Os líderes políticos da Catalunha pretendem mover um desafio legal para evitar que o governo espanhol os remova do cargo. O intuito de Madri é parar o impulso à independência da Catalunha, disse ontem o porta-voz regional, Jordi Turull.
Os tribunais supremos e judiciais da Espanha julgarão a decisão do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, de retirar as lideranças catalãs de seus cargos e reduzir os poderes do Parlamento regional, afirmou Turull. Segundo ele, se o governo regional não for bem-sucedido nos tribunais espanhóis, irá partir para tribunais internacionais.
Espera-se que o Senado espanhol aprove os planos de Rajoy na próxima sexta-feira, desencadeando poderes constitucionais anteriormente inexplorados para atuar contra líderes catalães, que foram acusados de violar a lei e as ordens judiciais, realizando um plebiscito sobre a secessão da região e se preparando para declarar a independência.
"Iremos responder de uma forma muito sólida", disse Turull, após a reunião semanal de gabinete do governo regional. "Vamos esgotar todas as formas internas, a fim de recorrer à justiça internacional, se necessário", comentou.
Enquanto isso, o ministro da Justiça espanhol, Rafael Catalá, disse a uma emissora de rádio que a Catalunha teria de fazer mais do que convocar eleições para evitar que o governo central assuma o controle da região. Segundo ele, o presidente catalão, Carles Puigdemont, precisa esclarecer se declarou ou não a independência no ambíguo discurso que fez no último dia 10.