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Ambiente

- Publicada em 14 de Novembro de 2017 às 18:11

COP-23 lança uma Aliança Global para descarbonizar transportes

Portugal, França, Holanda, Costa Rica e a plataforma Processo de Paris sobre Mobilidade e Clima (PPMC) lançaram, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-23), em Bonn, na Alemanha, a Aliança Global para Descarbonização dos Transportes. O objetivo é estimular uma maior liderança política no setor. O vice-ministro do Ambiente de Portugal, José Mendes, disse ser preciso mais ambição e uma ação global coordenada na área de transportes para cumprir o Acordo de Paris.
Portugal, França, Holanda, Costa Rica e a plataforma Processo de Paris sobre Mobilidade e Clima (PPMC) lançaram, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-23), em Bonn, na Alemanha, a Aliança Global para Descarbonização dos Transportes. O objetivo é estimular uma maior liderança política no setor. O vice-ministro do Ambiente de Portugal, José Mendes, disse ser preciso mais ambição e uma ação global coordenada na área de transportes para cumprir o Acordo de Paris.
"A verdade é que o setor de transportes gera emissões de gases de efeito estufa, e nós temos que tratá-las. É por isso que, ao nível dos Estados, ao nível das cidades, ao nível das empresas, temos que coordenar esforços. E a Aliança para a Descarbonização dos Transportes pretende justamente fazer esse tipo de coordenação, de forma que tenhamos sucesso na implementação do Acordo de Paris também na área dos transportes."
Seis novas iniciativas voluntárias globais também foram apresentadas durante a realização da COP-23, abordando aspectos relacionados com os transportes e com as mudanças climáticas. Entre elas, a iniciativa "Below50" (Abaixo de 50), que estabelece o comprometimento de empresas, países e organizações com o uso de combustíveis sustentáveis que produzam pelo menos 50% emissões de CO2 a menos, em comparação com os combustíveis fósseis convencionais.
E mais, a Aliança EcoMobility, de cidades comprometidas com o transporte sustentável; a ação EV100, uma iniciativa global que une companhias comprometidas a acelerar a transição do uso de Veículos Elétricos (EVs) de modo a tornar os meios de transportes elétricos o padrão global por volta de 2030.
Destaca-se ainda o Walk 21, movimento global que valoriza e promove o hábito de caminhar como forma de deslocamento prazeroso e saudável, e promove o desenvolvimento de cidades com áreas exclusivas para pedestres onde seja mais fácil andar; e, finalmente, a iniciativa Transformando a Mobilidade Urbana, que busca acelerar a implementação de transporte urbano sustentável de mitigação da mudança climática.
Durante a última Conferência do Clima das Nações Unidas realizada na capital francesa em 2015, 196 países se uniram no Acordo de Paris, um pacto universal que objetiva colocar o mundo em direção a um futuro mais sustentável, próspero e justo e com menos emissões de carbono.
Apesar de o acordo por si só não conseguir solucionar o problema, ele aponta o caminho e busca uma solução global. Com base nos planos climáticos nacionais apresentados por 186 países, o Acordo de Paris é um reflexo do extraordinário impulso de cidades, empresas, grupos da sociedade civil e outros que complementam a disposição global de agir que tem crescido ao longo dos anos, desde a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro em 1992, a Rio 92, quando representantes de 179 países consolidaram uma agenda global unificada para tentar minimizar os problemas ambientais mundiais causadores do efeito estufa. A atual Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-23) tevem seu encerramento no sábado passado, dia 18 .

VW defende prioridade para etanol

O presidente global da marca Volkswagen, Herbert Diess, diz que a montadora está correndo para cumprir as legislações referentes a carros elétricos em mercados como a China e a Europa. "Somos obrigados pelo governo chinês a entregar mais de 1 milhão de carros elétricos por ano a partir de 2025", explica.
"Na Europa, se quisermos cumprir as metas de emissões (de gás carbônico na atmosfera), teremos de produzir elétricos e ter lucro com eles." No Brasil, tudo vai depender das regras a serem definidas no programa Rota 2030, que vai substituir o Inovar-Auto. Na opinião de Diess, porém, a diminuição de emissões no Brasil pode ser atingida com a utilização do etanol.

Brasileiros mostram que bioenergia reduz emissões

Frank Bainimarama, do Fiji, presidiu a COP-23 e coordenou propostas

Frank Bainimarama, do Fiji, presidiu a COP-23 e coordenou propostas


/PATRIK STOLLARZ/AFP/JC
Representantes brasileiros na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-23) apresentaram um estudo sobre a importância da bioenergia na transição de uma economia baseada em recursos fósseis para uma focada em energias renováveis. Marcelo Poppe, coordenador do estudo feito pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), instituição ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, explicou como o Brasil vem se preparando e investindo em tecnologias avançadas de baixo carbono.
"Vivemos hoje uma emissão de gases de efeito estufa muito grande, e quase 90% das emissões vêm de combustíveis fósseis, como o carvão, o petróleo e o gás. E o transporte produz quase um quarto dessas emissões, através de combustíveis como o diesel e a gasolina", explicou Poppe. "Há uma necessidade de reduzir essas emissões para evitar que a temperatura do planeta ultrapasse os 2°C, ou mesmo 1,5°C, e os perigos de desestabilização do equilíbrio climático."
O estudo mostra que é possível utilizar, além do açúcar das plantas, também fibras e outras partes dos vegetais na produção de bioenergia, o chamado bioetanol de segunda geração. "Isso dá acesso a diversos outros países, que não são tropicais nem têm clima e solos propícios à plantação de milho, beterraba e cana, para produzir esse insumo a partir de outras fontes. O custo vai ser superior, num primeiro momento, mas é possível de fazer", afirmou o pesquisador.
O Brasil se comprometeu com Frank Bainimarama, presidente do COP-23, a promover uma redução das emissões de gás carbônico de 37% abaixo dos níveis de 2005, até 2025 e, posteriormente, 43%, até 2030. Para isso, o País precisa aumentar a bioenergia para aproximadamente 18% até 2030. Além disso, deve expandir o consumo de biocombustíveis, elevar o suprimento de etanol, inclusive aumentando a participação de biocombustíveis avançados de segunda geração e aumentar o biodiesel na mistura do diesel.
De acordo com o estudo, o bioetanol poderia substituir 10% da gasolina consumida no mundo, usando menos de 10 milhões de hectares de terra. Haveria uma redução expressiva de emissões de gás carbônico no setor de transporte, responsável por um quarto das emissões totais.