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Política

- Publicada em 27 de Outubro de 2017 às 20:41

Temer sabia de esquema na Caixa, afirma Lúcio Funaro

Agência Estado
O corretor Lúcio Funaro disse em audiência na Justiça Federal em Brasília nesta sexta-feira (27), que o presidente Michel Temer tinha consciência de esquema na Caixa Econômica Federal que era operado pelo ex-vice-presidente de Fundos e Loterias do órgão Fabio Cleto. Ao falar sobre o caso, Funaro foi perguntado pela Procuradoria da República sobre quem dentro do PMDB tinha conhecimento do esquema de Cleto: "Geddel (Vieira Lima) com certeza, Lúcio (Vieira Lima) com certeza, Henrique (Eduardo Alves), Michel Temer, Moreira Franco, Washington Reis", elencou Funaro.
O corretor Lúcio Funaro disse em audiência na Justiça Federal em Brasília nesta sexta-feira (27), que o presidente Michel Temer tinha consciência de esquema na Caixa Econômica Federal que era operado pelo ex-vice-presidente de Fundos e Loterias do órgão Fabio Cleto. Ao falar sobre o caso, Funaro foi perguntado pela Procuradoria da República sobre quem dentro do PMDB tinha conhecimento do esquema de Cleto: "Geddel (Vieira Lima) com certeza, Lúcio (Vieira Lima) com certeza, Henrique (Eduardo Alves), Michel Temer, Moreira Franco, Washington Reis", elencou Funaro.
Funaro presta depoimento na 10ª Vara Federal em Brasília na Operação Sépsis, que investiga desvios a partir de contratos da Caixa. Cleto afirmou em depoimento na mesma audiência que Cunha e Funaro intermediavam o repasse de propina para garantir a empresas a liberação de contratos com a Caixa. No depoimento, Cleto falou que sua indicação para a Caixa foi patrocinada por Cunha, que levou seu nome a Henrique Eduardo Alves.
Funaro não deu mais detalhes à menção que fez ao nome de Temer e do ministro Moreira Franco. O corretor detalha, no entanto, relação próxima com Eduardo Cunha - que assiste o depoimento presente na audiência da 10ª Vara. Os dois são réus, assim como Cleto, Henrique Eduardo Alves e o delator Alexandre Margotto.
Cleto afirmou que mantinha Funaro ou Cunha informados sobre as empresas que tentavam operações com o FI-FGTS. Os dois a partir daí procuravam as empresas para negociar pagamento de propina e davam sinal a Cleto sobre como ele deveria votar naquela operação. "Aprovada, algum tempo depois eles me comunicavam o porcentual que supostamente tinham conseguido e me pagavam um porcentual disso, pré-aprovado", afirmou Cleto.
Questionada a respeito das declarações do corretor Lúcio Funaro de que o presidente Michel Temer tinha consciência de esquema na Caixa Econômica Federal que era operado pelo ex-vice-presidente de Fundos e Loterias do órgão Fabio Cleto, a Secretaria de Comunicação da Presidência afirmou, por meio de nota, que "o presidente contesta de forma categórica qualquer envolvimento de seu nome em negócios escusos, ainda mais partindo de um delator que já mentiu outras vezes à Justiça".
Em audiência na Justiça Federal em Brasília nesta sexta-feira, 27, Funaro foi perguntado pela Procuradoria da República sobre quem dentro do PMDB tinha conhecimento do esquema de Cleto: "Geddel (Vieira Lima) com certeza, Lúcio (Vieira Lima) com certeza, Henrique (Eduardo Alves), Michel Temer, Moreira Franco, Washington Reis", elencou Funaro. O corretor não deu mais detalhes à menção que fez ao nome de Temer.

