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- Publicada em 16 de Novembro de 2017 às 16:24

Servidores criticam condições de trabalho no Grupo Hospitalar Conceição

Isabella Sander
Uma força-tarefa promovida em outubro do ano passado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) no Hospital Conceição prometia melhorar as condições de trabalho dos 9,3 mil servidores do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Os prazos para as intervenções serem iniciadas iam de dez dias a três meses. O resultado até agora, no entanto, não é satisfatório para os representantes dos servidores. "Eles arrumaram os vestiários, mas, no resto, continua a mesma coisa", lamenta o presidente da Associação dos Servidores do GHC (ASGHC), Valmor Guedes. A principal reclamação é em relação à falta de pessoal e à pressão exercida sobre os funcionários.
Uma força-tarefa promovida em outubro do ano passado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) no Hospital Conceição prometia melhorar as condições de trabalho dos 9,3 mil servidores do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Os prazos para as intervenções serem iniciadas iam de dez dias a três meses. O resultado até agora, no entanto, não é satisfatório para os representantes dos servidores. "Eles arrumaram os vestiários, mas, no resto, continua a mesma coisa", lamenta o presidente da Associação dos Servidores do GHC (ASGHC), Valmor Guedes. A principal reclamação é em relação à falta de pessoal e à pressão exercida sobre os funcionários.
Segundo Guedes, do que foi apontado pelo MPT, algumas demandas foram atendidas, como a construção de vestiários novos. "Infelizmente, ainda há vestiários que foram construídos em locais distantes dos pontos de trabalho e nos quais pessoas idosas têm dificuldade de chegar, porque têm escadas", relata.
Outro aspecto que carece de atenção, para o servidor, é o setor de higienização do Hospital Conceição. O MPT apontou estrutura física inadequada para o número de funcionários, exposição a intempéries, risco de contaminação, piso irregular e falta de materiais de segurança do trabalho. "Não mudou praticamente nada desde a vistoria", pontua o presidente da ASGHC.
Guedes destaca um sentimento de perseguição por parte dos funcionários do setor de higienização. Em julho, o Jornal do Comércio noticiou a demissão de uma servidora desse setor, após denunciar assédio sexual dentro do GHC. "Quando esse serviço deixou de ser terceirizado, os espaços não foram preparados para os novos servidores, e o número de profissionais foi previsto para menos. O serviço, que é pesado por natureza, ficou mais pesado ainda, devido ao baixo número de pessoal", observa.
Para o servidor do Conceição, esse quadro gera um ciclo vicioso, no qual trabalhadores tiram licenças-saúde devido à sobrecarga de trabalho e o número de funcionários se torna cada vez menor. Guedes não sabe precisar quantas pessoas estão licenciadas atualmente no GHC, pois alega que a mudança nas normas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) obrigou o retorno de servidores que não têm condições de exercer suas funções.
Rudi Caldeira, representante dos servidores no Conselho Administrativo do GHC, diz que o mais grave é o problema de relacionamento da diretoria com o pessoal. "Continuamos sobrecarregados. Tentamos várias vezes nos reunir com a diretoria, mas é complicada a situação. Dizem que não têm verba e vão tirando direitos nossos", critica. Conforme o servidor, foram cortados alguns direitos a folgas para cursos de aperfeiçoamento e não houve reajuste no vale-alimentação na última negociação salarial.
Como o GHC é uma instituição federal, o impeachment da presidente Dilma Rousseff causou a troca de toda a diretoria do grupo. "Com essa troca, perdemos o diálogo que tínhamos. Apesar de essa gestão ser menos intransigente do que a anterior, também comete mais assédio moral", avalia Caldeira. 
Guedes teme a privatização dos hospitais do GHC. "Estão fazendo alguns trabalhos de consultoria com hospitais privados como o Sírio Libanês, de São Paulo. Trabalham com uma lógica de terceirização", lamenta. De acordo com o presidente da ASGHC, os servidores estão se "preparando para a guerra", diante desses sinais.
Em nota, o GHC afirma que acolheu todas as solicitações do MPT. "O tema é tratado com muita responsabilidade pelo Grupo Hospitalar Conceição, com monitoramento mensal das atividades encaminhadas. As respostas estão sendo encaminhadas diretamente para o Ministério Público do Trabalho", pontuam no texto. O promotor que acompanha o caso estava licenciado e não atendeu à reportagem.
 
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