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Empresas & Negócios

- Publicada em 18 de Dezembro de 2017 às 08:41

Aposta on-line ganha adeptos

Os jogos on-line no Brasil, cuja regulamentação parcial está em estudo no Ministério da Fazenda, têm potencial para movimentar R$ 6,7 bilhões por ano, o que faria do Brasil o terceiro maior mercado, atrás de Reino Unido e Japão.
Os jogos on-line no Brasil, cuja regulamentação parcial está em estudo no Ministério da Fazenda, têm potencial para movimentar R$ 6,7 bilhões por ano, o que faria do Brasil o terceiro maior mercado, atrás de Reino Unido e Japão.
Estudo da KPMG e da entidade do setor RGA (Remote Gambling Association) mostra ainda que a receita tributária com a legalização de apostas esportivas, cassino, pôquer e bingo pela internet alcançaria R$ 1,3 bilhão ao ano.
Cálculos da Fazenda mostram que essa arrecadação poderia dobrar se os jogos de azar em geral, incluindo a versão "física" das apostas, fossem legalizados.
Por enquanto, a Secretaria de Acompanhamento Econômico da pasta estuda enviar um projeto de lei regulamentando somente as apostas de cotas-fixas (conhecidas como "sport betting"), em que os jogadores palpitam sobre eventos futuros, como esportes ou resultados de eleições.
A ideia é criar regras para o futuro licenciamento da operação dessas apostas. Em países como a Itália, mais de 40 empresas atuam nesse mercado.
Hoje, os brasileiros fazem esses jogos em sites estrangeiros: o levantamento da KPMG e da RGA cita que, em 2015, dado mais recente disponível, foram US$ 313 milhões, ou R$ 1 bilhão, apostados.
Se as apostas de cotas fixas fossem regulamentadas, o mercado nacional poderia alcançar R$ 3,9 bilhões somente nessa modalidade.
Os jogos on-line de cassino poderiam movimentar outro R$ 1,8 bilhão por ano, segundo o estudo. Para pôquer e bingo, a estimativa é que as apostas chegariam a R$ 522 milhões e R$ 415 milhões anuais, respectivamente.
"O ponto comum (entre os países que regulamentaram os jogos on-line com sucesso) é um regime de licenciamento aberto a operadores internacionais, em parceria com um sistema de tributação dos lucros", afirma Clive Hawkswood, presidente da RGA. "Se o governo brasileiro seguir esses exemplos, atingirá resultados sólidos." Para Mansueto Almeida, secretário de Acompanhamento Econômico, a tendência é que a arrecadação gerada com os jogos on-line seja repassada à sociedade.
"A defesa da legalização desse tipo de atividade não pode se basear em arrecadação direta para o Estado", diz. "Nos países onde esses jogos são legalizados, os argumentos em prol da operação são geração de empregos, melhoria da infraestrutura e ampliação da cadeia turística."
Atualmente, há dois projetos de lei, na Câmara e no Senado, que propõem a legalização de todos os jogos de azar, não só dos eletrônicos.
O andamento dessas propostas enfrenta resistência tanto da bancada evangélica quanto do Ministério Público Federal, que acredita que a legalização dos jogos de azar pode abrir a porta para operações de lavagem de dinheiro em grande escala.
É por isso que, na avaliação de Mansueto, antes de avançar na legalização, é fundamental a criação de uma agência reguladora independente para fiscalizar o setor.
Hoje, a fiscalização das loterias na Fazenda, por exemplo, é feita por uma equipe de menos de 20 pessoas.
"Para a legalização ampla de jogos, será preciso ampliar muito esse número, criar uma carreira própria e ter uma agência independente, com equipe multidisciplinar formada por economistas, advogados e engenheiros de computação", afirma.
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