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Opinião

- Publicada em 30 de Outubro de 2017 às 17:13

Crise do leite afeta economia do Rio Grande do Sul

A queda no preço do leite nos últimos dois anos tem afetado muito a atividade dos produtores gaúchos, especialmente os pequenos. Pouco a pouco, começaram a sentir o problema e, com isso, tiveram dificuldades para se manter no setor.
A queda no preço do leite nos últimos dois anos tem afetado muito a atividade dos produtores gaúchos, especialmente os pequenos. Pouco a pouco, começaram a sentir o problema e, com isso, tiveram dificuldades para se manter no setor.
A baixa rentabilidade fez com que cerca de 20 mil pecuaristas abandonassem a produção de leite no Rio Grande do Sul. Pouco a pouco, o perfil do produtor vai mudando, como noticiou o Jornal do Comércio. Propriedades familiares, muitas sem renovação, já que os jovens não querem ficar no campo, acabam abandonando a produção de leite.
Embora se mantenham os mais competitivos, as baixas no setor são grandes, especialmente de 2015 para cá. Ora, isso é muito grave para um Estado como o nosso, onde a produção agropecuária é um dos sustentáculos da economia desde sempre, o motor do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho.
Um dos principais fatores para esse declínio é a importação maciça de leite do Uruguai. Segundo entidades dos produtores, o país vizinho estaria enviando ao Brasil, além da produção própria, mercadoria da Argentina e do Paraguai, eis que o Uruguai não tem cotas para com o Brasil, ao contrário dos outros dois países.
O fato é que, entre outubro de 2016 e outubro de 2017, o valor pago ao produtor pelo litro de leite caiu de R$ 1,39 para R$ 0,96. Isso castigou, segundo técnicos, principalmente os pequenos produtores, que não tiveram como acompanhar a mecanização na produção de leite.
O Sindicato da Indústria de Laticínio e Produtos Derivados do Estado (Sindilat-RS) aponta que a entrada sem limite de cotas do Uruguai estaria servindo, como dito, de escoamento do leite do Paraguai e da Argentina, pois as quantidades que chegam ao Rio Grande do Sul não fecham com o total produzido pelo país vizinho. Por isso, uma missão técnica do Ministério da Agricultura está em Montevidéu para debater o assunto com autoridades do setor do Uruguai.
É uma nova face dura da crise geral que assola a economia gaúcha e a de todo o Brasil. No entanto, esta crise do leite prejudica muito o Rio Grande do Sul, com baixas de pequenos produtores, os quais estariam até mesmo vendendo para abate as vacas ou as repassando para produtores maiores, que têm condições de enfrentar o problema.
O Rio Grande do Sul, realmente, passa por momentos difíceis em sua economia, mas tem que buscar alternativas. Erguer-se entre dificuldades é uma característica histórica dos gaúchos, e, agora, não pode ser diferente.
Com o resultado das negociações na capital do Uruguai e eventual melhora no consumo, com um reajuste no preço do litro de leite pago ao produtor, é bem possível que tenhamos dias melhores para o setor leiteiro.
Simultaneamente, há que ser dado mais apoio para os pequenos produtores de leite, a fim de que eles consigam se aprimorar tecnologicamente, começando pela ordenha canalizada, cujo uso só tem aumentado, de maneira geral. Da mesma forma, o uso de resfriador de expansão direta, reduzindo o uso dos modelos mais antigos.
Mas, enquanto isso, o leite, considerado um ótimo alimento desde sempre, poderia ter seu consumo aumentado pelos gaúchos em geral, com o suporte de campanhas esclarecedoras sobre a importância do produto.
 
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