Os contratos de petróleo operam em alta nesta sexta-feira (3), nos maiores patamares em dois anos, apoiados pelo crescimento econômico que ajuda a impulsionar a demanda por ele e por combustíveis em geral. As economias pelo mundo crescem simultaneamente pela primeira vez em uma década e a atividade industrial ganha impulso, o que eleva a demanda pelo diesel. Além disso, mais embarcações com produtos cruzam os oceanos, o que exige combustível, e o menor desemprego também eleva o consumo de combustível.
Às 8h03min (de Brasília), o petróleo WTI para dezembro subia 0,50%, a US$ 54,81 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para janeiro avançava 0,26%, a US$ 60,80 o barril, na ICE.
"Nós temos visto o crescimento global claramente mais forte do que esperaríamos 12 meses antes", afirmou Jason Thomas, diretor de pesquisas do Carlyle Group. "Não é apenas o crescimento mais forte, é o crescimento mais forte em áreas que consomem petróleo", como comércio e indústria, acrescentou.
Os preços do petróleo avançam mais de 15% desde o início de setembro, o melhor bimestre da commodity em mais de um ano. Na quinta-feira, o barril do WTI já atingiu a máxima desde julho de 2015. O Brent rompeu a barreira dos US$ 60 o barril, em reação também a sinais de um esforço coordenado da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e de outros grandes países do setor em seu acordo para conter a produção.
O crescimento global tem sido apoiado pelo mercado acionário dos EUA, que atingiu novos recordes neste ano. Trata-se de uma grande reação dos preços do petróleo, que caíram mais de 20% desde fevereiro até junho, em meio a dúvidas sobre o esforço da Opep.
A demanda por gasolina nos EUA está em máximas recordes. A demanda por diesel, por sua vez, tem mostrado força na Europa, na América Latina e na Índia, segundo Ebele Kemery, diretor de investimentos em energia do J.P. Morgan Asset Management. Kemery aponta, contudo, que os preços estão no fim da margem prevista para o rali recente. Para ele, nesse quadro agora o petróleo pode se mover em qualquer direção.
Além disso, há riscos no horizonte. O acordo para corte na produção da Opep deve vencer em março, mas uma reunião do cartel em 30 de novembro decidirá se a iniciativa será estendida. Alguns temem que ocorra o mesmo que em maio, quando a Opep anunciou a extensão do acordo, mas os preços recuaram do mesmo jeito.