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reforma da previdência

- Publicada em 07 de Novembro de 2017 às 20:43

Senadores defendem projeto mais enxuto para alterar a Previdência

Texto que mexe nas aposentadorias pode ganhar mais flexibilidade

Texto que mexe nas aposentadorias pode ganhar mais flexibilidade


/ANTONIO PAZ/ARQUIVO/JC
Com a repercussão negativa, o presidente Michel Temer escalou integrantes de sua equipe ministerial para tentar reduzir o impacto de discurso no qual admitiu que a reforma previdenciária pode ser derrotada. Os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e Eliseu Padilha, da casa Civil, pregaram publicamente ontem que o peemedebista ainda acredita na aprovação da proposta, diferentemente do tom adotado na véspera.
Com a repercussão negativa, o presidente Michel Temer escalou integrantes de sua equipe ministerial para tentar reduzir o impacto de discurso no qual admitiu que a reforma previdenciária pode ser derrotada. Os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e Eliseu Padilha, da casa Civil, pregaram publicamente ontem que o peemedebista ainda acredita na aprovação da proposta, diferentemente do tom adotado na véspera.
No encontro com o presidente, os senadores defenderam que o governo envie ao Congresso um novo projeto para reforma. Durante a conversa, ele ouviu posição unânime entre os presentes de que não há chances de o Congresso aprovar a reforma no formato atual.
Governistas defenderam uma proposta mais flexível e enxuta, que mantenha pelo menos a fixação da idade mínima. Eles lembraram que, caso a iniciativa seja aprovada neste ano na Câmara, será apreciada no Senado só no mês de março, poucos meses antes do início da campanha eleitoral.
Segundo relatos de presentes, o presidente voltou a defender a aprovação de uma proposta possível e disse que o País será derrotado caso uma mudança nas aposentadorias não seja feita. O líder do PSDB, Paulo Bauer (SC), chegou a propor um novo modelo para que as mudanças que forem aprovadas agora passem a valer apenas para aqueles que ainda não entraram no mercado de trabalho. Ele brincou que, pelo projeto atual, os senadores teriam de votar a Previdência em pleno feriado de Carnaval, devido ao calendário apertado.
Em encontro com a bancada da Câmara dos Deputados, na segunda-feira, Temer reconheceu que a reforma previdenciária pode não ser votada, mas defendeu que isso não inviabilizará o governo federal. Ele disse que continuará a defender a aprovação da iniciativa, mesmo que a população, a imprensa e o Congresso Nacional sejam contra ela.
O reconhecimento de que a proposta pode ser derrotada causou apreensão em empresários e investidores, para os quais o presidente "jogou a toalha". Com a polêmica, o presidente evitou se alongar e citou apenas de maneira indireta a reforma previdenciária em discurso inicial feito ontem em reunião com os senadores governistas. "Para finalizar, o apelo de que nós insistíssemos um pouco na sequência das reformas fundamentais para o País", disse. Segundo relatos, no decorrer da reunião, o peemedebista tratou do assunto, mas sem reconhecer enfaticamente que a proposta pode ser derrotada.
No encontro, o presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse que se a reforma não tivesse tido tanta incompreensão, ela já teria sido aprovada. "Mais uma vez, vão vender para a população que o senhor (Michel Temer) vai ser o culpado de tudo que não vai acontecer", disse.
Em São Paulo, o ministro Henrique Meirelles afirmou que não vai recuar na reforma da Previdência. Em Brasília, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou não ter visto com tanto "pessimismo" o discurso de Temer.
"O governo precisa chamar seus líderes, os presidentes dos partidos, individualmente, e tentar mais uma conversa mostrando qual o impacto da não realização da reforma já em 2018", completou Maia.
 

Sem reforma, carga tributária vai aumentar, diz Mansueto

Num momento em que o próprio presidente Michel Temer admite dificuldades para avançar com a proposta de reforma da Previdência, a mudança no sistema de aposentadorias e pensões foi apontada pelo secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, como uma chave para o aumento da competitividade da economia brasileira.
Ele disse compreender o temor de alguns empresários com a abertura comercial, uma vez que no Brasil os juros e a carga tributária são elevados em comparação com outros países. "Se fizermos as reformas de que precisamos, podemos consolidar um ciclo longo de inflação e juros baixos", disse. "E toda a agenda de não aumentar a reforma tributária vai exigir um conjunto de reformas, entre as quais a da Previdência."
Segundo Mansueto, a China gasta 3,5% de seu PIB com o sistema previdenciário. O Brasil, 13,5% do PIB. "Sem a reforma, temos de aumentar a carga tributária", afirmou.
"Chegamos a um ponto que temos de aliar reforma econômica, políticas sociais e sem dúvida avançar na abertura comercial", disse o secretário. Ele comentou que é preciso parar de "demonizar" as importações, porque o uso de insumos importados aumenta a competitividade dos produtos brasileiros. Como exemplo, o secretário citou a Embraer, que consegue competir no mundo porque utiliza os melhores componentes que há no mundo.