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Supremo Tribunal Federal

- Publicada em 12 de Outubro de 2017 às 18:08

Decisão do STF inibirá cautelares, diz Gilmar

Plenário da Suprema Corte acatou entendimento por seis votos a cinco

Plenário da Suprema Corte acatou entendimento por seis votos a cinco


/NELSON JR./SCO/STF/JC
Os ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) entendem que a decisão do plenário - por seis votos a cinco - de que medidas cautelares impostas aos deputados e senadores terão de passar pelo crivo do Legislativo, deverá inibir a Corte de impor novas medidas que interfiram no exercício do mandato.
Os ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) entendem que a decisão do plenário - por seis votos a cinco - de que medidas cautelares impostas aos deputados e senadores terão de passar pelo crivo do Legislativo, deverá inibir a Corte de impor novas medidas que interfiram no exercício do mandato.
"A proclamação foi de que a Casa parlamentar pode rever a medida cautelar que implique qualquer embaraço ao exercício do mandato parlamentar. Resultado: a ala do punitivismo pensará duas vezes antes de implementar medida nesse sentido, ante o risco da derrubada", disse Marco Aurélio.
Para ele, a precaução é salutar e a decisão de enviar ao crivo do Congresso as cautelares determinadas "foi um avanço cultural, fortalecendo as instituições". Marco Aurélio diz que "é preciso segurar os punitivistas". Gilmar Mendes concordou com a visão de que poderá haver um desencorajamento de novas cautelares que afetem o exercício do mandato de parlamentares.
As medidas cautelares, de forma geral, têm a finalidade de interromper um crime em andamento e garantir o sucesso das investigações. O que o STF decidiu é que as medidas que interfiram no mandato parlamentar podem ser aplicadas mas precisam passar pelo crivo da casa legislativa. Para Gilmar, as cautelares só podem ser aplicadas em situação "excepcionalíssima".
"Isso (aplicação de cautelares) não é necessário. Haverá um caso ou outro em que isso será imprescindível. Muito mais importante era julgarmos mais rapidamente os processos, termos um procedimento mais célere", disse o ministro. Segundo ele, a questão do afastamento de Eduardo Cunha "foi muito peculiar". "O problema é o excepcional se tornar regular", disse Gilmar Mendes.
A decisão do Supremo permitirá ao Senado rever o afastamento de Aécio Neves (PSDB), determinado duas vezes pelo Supremo - primeiro, por liminar, do ministro Edson Fachin, em maio, e depois por decisão da Primeira Turma do STF, no dia 26 de setembro. O tucano, flagrado em áudio gravado pelo empresário Joesley Batista, foi denunciado em junho pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo crime de corrupção passiva e de embaraço a investigações, acusado de ter aceitado propina de R$ 2 milhões, repassados pela J&F a um primo do senador e a um auxiliar parlamentar e de ter tentado obstruir investigações. Ele nega.
No julgamento, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que "cada poder arcará com o ônus de sua decisão perante a sociedade".
Sob essa lógica, Gilmar Mendes disse que aumenta a responsabilidade do Congresso na hora de analisar as decisões do Supremo. "Aumenta também a nossa responsabilidade, porque a Constituição é um patrimônio comum de todos, não é como se fosse um jogo em que cada um diz o que quer", afirmou.
Gilmar ainda rebateu críticas à decisão do STF. "Estão falando de vexame da decisão, mas o vexame começa com uma decisão equivocada, e por trás disso está um tema cujo conteúdo nós não conhecemos bem ainda, que é a operação Janot-Joesley", disse, falando do acordo de colaboração da J&F, que baseou a operação que resultou no afastamento de Aécio Neves.

Em Aparecida, Geraldo Alckmin diz que posição do Supremo está correta

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), classificou, nesta quinta-feira, como acertada a decisão do Supremo Tribunal Federal de considerar necessário o aval do Congresso para o afastamento de deputados e senadores de seus mandatos por ordem da corte. A fala aconteceu em conversa com jornalistas após a celebração dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo.
"Os Três Poderes são independentes e devem ser harmônicos. Acho que a decisão foi correta no sentido de se evitar uma crise institucional. Decisão do Supremo se respeita e se cumpre", afirmou o governador, que recebeu algumas vaias quando seu nome foi anunciado no início da cerimônia.