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Crise política

- Publicada em 15 de Novembro de 2017 às 16:47

País tem tendência ao autoritarismo, diz Temer

Michel temer fez declarações em Itu, cidade paulista considerada berço do movimento 15 de novembro

Michel temer fez declarações em Itu, cidade paulista considerada berço do movimento 15 de novembro


MARCOS CORRÊA/PR/JC
Em ato de comemoração pelo dia da Proclamação da República, o presidente Michel Temer (PMDB) disse ver "tendências" para o autoritarismo e a centralização do poder ao longo da história do País. O discurso foi feito em Itu, cidade do interior de São Paulo considerada "berço da República" por ter sediado inicialmente o movimento contra a monarquia.
Em ato de comemoração pelo dia da Proclamação da República, o presidente Michel Temer (PMDB) disse ver "tendências" para o autoritarismo e a centralização do poder ao longo da história do País. O discurso foi feito em Itu, cidade do interior de São Paulo considerada "berço da República" por ter sediado inicialmente o movimento contra a monarquia.
"Se não prestigiarmos certos princípios constitucionais, a nossa tendência é sempre caminhar para o autoritarismo, para uma certa centralização. Nós, o povo brasileiro, temos até uma certa tendência para a centralização", afirmou o presidente, que discursava sobre a independência entre os Poderes.
Como forma de provar seu ponto de vista, o presidente refletiu sobre datas como a Revolução de 1930 e o golpe militar de 1964, argumentando que a centralização muitas vezes conta com o apoio popular. Segundo Temer, "quando os movimentos centralizadores ocorrem no País, não é simplesmente um golpe de Estado. É porque o povo também quer".
O presidente lembrou que, após a República, o País viveu longos períodos de conflitos que resultaram numa concentração de poderes, referindo-se à ditadura de Getulio Vargas e à tomada do poder pelos militares. "Temos de governar com espírito de abertura, fazendo harmonia entre os Poderes, com diálogo e respeito ao Legislativo e Judiciário, em diálogo com a sociedade."
O peemedebista fez um discurso a favor de uma maior autonomia administrativa para estados e municípios, acenando com uma reforma federativa que aumente poderes e recursos das regiões. "Vamos enfatizar uma reforma federativa. De maneira que estados e municípios tenham cada vez mais autonomia", afirmou.
Temer ainda ressaltou o simbolismo de Itu. "Não só pelo município, mas também porque aqui nós inauguramos uma fórmula para impedir aqueles movimentos centralizadores que se deram no histórico que eu fiz. O ideal seria que nunca tivéssemos essa centralização ou autoritarismo", concluiu o presidente.
A chamada "Convenção Republicana de Itu" foi "uma reunião de políticos e proprietários de fazendas de café para discutir as circunstâncias do País, marco originário da campanha republicana e da fundação do Partido Republicano Paulista", ocorrida em 1873, segundo o Museu Republicano. A realização desse encontro fez com que a cidade ganhasse o título de "berço da República".

Governo federal tem a colaboração do Congresso Nacional, avalia presidente

O presidente Michel Temer (PMDB) destacou ontem a colaboração, que classificou como "extraordinária", do Congresso Nacional às agendas de seu governo, num momento em que a reforma da Previdência é negociada com parlamentares.
Na visita que faz a Itu, interior de São Paulo, ontem, o presidente citou o diálogo entre os Poderes como princípio republicano que, segundo ele, foi "colocado em ação" desde o primeiro dia de seu governo. O peemedebista também realçou a aliança do governo federal com o Legislativo. "Temos uma colaboração com o Congresso Nacional."
O presidente comentou que o governo também dialoga com a sociedade ao citar a interlocução com empregadores e centrais sindicais na reforma trabalhista, que entrou em vigor no sábado passado.

Peemedebista aponta necessidade de avanços na cidadania

O presidente Michel Temer (PMDB) disse onetm que o Brasil segue distante do exercício pleno da cidadania. O peemedebista considerou, por outro lado, que o País tem conseguido progredir na redução das desigualdades sociais, e aproveitou para lembrar da recuperação mostrada pelo mercado de trabalho desde o início de seu governo.
"Não devemos nos iludir, enquanto houver carência social, estaremos distantes da cidadania plena. Esse ainda é o caso do Brasil, mas temos avançado muito", frisou Temer em discurso proferido neste feriado da Proclamação da República em Itu, no interior paulista, cidade onde começou o movimento republicano que deu fim à monarquia no Brasil. Ele voltou a Brasília ainda na tarde de ontem.
Numa resposta a críticas da oposição, o peemedebista afirmou que a responsabilidade social - não apenas a fiscal - é uma das "palavras-chave" de seu governo.
E salientou que trabalhar pela cidadania significa trabalhar também para a democracia.

Moreira Franco questiona benefício com troca de ministros

Um dos principais aliados do presidente Michel Temer (PMDB), o ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco (PMDB), afirmou ontem que exonerar os ministros que disputarão as eleições de 2018 "é bom para o País, mas nem tanto para o governo" e que o presidente ainda está avaliando os critérios que utilizará em sua reforma ministerial.
"As pessoas mais responsáveis vão entender que (a linha de corte eleitoral para a reforma) é boa para o País, mas nem tanto para o governo", disse Moreira Franco à reportagem. Pelo menos cinco partidos da base aliada a Temer - PP, PSD, PR, DEM e PRB - rejeitaram a decisão de trocar os ministros que decidiram ser candidatos no ano que vem.
Após a reação negativa, o presidente passou a considerar novos cenários para fazer em duas etapas as mudanças que serão determinantes na fase final de seu governo.
Em conversas com aliados na terça e na quarta-feira, Temer afirmou que vai ouvir presidentes e líderes das siglas da base, e admitiu que é impossível adotar uma regra única para fazer uma reforma tão ampla, na qual quase 20 ministros devem ser substituídos.
O principal critério, defendido por Moreira Franco e o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), continua sendo o eleitoral, mas pode ser adotado com ressalvas nos casos de ministros que ainda não definiram possíveis candidaturas.
Os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD); das Comunicações, Gilberto Kassab (PSD); e da Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira (PRB), por exemplo, poderiam ficar em seus postos até março, quando a legislação eleitoral exige que os futuros candidatos deixem seus cargos.
Outro requisito para dilatar o prazo da troca ministerial seria a finalização de projetos importantes das pastas, permitindo que os titulares faturem os benefícios de medidas implementadas com a máquina federal, com impacto nas suas bases eleitorais.
Por fim, assessores de Temer dizem que a aprovação da nova Previdência - principal moeda de troca para dar aos partidos mais espaço no governo - pode também ser um dos critérios.
O ideal para Temer era realizar a reforma só em março, mas o pedido de demissão de Bruno Araújo (PSDB) do Ministério das Cidades precipitou o movimento.