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Economia

- Publicada em 23 de Novembro de 2017 às 16:28

Para manter liderança mundial em café, Brasil precisa aumentar safra em 40% até 2030

O Brasil, maior produtor e exportador global de café, terá de elevar a sua produção em cerca de 40% ou 20 milhões de sacas até 2030, para manter a atual participação dominante na safra mundial da commodity, estimou o diretor-executivo da Organização Internacional do Café (OIC), o brasileiro José Sette.
O Brasil, maior produtor e exportador global de café, terá de elevar a sua produção em cerca de 40% ou 20 milhões de sacas até 2030, para manter a atual participação dominante na safra mundial da commodity, estimou o diretor-executivo da Organização Internacional do Café (OIC), o brasileiro José Sette.
O prognóstico do diretor da OIC leva em consideração um crescimento de 2% ao ano na demanda mundial pelo produto, até 2030. Nesse cenário, a produção mundial teria de crescer 49 milhões de sacas até 2030 para atender a demanda, disse Sette.
"Com a demanda crescendo 2% ao ano, o Brasil, se quiser manter sua parcela de 40% no mercado (safra global) terá de produzir cerca 20 milhões de sacas a mais até 2030" ,afirmou Sette durante a abertura do 25º EnCafé, evento do setor promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), na noite de quarta-feira.
Já em uma visão otimista, de aumento do consumo 2,5% ao ano, a produção global teria de crescer 64 milhões de sacas no período, enquanto numa perspectiva conservadora, de demanda 1% maior ao ano, a expansão precisaria ser de 23 milhões de sacas.
Se o Brasil - segundo consumidor global de café atrás dos Estados Unidos - produz historicamente 40% da safra global, sua participação na exportação é um pouco menor, mas igualmente relevante.
Na temporada 2016/17 (outubro/setembro), a OIC contabilizou exportações de 35,8 milhões de sacas de cafés naturais do Brasil, de um total de exportações globais de 122,45 milhões de sacas, o que significa uma parcela brasileira do mercado global de cerca de 30 por cento.
Pela mais recente estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra deste ano o Brasil somou 44,77 milhões de sacas de café arábica e conilon (robusta), queda de 12,8% na comparação com 2016.
Para o próximo ano, há a expectativa de uma colheita maior, por ser um ciclo de bienalidade positiva para o arábica, mas a estiagem em setembro e outubro, durante a floração dos cafezais, deixou o setor receoso quanto ao potencial produtivo em 2018.
"Ainda é um pouco cedo para qualquer definição de safra (no Brasil). Só teremos isso lá para janeiro",  alertou Sette em conversa com jornalistas, no evento na Praia do Forte, distrito de Mata de São João (BA).
O diretor-executivo da OIC destacou que o Brasil tem condições de elevar sua produção nos próximos anos, apesar da área menor, desde que com investimentos e outros tipos de ações na atividade.
"Há o desafio da sustentabilidade econômica, que passa por renda adequada, maior produtividade, acesso a mercados e transparência, acesso a financiamentos. O importante é baixar o custo (de produção)",  comentou Sette.
Ele destacou que o setor tem ainda os desafios de sustentabilidade ambiental, envolvendo por exemplo a adoção de boas práticas agrícolas e manejo adequado de recursos hídricos e de terreno, e de sustentabilidade social, que passa por organizações representativas mais eficazes e igualdade de gênero.
Nos últimos 20 anos, a produção de café no Brasil dobrou, apesar de a área ter caído 39%. Isso se deu graças a um salto de 225% na produtividade, que chega hoje a 1.550 kg por hectare, afirmou Sette.
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