A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve com o ministro Edson Fachin, relator dos processos da Lava Jato na corte, um inquérito que investiga o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o seu pai, o vereador do Rio de Janeiro Cesar Maia (DEM). Na semana passada, Fachin concordou com um pedido da defesa, para que o processo ganhasse um novo relator, mas deixou a decisão nas mãos de Cármen.
O inquérito é baseado na delação premiada de executivos da Odebrecht. Rodrigo e Cesar são suspeitos de terem recebido, respectivamente, R$ 350 mil e R$ 400 mil em contribuições para campanhas, via caixa-2. A contrapartida seria o apoio à empresa na aprovação de uma medida provisória. Os dois negam.
A presidente da Suprema Corte reconheceu que não há ligação com a Petrobras, foco inicial da Lava Jato, mas foi favorável a manutenção de Fachin como relator porque o ministro é responsável por outros dois inquéritos que também investigam pagamentos da Odebrecht que teriam como finalidade a aprovação de medidas provisórias.
Um desses dois inquéritos também tem o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia entre os investigados. Com esse processo, ocorreu a mesma situação: o ministro Edson Fachin concordou com a redistribuição, mas Cármen manteve o ministro na relatoria.