Funaro diz que teve 'no mínimo' 780 encontros com Cunha

O corretor Lúcio Funaro afirmou na tarde desta sexta-feira que se encontrou "no mínimo" 780 vezes com o ex-deputado Eduardo Cunha, ao detalhar em depoimento à Justiça Federal a relação e os negócios que mantinha com o peemedebista. "Uma relação que durou aí 15 anos e eu encontrei pelo menos uma vez por semana com o deputado Eduardo Cunha. São 780 encontros no mínimo", disse Funaro ao juiz Vallisney de Oliveira, fazendo a conta de cabeça. Cunha foi "centenas" de vezes no escritório de Funaro, disse o delator. Segundo ele, o peemedebista tinha liberdade para entrar no escritório e sentar na cadeira do corretor para receber "quem quiser".
Em depoimento à Justiça Federal em Brasília, Funarou confirmos as informações de sua delação premiada. O corretor confirmou a divisão de dinheiro de propina com Cunha. Ele mencionou, por exemplo, que tinha uma sala em seu escritório para guardar dinheiro.
O corretor também afirmou que o peemedebista gastava "na própria política" o dinheiro que arrecadava. Segundo ele, "tem político que guarda para si" e outros que usam o valor para angariar apoio na política. "Eduardo Cunha usou 100% na própria política, sou convicto de que tudo o que ele tem e arrecadou gastou na própria política", disse Funaro.
Antes de Funaro, o também delator Alexandre Margotto prestou depoimento e disse ter visto um funcionário supostamente ligado a Cunha ir buscar dinheiro vivo no escritório do corretor. Funaro afirmou: "Eu tinha uma sala no escritório à parte, que era sala onde ficava o dinheiro". Ele falou que chegou a ter R$ 5 milhões em espécie. "O Alexandre (Margotto) trabalhou lá até 2013. Em 2013 foi quando Cunha se candidatou a líder do PMDB da Câmara. Foi uma época que o Cunha precisou de dinheiro. Ele (Margotto) pode ter visto o Altair (emissário de Cunha) pegando dinheiro, sim", disse Funaro.
Funaro e Cunha ficaram frente a frente. Os dois acompanharam o depoimento do ex-vice presidente de Fundos e Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto. 

Funaro diz ter entregue propina em espécie nas mãos de Henrique Eduardo Alves

Agência Brasil
Lúcio Funaro afirmou nesta sexta-feira que entregou ao menos R$ 100 mil em dinheiro vivo de propina ao ex-deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), quando o político era presidente da Câmara, em 2013. Funaro prestou depoimento ao juiz Vallisney de Souza Oliveira na 10ª Vara Federal de Brasília.
Funaro e Alves são réus na ação penal da Operação Sépsis, que apura desvios no Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviços (FI-FGTS), operado pela Caixa Econômica Federal. São réus na mesma ação o deputado cassado Eduardo Cunha e o ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Fabio Cleto, além de Alexandre Margoto, ex-funcionário de Funaro.
"Entreguei para ele mesmo, nas mãos dele, em São Paulo", afirmou Funaro ao juiz. "Foram R$ 100 mil ou R$ 150 mil, tem que puxar na planilha", acrescentou o operador financeiro, que assinou acordo de delação premiada com a Justiça.
Funaro disse ainda ter emprestado seu avião particular para transportar uma mala de R$ 5 milhões para financiar a campanha de Alves a governador do Rio Grande do Norte, em 2014.
Os recursos teriam origem no pagamento de propina pela Eldorado Celulose, uma das empresas do grupo J&F, que tem como um dos donos o empresário Joesley Batista. Segundo as investigações, o então vice-presidente da Caixa, Fabio Cleto, atuou sob orientação de Funaro e ordem de Cunha para destravar um aporte de mais de R$ 900 milhões do FI-FGTS na empresa.
Funaro relatou ter participado de diversos jantares na casa de Joesley com Cunha e Alves, com quem disse ter se encontrado mais de 780 vezes ao longo dos anos. Ele afirmou que Cleto foi indicado por ele a Cunha para ser vice-presidente da Caixa.
"Ele [Cleto] já sabia de tudo, desde o momento que ele entrou lá. Isso ai a gente já sabia, que a gente já tinha feito outras operações com o FGTS", disse Funaro. "A única mágoa que eu tenho é de um dia ter encontrado Fábio Cleto e ter indicado ele para a vice-presidência da Caixa", afirmou
Funaro admitiu ainda ter obrigado Cleto a assinar uma carta de demissão, antes de assumir o cargo, para mostrá-la a Henrique Eduardo Alves como garantia de que o executivo concordaria em participar do esquema de desvios na Caixa.
Desde o início do processo, a defesa do ex-deputado Henrique Eduardo Alves afirma não haver provas contra o político, além de meras declarações de um delator. A Agência Brasil tentou novo contato com a defesa nesta sexta-feira, mas ainda não obteve retorno.
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