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Cultura

- Publicada em 18 de Dezembro de 2017 às 00:30

Exposição Terramarear reúne gravuras e fotografias de Maristela Salvatori

Margs inaugura amanhã mostra com antologia da artista Maristela Salvatori

Margs inaugura amanhã mostra com antologia da artista Maristela Salvatori


MARGS/DIVULGAÇÃO/JC
Obras produzidas ao longo dos últimos 30 anos de carreira de Maristela Salvatori (1960) ocupam a Pinacoteca do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs) a partir de amanhã. A exposição Terramarear, com curadoria da historiadora e crítica de arte Paula Ramos, inaugura às 19h de terça-feira, apresentando uma antologia da artista.
Obras produzidas ao longo dos últimos 30 anos de carreira de Maristela Salvatori (1960) ocupam a Pinacoteca do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs) a partir de amanhã. A exposição Terramarear, com curadoria da historiadora e crítica de arte Paula Ramos, inaugura às 19h de terça-feira, apresentando uma antologia da artista.
Natural de Porto Alegre, Maristela é professora do Instituto de Artes da Ufrgs, onde foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, e atualmente coordena a Galeria da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo. Foi artista residente, por dois anos, na Cite Internationale des Arts, anexo Montmartre, na capital francesa, por ocasião de seu doutoramento em Arts et Sciences de L'Art, na Universite Paris I, Panthéon - Sorbonne.
Comentando o título da exposição, a artista escreve: "Terramarear, neologismo resultante da justaposição de palavras, remete não apenas ao universo de muitos dos trabalhos aqui apresentados, como também ao seus recursos construtivos, uma vez que diversas obras decorrem da associação de diferentes recursos técnicos e modos de impressão; evoca também a ideia de deslocamento e - por que não? - de um 'lançar-se' ao inexplorado, ao misterioso". Maristela complementa a interpretação: "Há, por assim dizer, um deslocamento em círculos, com cenas marinhas e composições urbanas nas quais a fragmentação, a repetição, a serialização e o desdobramento são uma constante".
A professora porto-alegrense admite sua paixão pela gravura e pela fotografia, linguagens com as quais seus trabalhos dialogam, mesclando procedimentos tradicionais e tecnologias digitais: "Eles exibem, portanto, a matriz fotográfica, ao mesmo tempo em que revelam, em sua materialidade, os recursos da gravura e da monotipia em/sobre metal, bem como da manipulação digital. São impressões calcográficas e digitais nas quais, além de me apropriar de fotografias - ou aspectos destas -, trago a representação ou a alusão a lugares que me fascinam e cativam, seja devido a suas formas, seja pela carga de memória que evocam".
Entre os trabalhos mais recentes de Maristela estão curiosas montagens fotográficas em impressão digital. Para os que acompanham a poética da artista, essas obras podem gerar surpresa. Afinal, ela é reconhecida por sua pesquisa calcada nos processos da gravura, sobretudo da gravura em metal. Nesta nova mostra, estão expostas imagens justapostas, formando uma estrutura de grade.
Despretensiosos, esses trabalhos, desenvolvidos ao longo de 2012, trazem temas e elementos que pautam a poética de Maristela, a saber: perspectivas acentuadas, fragmentos arquitetônicos, postes, luminárias e paredões evidenciando os cruzamentos de linhas e planos no espaço. Eles também destacam as etapas de edição e de montagem, caras à artista, e são resultado de um processo de impressão, embora digital. Por fim, convidam a imaginar o que poderia estar no módulo em branco, invariavelmente centro das composições.
A observação da obra da artista sugere que o branco das possibilidades, em sua posição nuclear, poderia estar reservado a uma imagem gravada; afinal, em trabalhos ligeiramente anteriores, Maristela fez o procedimento contrário: os módulos eram em monotipia e, em determinado ponto, inseriu uma imagem fotográfica, direcionando para a matriz de seu processo.
Fotografia e gravura andam juntas em Terramarear, seleção com cerca de 120 trabalhos. Das gravuras em metal dos anos 1980, pautadas em fotografias de familiares e amigos em momentos de lazer no Litoral; passando pela série Viagem de rio (1993), decorrente de um percurso de 10 dias ao longo do rio São Francisco; chegando às cenas de hangares, cais, construções monumentais, silenciosas e abandonadas em cidades visitadas pela artista.
Num diálogo com a paisagem, natural ou construída, figuras humanas foram retiradas, ruídos urbanos, excluídos, permanecendo a arquitetura, com seus planos, linhas, levezas e pesos no espaço. Nesse processo, talvez tão importante quanto a viagem física, que possibilitou o registro fotográfico e, por extensão, a produção dessas obras, está a viagem interna, que abriu a Maristela novas possibilidades de pensar a representação do espaço, o lugar do observador - e, por consequência, dela mesma - e a própria técnica da gravura, com suas múltiplas possibilidades.
A exposição pode ser visitada até 11 de março de 2018, com entrada gratuita, de terça-feira a domingo, das 10h às 19h. Visitas mediadas podem ser agendadas no e-mail [email protected].
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