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O cenário de festa permanente de Las Vegas fez com que muitos que estavam no festival de música country Route 91 Harvest, na noite de domingo, pensassem, por instantes, que o barulho dos tiros que vinham do 32º andar do Hotel Mandalay Bay fosse de fogos de artifício. Mas, em pouco tempo, ficou claro que se tratava de uma tragédia, o maior massacre por armas de fogo na história moderna dos Estados Unidos, com 59 mortos e 527 feridos, 20 deles com gravidade.
O que ainda continua nebuloso é a motivação do aposentado divorciado Stephen Paddock, de 64 anos. A polícia levou 72 minutos para localizar o atirador, encontrado morto no quarto do hotel. O país e o mundo ficaram chocados com o verdadeiro arsenal de guerra em posse de Paddock: 17 armas, entre elas oito fuzis, foram encontrados no quarto; em sua casa, em Mesquite, ao norte de Las Vegas, a polícia achou mais 18 armas, explosivos e milhares de cartuchos de munição, o que novamente reabriu o debate sobre o controle de armas nos EUA. Em seu carro, ainda foi encontrado nitrato de amônia - fertilizante que pode ser usado para fazer explosivos.
O arsenal obrigou o presidente dos EUA, Donald Trump, a finalmente se manifestar sobre a política de armas. Ontem, ele deu a entender que pretende debater a legislação. "Nós falaremos sobre leis de armas com o passar do tempo", comentou.
O atirador usou um martelo para quebrar duas janelas do quarto do hotel, onde se hospedou na quinta-feira passada. Dali, posicionou pelo menos dois rifles, de acordo com as autoridades, disparando a uma distância de 365 metros do local onde cerca de 22 mil pessoas assistiam ao show do cantor country Jason Aldean.
Departamento de Estado ordena que diplomatas cubanos deixem o país
Em mais um episódio da crise gerada por supostos ataques sônicos contra diplomatas norte-americanos em Havana, o Departamento de Estado dos EUA anunciou ontem a expulsão de 15 funcionários da embaixada de Cuba em Washington. Eles terão sete dias para deixar o país. Apesar disso, o departamento ressaltou que a decisão "não representa uma mudança de política" em relação à ilha.
O movimento serviria para igualar, nas embaixadas, o impacto pela retirada de 60% dos funcionários norte-americanos em Havana, anunciada na sexta-feira. "A decisão de expulsão foi tomada diante da inabilidade de Cuba em proteger os nossos diplomatas em Havana e também para assegurar uma equivalência nos impactos sobre as nossas respectivas operações", informou o departamento.
Presidente Donald Trump classifica episódio como 'um ato de pura maldade'
O cenário no momento do massacre, classificado por Trump como "um ato de pura maldade", não combina com o perfil do assassino, um aposentado de 64 anos, que tinha uma vida tranquila e era um grande apostador: chegando a apostar de US$ 20 mil a US$ 30 mil por noite.
"Sei que estamos buscando algum tipo de significado no caos, algum tipo de luz na escuridão. O FBI (unidade de polícia do Departamento de Justiça dos Estados Unidos ) e o Departamento de Segurança Interna estão trabalhando com as autoridades locais para ajudar na investigação, e vão fornecer atualizações", afirmou Trump, que hoje viaja a Las Vegas.
O FBI descartou que Paddock tivesse se inspirado no Estado Islâmico, que reivindicou a autoria do ataque. De fato, o atirador não tinha antecedentes criminais nem registros de prisão - apenas uma citação por infração de trânsito. Sua família se mostrou surpresa. Em entrevistas a TVs locais, seu irmão afirmou estar chocado e disse que nunca desconfiou de que Paddock pudesse fazer algo do gênero. "Algo se rompeu nele, algo aconteceu. É como se um asteroide tivesse atingido nossa família", disse Eric Paddock.