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Política

- Publicada em 20 de Novembro de 2017 às 22:39

Declaração de Marchezan em congresso do MBL cria polêmica entre vereadores

Cassiá diz que Marchezan quer carta branca do Legislativo e reclama de 'atropelamento'

Cassiá diz que Marchezan quer carta branca do Legislativo e reclama de 'atropelamento'


LUIZA DORNELES/CMPA/JC
Carlos Villela
A pouco amistosa relação entre a Câmara de Porto Alegre e Nelson Marchezan Júnior (PSDB) escalou mais um nível de instabilidade após a repercussão de um vídeo protagonizado pelo prefeito. "Aqui entre nós, parlamentar é cagão", disse Marchezan para a plateia que lotava o 3º Congresso Nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), nos dias 11 e 12 deste mês. Apesar de a declaração ter ocorrido há mais de uma semana, ela se popularizou nesta segunda-feira e levou os vereadores à reação.
A pouco amistosa relação entre a Câmara de Porto Alegre e Nelson Marchezan Júnior (PSDB) escalou mais um nível de instabilidade após a repercussão de um vídeo protagonizado pelo prefeito. "Aqui entre nós, parlamentar é cagão", disse Marchezan para a plateia que lotava o 3º Congresso Nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), nos dias 11 e 12 deste mês. Apesar de a declaração ter ocorrido há mais de uma semana, ela se popularizou nesta segunda-feira e levou os vereadores à reação.
"Acho que ele expressou o que enxerga sobre os vereadores", disse Valter Nagelstein (PMDB), assinalando que "talvez ele tenha essa dificuldade pelo fato de nunca ter sido vereador e nos considerar elementos políticos de menor importância. Só que nós representamos 1,5 milhão de porto-alegrenses". Nagelstein, que vem aumentando as críticas a Marchezan após lamentar a dificuldade em estabelecer diálogo com o Executivo, afirmou que é o momento para o prefeito fazer uma reflexão sobre suas atitudes em 2017, e que é preciso respeito e compreensão. "Se esse tipo de impasse permanecer, em 2018, ele se inviabiliza como chefe do Executivo."
"Sempre que o prefeito se refere à Câmara, é chamando os vereadores de covardes, medrosos, e, agora, usou a palavra 'cagão'", comentou João Bosco Vaz (PDT). O pedetista cobrou "postura" de Marchezan e disse que é preciso "ter equilíbrio emocional para administrar Porto Alegre". Segundo Bosco Vaz, as atitudes do prefeito em relação à Câmara e o fato de 15 pessoas da administração municipal terem saído "mostram que ele está completamente desequilibrado emocionalmente e desrespeitoso. Está sem postura para ocupar o cargo".
Cassiá Carpes (PP), que votou contra o governo em vários dos principais projetos do Executivo, mesmo pertencendo a um partido da base de Marchezan, afirma categoricamente que, "este ano, o diálogo se esgotou". O vereador nota que a rusga entre os Poderes ocorre porque Marchezan tenta "atropelar" a Câmara, citando o projeto derrotado do IPTU, que chegou na Câmara "na calada da noite e quando estávamos em recesso", como um exemplo de desrespeito e como o princípio do conflito atual. Segundo Cassiá, projetos do Executivo, como a redução de cargos e salários na Procempa e o financiamento de R$ 120 milhões para obras de mobilidade urbana, foram aprovados porque houve respeito por parte do Executivo, levando a uma negociação favorável.
A relação entre a Câmara e Marchezan, tensa desde o começo do ano, quando parlamentares começaram a se queixar da falta de diálogo com o Executivo, parecia ter suavizado quando o vice-prefeito Gustavo Paim (PP) foi escolhido para chefiar a Secretaria de Relações Institucionais. Paim, visto como conciliador, atraiu elogios de vereadores das bancadas independentes. Contudo, a instabilidade retornou quando o então líder do governo, Claudio Janta (SD), rompeu publicamente com o Executivo por causa dos projetos sobre transporte público. Desde então, projetos polêmicos do Executivo encontram baixa receptividade na Câmara. Em discurso cheio de ironia, Janta criticou Marchezan afirmando que quem busca bons serviços e qualidade de trabalho para as pessoas é "covarde", e que "só é valente quem omite em ofício que manda para essa Casa que vai no dia 11 no encontro do MBL. Só é valente quem omite que vai viajar usando recursos da prefeitura e depois vai ser ressarcido nos gastos".
Aldacir Oliboni (PT), contando com a assinatura de outros 16 vereadores, protocolou, durante a sessão, um requerimento, que deve ser votado amanhã, para convocar Marchezan e pedir explicações sobre suas declarações no congresso do MBL. O atual líder do governo, Moisés Maluco do Bem (PSDB), está de licença e não compareceu à sessão ontem. Nenhum vereador da base fez a defesa aberta de Marchezan.
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