O Tribunal Constitucional da Espanha anulou oficialmente ontem a declaração unilateral de independência feita pela Catalunha, decisão que já era esperada depois que a ação foi suspensa pela corte. Em 27 de outubro, o Parlamento regional decidiu convocar uma Constituinte para declarar a separação da Espanha, medida que Madri interpretou como unilateral.
No mesmo dia, o governo central destituiu o presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, dissolveu o Parlamento catalão e convocou eleições antecipadas na região para 21 de dezembro. Pouco depois, a Justiça ordenou a prisão do ex-presidente e de alguns de seus ministros. Puigdemont está na Bélgica, onde aguarda em liberdade uma decisão sobre a extradição para a Espanha.
Apesar de estar amparada na Constituição e no Código Penal e de ter o apoio de seus vizinhos europeus, além do aval dos principais partidos do país, a Espanha enfrentará uma dura resistência à criminalização de Puigdemont. A crise começou após o plebiscito de 1 de outubro na Catalunha, que teve a participação de 43% dos eleitores e 90% dos votos favoráveis à independência da região.
Também ontem, um sindicato pró-independência fez greve na Catalunha e fechou estradas e ferrovias, principalmente em Barcelona, capital da região autônoma. A paralisação foi menor do que a greve geral de 3 de outubro.
A manifestação foi convocada pelo Consórcio de Saúde e Social da Catalunha, em protesto contra a precariedade trabalhista e o decreto do governo central que facilitou a saída de empresas da região. O Serviço Catalão de Trânsito registrou bloqueios em mais de 50 pontos na rede viária, incluindo a estrada que liga Barcelona a Madri.