Porto Alegre, segunda-feira, 11 de dezembro de 2017.

Jornal do Com�rcio

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entrevista

Not�cia da edi��o impressa de 11/12/2017. Alterada em 11/12 �s 15h56min

Iniciativas que fazem a diferen�a

Marcelo Gazen, da Federasul, destaca que projetos surpreenderam pelo comprometimento e capacidade de mobiliza��o

Marcelo Gazen, da Federasul, destaca que projetos surpreenderam pelo comprometimento e capacidade de mobiliza��o


FREDY VIEIRA/JC
A cada edição do Prêmio Responsabilidade Social, promovido pela Assembleia Legislativa do Estado Rio Grande do Sul, são conhecidas iniciativas que fazem a diferença em suas comunidades. Coordenador pelo segundo ano consecutivo da Comissão Mista, responsável por selecionar os vencedores da premiação, o advogado e diretor da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Marcelo Gazen, conta com entusiasmo dos projetos que chegaram de todos os cantos do Estado e surpreenderam pelo comprometimento e capacidade de mobilização. Ações de empresas privadas e públicas, entidades e universidades que nos fazem acreditar em uma sociedade melhor, com mais qualidade de vida e preocupação com o meio ambiente. "Há muitas pessoas desenvolvendo projetos bacanas pelo Estado", diz ele.
O trabalho da comissão se iniciou em maio com reuniões mensais e quinzenais e analisou os 90 projetos inscritos. Desses, 73 foram habilitados. Outras ações que preencheram o Relatório de Responsabilidade Social e apresentaram projeto temático específico foram selecionadas como finalistas para o Tema Norteador, que este ano tratou da Equidade de Gênero, tendo como base os Princípios de Empoderamento das Mulheres, lançado pela ONU Mulheres e Pacto Global. Na entrevista a seguir, o coordenador ressalta o aprimoramento do sistema e a transparência da premiação.
Jornal do Comércio - Quais as novidades na edição deste ano em relação ao ano passado?
Marcelo Gazen - A cada edição buscamos melhorar e inovar os processos de avaliação. Neste ano tivemos um aprimoramento do sistema, oferecendo mais segurança e transparência em todo processo. Na primeira fase o participante lança os dados dentro de um formulário eletrônico e não se corre o risco de adulterações. Desta forma, todo o processo se torna mais rigoroso e preciso. Outra novidade deste ano é que a Comissão Mista irá disponibilizar para as empresas que solicitarem um relatório do resultado. Muitas empresas e entidades querem saber a sua pontuação, quais pontos podem melhorar para voltar na próxima edição com mais força.
JC - Quais as entidades que integram a Comissão Mista?
Gazen - A Comissão Mista é responsável pela organização, processo de avaliação e julgamento do prêmio. Também é ela quem estabelece os critérios e faz a seleção de quem são os agraciados com troféus, certificados e medalhas. São premiadas as categorias entidades governamentais, municípios, entidades sem fins econômicos, instituições de ensino superior, cooperativas, micro e pequenas empresas, médias empresas, grandes empresas, instituições de ensino técnico e ONGs, além do Tema Norteador. O grupo é formado por representantes da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio), Serviço Social do Comércio (Sesc), Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP), Associação Riograndense de Imprensa (ARI), Conselho Regional de Contabilidade (CRC), Conselho Regional de Administração (CRA), Observatório de Responsabilidade Social das Universidades Brasileiras (Orsub), Sistema Ocergs/Sescoop, Organização Parceiros Voluntários (OPV), Serviço Social da Indústria (Sesi) e Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs).
JC - Como a comissão chega aos finalistas?
Gazen - Os finalistas são definidos a partir de critérios estabelecidos no edital no qual é analisado o balanço de responsabilidade social e o relatório de responsabilidade social dos inscritos. Para o Tema Norteador são analisados os critérios estabelecidos pelos julgadores e que, ao final, chegaram a uma pontuação. Os 12 mais bem pontuados são os finalistas que apresentam seus projetos pessoalmente em Porto Alegre, um mês antes do dia da solenidade de premiação.
JC - Como é definido o Tema Norteador?
Gazen - A cada ano o Tema Norteador é escolhido pela Assembleia Legislativa tendo como foco assuntos que estão sendo discutidos pela sociedade. O Tema Norteador entrou para a premiação na edição de 2007, quando se abordou o "Planejamento Familiar". Esse ano foi definido o tema Empoderamento das Mulheres, lançado pela ONU Mulheres e Pacto Global. A ideia foi estimular ações e enfrentar o machismo, a violência de gênero e a desigualdade. Na edição 2017, 16 projetos foram inscritos e selecionados 12 finalistas, que fizeram uma apresentação formal à comissão no dia 26 de outubro. Foi bem difícil chegar ao vencedor, pois foram muitos os projetos bacanas e com atendimento amplo em suas comunidades. Então, nos focamos naquele que teve maior alcance na região em que estava inserido.
JC - Há uma comissão específica para o Tema Norteador?
Gazen - Sim. É criada uma outra comissão entre os membros da Comissão Mista que faz uma análise por meio de critérios pré-estabelecidos e chega aos finalistas. Esse ano, a comissão do Tema Norteador foi formada por representantes de quatro entidades: Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP), Conselho Regional de Contabilidade, Parceiros Voluntários e Observatório da Responsabilidade Social das Universidades Brasileiras (Orsub).
JC - O senhor acha que a crise econômica influenciou o investimento das empresas em projetos de responsabilidade social?
Gazen - Sim, acredito que tenha influenciado. O número de inscritos caiu um pouco em relação ao ano passado (foram 102 inscritos em 2016 e 90 em 2017). As dificuldades financeiras acabaram não potencializando novas empresas a realizarem esse tipo de projeto. Entretanto, empresas tradicionais, que já investem há bastante tempo, seguem trabalhando forte neste sentido e evoluindo muito mais em responsabilidade social.
JC - Na sua opinião, o que pode ser feito para incentivar os empresários a investirem em projetos sociais?
Gazen - O principal fator seria a própria exigência das empresas com seus fornecedores e pares para que eles tenham este tipo de ação em seus negócios. O governo também pode fazer a sua parte incentivando as empresas, seja com redução de impostos ou criação de uma linha crédito específica para os empresários que têm a responsabilidade social no DNA do seu negócio. O investimento em responsabilidade social também pode vir a ser um critério habilitatório em licitações, no qual pode se dar vantagens ou preferências para empresas que têm essa preocupação social.
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