com idade entre 15 e 29 anos tinham completado o ensino superior e aproximadamente 60% deles não estudavam”, destaca a pesquisadora.