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Política

- Publicada em 03 de Outubro de 2017 às 12:37

Bolsonaro é condenado por dizer que 'quilombolas não servem nem para procriar'

Bolsonaro teria dito sobre visita à quilombola que "afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas"

Bolsonaro teria dito sobre visita à quilombola que "afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas"


APU GOMES/AFP/JC
Estadão Conteúdo
A juíza Frana Elizabeth Mendes condenou o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) por declarações ofensivas aos quilombolas e negros, ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 50 mil. Os procuradores da República Ana Padilha e Renato Machado, do Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro, ingressaram com uma ação civil pública contra Bolsonaro alegando danos morais coletivos a comunidades quilombolas e à população negra.
A juíza Frana Elizabeth Mendes condenou o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) por declarações ofensivas aos quilombolas e negros, ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 50 mil. Os procuradores da República Ana Padilha e Renato Machado, do Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro, ingressaram com uma ação civil pública contra Bolsonaro alegando danos morais coletivos a comunidades quilombolas e à população negra.
Em 3 de abril, o deputado fez uma palestra no Clube Hebraica, no Rio, na qual, segundo a Procuradoria, "ofendeu e depreciou a população negra e os indivíduos pertencentes às comunidades quilombolas, bem como incitou a discriminação contra esses povos". Na ocasião, o deputado afirmou que visitou uma comunidade quilombola e "o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas". Ainda citando a visita, disse também: "Não fazem nada, eu acho que nem pra procriador servem mais".
Na ação, os procuradores da República sustentaram que Bolsonaro usou informações distorcidas, expressões injuriosas, preconceituosas e discriminatórias com o claro propósito de ofender, ridicularizar, maltratar e desumanizar as comunidades quilombolas e a população negra. O Ministério Público Federal havia pedido R$ 300 mil de danos morais.
No processo, Bolsonaro alegou que a ação se tratava de "demanda com flagrante cunho político", e que suas declarações "são flagrantemente interpretadas de forma tendenciosa e, com um claro intuito de prejudicar sua imagem, e de toda a sua família".
O deputado afirmou ainda que havia sido "convidado pela Hebraica RJ como Deputado Federal para expor as suas ideologias para o público em geral" e que, nesta qualidade, "goza de imunidade parlamentar, sendo inviolável, civil e penalmente, por qualquer de suas opiniões palavras e votos".
Ao condenar Bolsonaro, a juíza afirmou. "Impende ressaltar que, como parlamentar, membro do Poder Legislativo, e sendo uma pessoa de altíssimo conhecimento público em âmbito nacional, o réu tem o dever de assumir uma postura mais respeitosa com relação aos cidadãos e grupos que representa, ou seja, a todos, haja vista que suas atitudes influenciam pessoas, podendo incitar reações exageradas e prejudiciais à coletividade." A assessoria de imprensa de Jair Bolsonaro informou que o deputado "vai recorrer" da condenação.
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