Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 19 de Outubro de 2017 às 19:26

O desenvolvimento do Estado e a térmica de Rio Grande

Um dos fatores decisivos para o desenvolvimento é a disponibilidade de energia, ainda mais em um momento em que o País começa a dar sinais de que iniciou a retomada do crescimento econômico. Se com um PIB negativo, energia já é um gargalo em regiões do País, com aumento na produção de riquezas e na demanda, a situação tende a se agravar. Ainda mais que grandes projetos energéticos têm um prazo de maturação de anos até gerarem eletricidade.
Um dos fatores decisivos para o desenvolvimento é a disponibilidade de energia, ainda mais em um momento em que o País começa a dar sinais de que iniciou a retomada do crescimento econômico. Se com um PIB negativo, energia já é um gargalo em regiões do País, com aumento na produção de riquezas e na demanda, a situação tende a se agravar. Ainda mais que grandes projetos energéticos têm um prazo de maturação de anos até gerarem eletricidade.
O Rio Grande do Sul não está de fora deste cenário. Ter disponibilidade energética é um componente importante na análise de competitividade dos estados. Para crescer, é preciso energia. Sem falar que alguns desses projetos estão entre os grandes investimentos em negociação para o Estado.
Empreendimentos a carvão que estão sendo prospectados, por exemplo, somam alguns bilhões de dólares - casos de uma usina com tecnologia japonesa a ser construída em Charqueadas e do Polo Carboquímico.
São iniciativas importantes, que podem sair do papel nos próximos anos se obtiverem parceiros dispostos a implementar os investimentos. Há ainda parques eólicos em gestação no Estado, bem como pequenas centrais hidrelétricas e usinas fotovoltaicas.
E existem também projetos de vulto bem adiantados, caso da termelétrica de Rio Grande, que, junto a um terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL), representa um aporte de mais de R$ 3 bilhões.
A empreitada poderia ter obras iniciadas já no primeiro semestre de 2018. Recursos não seriam problema, já que, recentemente, o Grupo Bolognesi, que tocava a iniciativa, repassou o controle do projeto para a norte-americana New Fortress Energy.
A térmica prevê 1.238 MW de capacidade, um terço da demanda do Rio Grande do Sul. E o terminal de GNL poderá chegar a até 14 milhões de m3 diários de capacidade. Como a usina utilizará cerca de 5 milhões de m3 de gás, sobrarão 9 milhões de m3 a serem vendidos no mercado.
É uma quantidade que pode mudar o cenário no Estado, tendo em vista que triplica a oferta atual de 2,8 milhões de m3/dia. Assim, novas usinas e outras indústrias poderiam optar pelo gás natural, considerado uma energia limpa. Entretanto, no início do mês, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu revogar a outorga de autorização da usina termelétrica de Rio Grande, inviabilizando o projeto. A agência reguladora alegou dificuldades dos empreendedores em cumprir o cronograma.
De fato, o projeto da usina venceu o leilão de energia do governo federal em 2014 e previa operação em 2019, o que seria difícil de concretizar. Mas a decisão da Aneel ocorre justo no momento em que um grupo internacional garante o aporte de recursos para viabilizar a térmica e iniciar as obras já em 2018, com operação em 2021.
A posição da Aneel leva tudo à estaca zero - seria preciso participar de um novo leilão, atrair os investidores nesse cenário de crise, encaminhar toda a documentação para o licenciamento, o que levaria anos.
Como noticia o Jornal do Comércio nesta edição, os empreendedores recorreram. Entretanto esse investimento vai além do interesse privado, pois é estratégico ao Rio Grande do Sul. O aporte, além de ofertar um grande volume de energia, deve gerar, durante as obras, 6 mil empregos em Rio Grande, que sofre com a derrocada do polo naval.
A prefeitura do município e lideranças locais têm feito esforços. Mas essa é uma questão que deve unir a bancada gaúcha em Brasília e as forças produtivas e políticas do Estado, pelo desenvolvimento que poderá induzir. O Rio Grande do Sul não pode perder um investimento desses por uma decisão pontual de um órgão do governo federal.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO