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Saúde

- Publicada em 28 de Novembro de 2017 às 23:11

Casos de dengue são os mais baixos desde 2010

Na Capital, o monitoramento segue sendo realizado mensalmente

Na Capital, o monitoramento segue sendo realizado mensalmente


/VERÔNICA FACCIONI/PMPA/JC
Todas as semanas, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulga, no site da pasta, um boletim atualizado dos casos registrados de dengue, zika vírus e chikungunya no Rio Grande do Sul. O ano de 2017, pelo menos até o final de outubro, teve destaque positivo: foram confirmados apenas 19 casos de dengue, todos importados. É a primeira vez, desde 2010, que não foram registrados casos autóctones no Estado. Em comparação com o mesmo período em 2016, houve uma queda de 82,9% - em todo o ano passado, foram confirmados 2.432 casos de dengue.
Todas as semanas, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulga, no site da pasta, um boletim atualizado dos casos registrados de dengue, zika vírus e chikungunya no Rio Grande do Sul. O ano de 2017, pelo menos até o final de outubro, teve destaque positivo: foram confirmados apenas 19 casos de dengue, todos importados. É a primeira vez, desde 2010, que não foram registrados casos autóctones no Estado. Em comparação com o mesmo período em 2016, houve uma queda de 82,9% - em todo o ano passado, foram confirmados 2.432 casos de dengue.
Com relação à incidência de casos, o ano de 2016 registrou 21,6 casos por 100 mil habitantes - em 2017, essa taxa foi de 0,17 casos a cada 100 mil habitantes. "O último caso de contaminação em solo gaúcho foi em dezembro de 2016. Passou um verão e um inverno todo, e vamos iniciar 2018 com essa retrospectiva de ter tido um ano sem casos autóctones", comemora o secretário estadual de Saúde, João Gabbardo dos Reis. "Houve uma integração entre os municípios e as secretarias. Até um ano atrás, era comum encontrar depósitos de pneus, verdadeiros criadouros de mosquitos, e, hoje, não temos mais registros."
A SES organiza, todos os meses, reuniões para debater as ações de prevenção e de combate ao mosquito Aedes aegypti, algo que deve ser intensificado com a chegada do verão. Para Gabbardo, o empenho da população também se deu devido aos casos de microcefalia associados ao zika vírus.
Em junho de 2016, o Rio Grande do Sul confirmou o primeiro caso autóctone de zika vírus. Presume-se, então, que a circulação do vírus teria ocorrido cerca de dois meses antes da identificação, em fevereiro de 2016. Em 2017, porém, não houve comprovação de circulação do zika no Estado - em todo o ano, só houve registro de dois casos importados, em Porto Alegre. No caso da febre chikungunya, foram confirmados, em 2017, 18 casos, todos importados.
Os bons resultados deste ano, no entanto, não querem dizer que o Estado está livre das doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti. Considerando que o inverno deste ano não foi rigoroso em várias cidades do Rio Grande do Sul, cria-se um ambiente favorável para a proliferação do mosquito.
Na Capital, o monitoramento segue sendo realizado mensalmente, por meio de 935 armadilhas instaladas em 31 bairros. O inverno deste ano registrou a segunda maior infestação vetorial desde 2013, perdendo apenas para 2015 - o que significa que a população de mosquitos adultos foi mantida ao longo da estação, permitindo a retomada da transmissão de doenças neste verão.
Em 2017, até outubro, Porto Alegre registrou somente casos importados - dois de dengue, um de zika vírus e cinco de chikungunya. Em 2016, foram 354 casos de dengue (301 autóctones e 53 importados), 29 importados de chikungunya e 40 casos de zika vírus (26 importados e 14 autóctones).
 

Desde 2015, 15 mil casos de microcefalia foram notificados

A epidemia de zika vírus, causadora do desenvolvimento de microcefalia em milhares de crianças no País, especialmente na região Nordeste, no final de 2015 e durante todo o ano passado, saiu dos holofotes em 2017. Desde o início das investigações até setembro deste ano, foram notificados 14.693 casos suspeitos de alterações no crescimento e no desenvolvimento de recém-nascidos, possivelmente relacionados à infecção pelo zika vírus e outras doenças. Desse total, 2.959 seguem em investigação, 6.543 foram descartados e 2.986, confirmados. Outros 264 foram relacionados a infecções congênitas durante a gestação e 1.941, excluídos após investigação.
Segundo o Ministério da Saúde, dois anos depois das primeiras descobertas, a realidade é outra. Para garantir a qualidade de vida das crianças, os serviços para atendimento e acompanhamento no Sistema Único de Saúde, desde 2015, foram habilitados 127 novos serviços - 63% na região Nordeste. Atualmente, são 2.323 serviços de reabilitação. O investimento em tratamento foi de R$ 160 milhões.
Mesmo com a estabilização no número de casos, o ministério afirma que continua investindo em assistência, pesquisa e prevenção. Entre as próximas ações está a destinação de R$ 27 milhões para ampliar e qualificar os serviços na Atenção Básica, por meio dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família. Os valores serão destinados à aquisição de kits para reforçar a estimulação precoce e para fortalecer os serviços de avaliação, diagnóstico e acompanhamento dos casos confirmados e em investigação.
Outros R$ 465 milhões foram destinados para o desenvolvimento de vacinas, soros e estudos científicos sobre doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Em setembro, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, firmou parceria com o governo dos Estados Unidos para a produção da segunda etapa da vacina. Nessa fase, as doses produzidas pela Fiocruz/Biomanguinhos serão experimentadas em humanos. Os testes devem começar em 2018.