A maioria dos professores estaduais optou por dar continuidade à greve geral da categoria, iniciada no dia 5 de setembro - ou seja, quase 90 dias. Do total de 1.633 participantes da assembleia geral, convocada na semana passada pelo Cpers/Sindicato, 838 docentes votaram a favor de manter a paralisação, enquanto 782 defenderam a retomada das aulas. Outras 13 pessoas se abstiveram.
O sindicato e o governo gaúcho, representado pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc), se reuniram várias vezes nesses quase três meses, sem chegar a um consenso. A categoria pede o fim do parcelamento de salários, a não punição dos grevistas, a retirada da PEC 257/2017, que altera o prazo para o pagamento integral dos salários e o pagamento do 13º salário até o dia 20 de dezembro, entre outras demandas. No começo deste mês, o Cpers chegou a propor que o ano letivo de 2017 fosse encerrado somente em março de 2018, depois que os professores tirassem 45 dias de férias, previstos por lei, em janeiro e fevereiro. Poucas horas depois, o governo estadual respondeu e afirmou considerar a proposta "pedagogicamente absurda".
Mesmo que a categoria tenha decidido seguir com a paralisação, a adesão dos professores e das escolas tem perdido força. Na semana passada, um levantamento da Seduc apontou que 83,61% (2.128) das escolas já tinham retomado as aulas normalmente, 15,36% (391) estavam parcialmente paradas e apenas 1% (26) seguiam sem aulas. Procurada pela reportagem, a Seduc decidiu não se manifestar.