Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 03 de Dezembro de 2017 às 19:25

Juros do rotativo já estão mais baixos que os do cheque especial

A taxa de juros da linha de crédito tradicionalmente mais cara do mercado, a do rotativo do cartão, começou a cair e, agora, já está menor do que outra fonte regular de dor de cabeça para o correntista, o cheque especial. Na semana de 10 a 17 de novembro, última base de dados disponível no site do Banco Central, os juros do cartão chegaram a 215% ao ano, ou 10% ao mês. No mesmo período, a alta dos juros do cheque especial alcançou 333,68% ao ano, 13% ao mês.
A taxa de juros da linha de crédito tradicionalmente mais cara do mercado, a do rotativo do cartão, começou a cair e, agora, já está menor do que outra fonte regular de dor de cabeça para o correntista, o cheque especial. Na semana de 10 a 17 de novembro, última base de dados disponível no site do Banco Central, os juros do cartão chegaram a 215% ao ano, ou 10% ao mês. No mesmo período, a alta dos juros do cheque especial alcançou 333,68% ao ano, 13% ao mês.
A principal razão para esse movimento é resultado das recentes regras do sistema rotativo de cartões, que entraram em vigor em abril, fixando o limite máximo de sua utilização em 30 dias. Caso o valor total não seja pago nesse prazo, há uma migração automática para um parcelamento, com média de taxa de juros de 144,89% ao ano entre os cinco principais bancos do varejo - Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
"As pessoas não querem cair no parcelamento, então evitam o rotativo. Com menos procura, as taxas caem, mas o cliente busca outra fonte de crédito", afirma o professor de finanças do Insper, Ricardo Rocha. No entanto ele não acredita que as taxas chegarão a níveis tão baixos para serem consideradas saudáveis. "Esse crédito é caro. Dependemos das reformas, do resultado das eleições e da certeza de que a economia se recuperou. Mais ou menos até 2020, veremos um sobe e desce dos juros", aposta.
As altas taxas de inadimplência também justificam o alto custo dessa modalidade de crédito, aponta Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi). "Seguimos em período de ajuste, e o endividamento das famílias é alto. Enquanto as instituições não sentirem que esse risco baixou, também não vão reduzir suas taxas."
Entre os principais bancos, a taxa média do rotativo total para pessoa física é de 326,64% ao ano. A exceção é o Bradesco, que chega aos 696,16%. Procurado, o banco explicou, em nota enviada pela assessoria de imprensa, que "interpretar (as taxas de rotativos cartões de créditos) depende de agregar fatores como a base de portfólios e o histórico estatístico".
Segundo a instituição, ainda em nota, "é necessário ter uma visão ampla para análise das variações". O Bradesco, contudo, não explica quais são as variantes empregadas nessa avaliação.
A concentração da oferta de crédito também colabora para que os efeitos da recuperação econômica não sejam sentidos pelo consumidor que busca por socorro financeiro. "É importante observar que os bancos têm pouca concorrência nesse sentido, além da liberdade para ajustar suas taxas como desejarem", analisa Rocha, do Insper.
Para além dos bancos, as novas empresas que operam com tecnologia dentro do sistema financeiro, as fintechs, começaram a investir também nesse nicho de crédito. Com alcance muito menor do que as grandes instituições do mercado, fintechs como a Geru oferecem linhas, pela internet, com taxas que variam entre 2% e 5% ao mês. A definição da taxa gerada vai depender de uma análise de crédito que passa pela avaliação do histórico do solicitante e o encaminhamento de um questionário. Por isso, o usuário deve se preparar para compartilhar dados financeiros com a plataforma virtual.
"A maioria das pessoas desconhece o fato de que há alternativas que levam a um menor endividamento", afirma o presidente executivo e fundador da Geru, Sandro Reiss. Para ele, há espaço para uma queda maior nos juros sem impactos negativos no setor financeiro.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO