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Política

- Publicada em 30 de Outubro de 2017 às 17:18

Era para o PSDB ter feito o que cobrou do PT, diz Gustavo Franco

O ex-presidente do Banco Central (BC) Gustavo Franco, que deixou o PSDB há um mês e se filiou ao Partido Novo, diz que ele e outros economistas ligados aos tucanos estavam desgostosos com a sigla havia um tempo. O partido tinha adotado um "discurso ambíguo" em relação à defesa da economia de mercado.
O ex-presidente do Banco Central (BC) Gustavo Franco, que deixou o PSDB há um mês e se filiou ao Partido Novo, diz que ele e outros economistas ligados aos tucanos estavam desgostosos com a sigla havia um tempo. O partido tinha adotado um "discurso ambíguo" em relação à defesa da economia de mercado.
O cenário piorou neste ano, quando o PSDB não soube lidar com dilemas éticos. Preservou o senador Aécio Neves na presidência do partido, enquanto é alvo de acusações, e se manteve na base aliada do governo de Michel Temer (PMDB). A agenda de reformista do presidente não justificaria tal apoio irrestrito, segundo ele.
"Não vejo no governo Temer a mesma ética que gostaria de ver praticada", disse Franco - um dos formuladores do Plano Real -, em entrevista à agência Folha.
O senhor escreveu uma carta para explicar a desfiliação, mas é impossível não perguntar: por que deixou o PSDB?
Gustavo Franco - As razões estavam todas ali, bem explicadas. No detalhe, há uma questão antiga de como o partido de denominação social-democrata se torna mais contemporâneo.
O que seria isso?
Franco - Mais em sintonia com os temas de uma economia de mercado que o Brasil precisa se tornar. O PSDB sempre praticou isso quando foi governo federal, embora tivesse um certo incômodo com essa prática e um discurso um tanto ambíguo. É uma questão antiga. Ficou mais desconfortável depois da presidência do Fernando Henrique (Cardoso, PSDB), quando sucessores dele no partido, os candidatos (José) Serra (senador), Geraldo (Alckmin, governador de SP) e mesmo o Aécio, não tinham a mesma capacidade que Fernando Henrique de ter uma prática diferente da herança social-democrática da geração 1988, que marcava muito a origem do PSDB. Isso criava desconforto para mim e muitos economistas do partido, mas era muito mais teórico do que real, sobretudo se o partido está fora do governo. Depois apareceu a questão específica do Aécio e sobre como o partido deveria se comportar diante de uma dúvida ética.
A questão do Aécio pesou?
Franco - Sim. Como gesto político, podia ter se afastado para montar a sua defesa. Mas ficar presidente do partido com todas essas dúvidas, para dizer o mínimo, é difícil. Aí houve uma questão imediata: era para fazer o que, no passado, cobramos do PT.
O senhor falou com Aécio?
Franco - Não o encontrei. Eu e outros no partido também não estávamos satisfeitos com o apoio irrestrito do PSDB a Temer.
 
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