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Economia

- Publicada em 13 de Dezembro de 2017 às 20:49

Número de imigrantes com autorização para trabalhar no Brasil caiu 22,3% em 2016

Agência Estado
A crise econômica atingiu o setor de trabalho para estrangeiros. Ao longo de 2016, apenas 28.658 imigrantes conseguiram autorização para entrar no mercado formal, um declínio de 22,3% em relação ao ano anterior. Até o começo do ano passado, a instabilidade da economia tinha impactado o emprego dos trabalhadores nacionais. Os estrangeiros, no entanto, só sentiram o efeito da crise agora, quando o agronegócio que emprega haitianos e latino-americanos no corte de aves e suínos começou a enfrentar o impacto da redução das vendas internas e das exportações de carne.
A crise econômica atingiu o setor de trabalho para estrangeiros. Ao longo de 2016, apenas 28.658 imigrantes conseguiram autorização para entrar no mercado formal, um declínio de 22,3% em relação ao ano anterior. Até o começo do ano passado, a instabilidade da economia tinha impactado o emprego dos trabalhadores nacionais. Os estrangeiros, no entanto, só sentiram o efeito da crise agora, quando o agronegócio que emprega haitianos e latino-americanos no corte de aves e suínos começou a enfrentar o impacto da redução das vendas internas e das exportações de carne.
Dados do Relatório Anual 2017, divulgado nesta quarta-feira (13) pelo Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), com apoio do Ministério do Trabalho, mostram que 95% das contratações formais foram postos temporários.
Os haitianos mantêm, desde 2013, o primeiro lugar no ranking do trabalho para estrangeiros, mas o ritmo da sua migração reduziu em 12,85% na variação de 2016 para o ano anterior.
Houve aumento na imigração de estrangeiros ainda com pouca presença no setor formal, como os angolanos, que tiveram aumento de 43,14% na comparação dos dois anos, seguidos de senegaleses (42,25%) e venezuelanos (32,13%).
No ano passado, 25,7 mil haitianos trabalhavam no mercado formal, seguidos de portugueses (8,8 mil), paraguaios (7,7 mil), argentinos (7,1 mil), bolivianos (5,9 mil) e uruguaios (3,9 mil). Mais afastados nesse ranking estão justamente os angolanos (1 mil), senegaleses 835) e venezuelanos (812).
Um dos organizadores do relatório, o professor Leonardo Cavalcanti, da Universidade de Brasília, observou que, enquanto a crise atingia o mercado dos trabalhadores nacionais em 2015, o setor para estrangeiros permanecia inalterado. "Os imigrantes passaram a ser afetados no ano passado", disse.
Os dados mostram que a redução de contratações ocorreu na Região Sul, que abriga os frigoríficos. Em 2016, os Estados de Santa Catarina (14 mil contratações), Paraná (13 mil) e Rio Grande do Sul (11 mil) ainda estavam à frente da lista de maiores empregadores formais de imigrantes.
A queda no fluxo de imigrantes trabalhadores ocorre após um período de grande atração. "Resta agora sabermos o que ocorrerá na questão da imigração, depois que o Brasil deixou de ser o Eldorado do mundo, realizar a Copa e a Olimpíada", afirma Leonardo Cavalcanti, professor da Universidade de Brasília e um dos organizadores do relatório. "É uma grande incógnita."
O pesquisador ressalta, porém, que uma primeira análise dos números do primeiro semestre de 2017 indica uma sinalização de melhora na oferta de emprego para estrangeiros. De janeiro a junho, 22 mil foram admitidos. O total de desligamentos chegou a 17 mil.
Ele ressaltou que o Brasil nunca foi o país de "desejo" dos haitianos. Para esses imigrantes, o País é apenas uma alternativa diante das restrições impostas pelos Estados Unidos e pela Comunidade Europeia. Cavalcanti observa que os haitianos conseguiram se adaptar, em boa parte, ao mercado brasileiro. "Ele é mais resistente que o trabalhador nacional", avalia.
O pesquisador observa que o migrante que saiu do Haiti e passou pelo Acre antes de chegar ao Sul do País, tem mais facilidade, até por não ter família, com a crise do setor de ponta do agronegócio, migrar para outras cidades como São Paulo.
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