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crise

- Publicada em 12 de Novembro de 2017 às 16:27

Aécio Neves foi criticado em evento do PSDB ontem

Para Geraldo Alckmin, o momento era de 'união e unidade'

Para Geraldo Alckmin, o momento era de 'união e unidade'


DIOGO MOREIRA/ A2 FOTOGRAFIA/DIVULGAÇÃO/JC
Para o governador paulista Geraldo Alckmin, o momento era de "união e unidade". Mas, com gritos de "fora, Aécio", a convenção estadual do PSDB-SP, realizada neste domingo, na Assembleia Legislativa de São Paulo, mostrou que o racha no tucanato não cicatrizou.
Para o governador paulista Geraldo Alckmin, o momento era de "união e unidade". Mas, com gritos de "fora, Aécio", a convenção estadual do PSDB-SP, realizada neste domingo, na Assembleia Legislativa de São Paulo, mostrou que o racha no tucanato não cicatrizou.
O mestre de cerimônias do evento bem que tentou: "Eu quero que você abrace a pessoa ao seu lado e fale: 'Eu amo o PSDB'". Mas o clima paz e amor se dissipava rápido quando o nome do senador mineiro era evocado.
"Ele deveria colocar o pijama e voltar para a casa", disse à imprensa o presidente reeleito do diretório paulista da sigla, Pedro Tobias, sobre Aécio Neves. "Quieto ele ajuda mais."
Entre as últimas bicadas internas, destacam-se a permanência do PSDB no governo Michel Temer (PMDB) e a manobra de Aécio para reassumir a presidência nacional da legenda, destituir o senador Tasso Jereissati (CE) da interinidade e indicar o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman para o cargo.
No sábado, o PSDB-MG fez sua própria convenção, e, nela, Aécio reconheceu que é hora do partido deixar a administração peemedebista, mas "pela porta da frente, da mesma forma como entramos". Ele disse, sem especificar qual cargo disputaria (se Senado ou governo mineiro), que seu nome no pleito de 2018 é garantido.
Aécio se licenciou da liderança tucana após a descoberta de uma gravação em que pede
R$ 2 milhões ao empresário e delator Joesley Batista. O espaço que reconquistou no partido é danoso, segundo Tobias. "Compra caixão, se sobrar caixão por aí."
Na mesma toada foi o secretário estadual Floriano Pesaro (Desenvolvimento Social), pré-candidato ao governo paulista. Para ele, Aécio "não pode contaminar membros do partido" e deve "se afastar para se defender" das acusações na Justiça.
Na convenção mineira, Aécio "deitou e rolou", afirmou o vereador Mario Covas Neto, que diz ter cogitado abandonar o PSDB, mas suspendeu a decisão por ora. "O ideal será esperar a convenção nacional (em dezembro)" para ver que rumo o tucanato tomará, afirmou. "Se saio agora, o grupo fisiológico ganha mais força."
Na semana passada, Jereissati já havia acusado Aécio de "fisiologismo", e o senador rebateu dizendo que rechaça essa "pecha".
A unanimidade, ao menos no diretório paulista, está em torno de Geraldo Alckmin. A disputa interna entre ele e seu afilhado político João Doria, para ver qual dos dois conquistava a vaga de presidenciável tucano em 2018, parecia página virada na convenção.
"Estamos juntos", disse o prefeito sobre Alckmin, quando a dupla desembarcou de uma van que trouxe outros caciques do partido em São Paulo, como Goldman, José Serra e José Aníbal.
Estiveram, mas não por muito tempo: Doria saiu antes dos colegas para ir ao Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. Antes de ir, disse que aquela era a "convenção da pacificação".
O prefeito e Goldman, o novo presidente do PSDB nacional, tentam deixar para trás o entrevero que nutrem há meses e que teve seu ápice em outubro, quando Doria chamou o ex-governador de "fracassado" que "agora vive em casa de pijamas".
A vestimenta para dormir, no entanto, foi lembrada por uma claque da base tucana, que fez um coro de "eu pedi pijama!" quando Goldman começou seu discurso.
"A gente leu que o PSDB tinha acabado. Onde, eu não sei. Aqui, em São Paulo, não acabou, não, e não vai acabar no Brasil", disse o presidente do PSDB até a convenção nacional que elegerá a nova liderança partidária.
"Não temos caciques, coronéis, temos líderes que têm que responder à sua base", afirmou.

Governador Geraldo Alckmin não descarta assumir a presidência

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não descartou a possibilidade de assumir a presidência do PSDB, após negar esse cenário de forma contundente nos últimos dias. Com a destituição do senador Tasso Jereissati (CE) do comando interino da sigla, na última quinta-feira, o nome do governador foi levantado por tucanos importantes, como o ex-senador José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Temos dois pré-candidatos. Vamos aguardar. Essa é uma decisão coletiva do Brasil inteiro", disse Alckmin. Além de Jereissati, que se declarou candidato na quarta-feira, o governador de Goiás, Marconi Perillo, também afirmou que vai concorrer à presidência do PSDB, que será escolhida em convenção do partido no dia 9 de dezembro.
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse, ontem, que defende Perillo para presidir a sigla, mas, "se for necessário" que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, assuma o comando da sigla como terceira via, "será bom para o partido".
"Se for necessário que o governador Geraldo Alckmin assuma a presidência do PSDB como um tercius será bom para o partido", disse o tucano. "Continuo apoiando Marconi Perillo para a presidência do PSDB."
Nesta semana, o senador Aécio Neves (MG), presidente afastado do partido, destituiu Jereissati da presidência interina. A justificativa do mineiro é dar isonomia à escolha do presidente do PSDB, em dezembro, uma vez que Jereissati se candidatou ao cargo.
Com a saída de Jereissati, assumiu, interinamente, o ex-governador Alberto Goldman. A disputa pelo comando da legenda levou à maior crise interna do PSDB.

'Aécio devia voltar para casa', aconselha Pedro Tobias

O presidente do PSDB-SP, deputado Pedro Tobias, afirmou que seu colega de partido, o senador Aécio Neves, deveria "colocar o pijama e voltar pra casa". "Ele não está ajudando nada", disse a jornalistas durante a convenção estadual do partido na manhã deste domingo, em São Paulo.
Tobias respondeu questões sobre a declaração de Aécio feita no sábado sobre o partido "sair pela porta da frente" do governo de Michel Temer (PMDB). Para ele, a entrada do PSDB no governo Temer foi errada e sair agora é tarde demais: "o estrago foi enorme". O deputado disse que, se o partido não desembarcar logo, "pode comprar o caixão", afirmando que isso seria o fim dos tucanos. O presidente do PSDB-SP reafirmou, também, seu apoio a Alckmin à presidência em 2018 e disse que só ele pode pacificar o PSDB.