Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Conjuntura

- Publicada em 07 de Novembro de 2017 às 11:14

Crise e reformas impulsionam previdência complementar

Franco vê aspectos positivos nos números do primeiro semestre

Franco vê aspectos positivos nos números do primeiro semestre


/RICARDO BENICHIO/FENAPREVI/DIVULGAÇÃO/JC
Fatores relacionados com o contexto econômico e político nacional devem contribuir para que a previdência privada seja, cada vez mais, um tema presente no planejamento financeiro dos brasileiros. De um lado, a austeridade imposta pela crise econômica gera uma preocupação maior com as necessidades futuras e com a perspectiva de garantir uma poupança de longo prazo. De outro, as discussões sobre a reforma da Previdência - com grandes possibilidades de que o período de contribuição ao INSS se torne significativamente mais longo para os trabalhadores - despertam na população um interesse maior pela busca de informações sobre as alternativas oferecidas pelo setor privado.
Fatores relacionados com o contexto econômico e político nacional devem contribuir para que a previdência privada seja, cada vez mais, um tema presente no planejamento financeiro dos brasileiros. De um lado, a austeridade imposta pela crise econômica gera uma preocupação maior com as necessidades futuras e com a perspectiva de garantir uma poupança de longo prazo. De outro, as discussões sobre a reforma da Previdência - com grandes possibilidades de que o período de contribuição ao INSS se torne significativamente mais longo para os trabalhadores - despertam na população um interesse maior pela busca de informações sobre as alternativas oferecidas pelo setor privado.
Um dos resultados desse cenário é que o número de pessoas com planos de previdência privada contratados já é maior. Conforme os dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) referentes ao mercado brasileiro, o setor fechou o mês de junho com 13.204.283 contratos - 10.048.140 de planos individuais e 3.156.143 de coletivos. Esse total é 5,6% superior ao verificado no ano passado, quando foram computadas 12.506.055 pessoas. Pelos cálculos da entidade, que representa 67 seguradoras e entidades abertas de previdência complementar do País, cerca de 700 mil novos indivíduos entraram no sistema, em relação a junho de 2016.
Também de acordo com a FenaPrevi, os números relativos às contribuições, à captação líquida e aos resgates computados no primeiro semestre deste ano apresentam semelhança com os do ano passado. As contribuições aos planos de previdência privada, por exemplo, chegaram a R$ 54,46 bilhões entre janeiro e junho - ou seja, 4,81% a mais do que no mesmo período de 2016, quando os aportes totalizaram R$ 51,96 bilhões. O saldo positivo da captação líquida foi de R$ 24,33 bilhões, representando uma queda de 4,94% em comparação com o primeiro semestre do ano passado. Houve crescimento nos resgates, que totalizaram R$ 30,13 bilhões, valor 14,28% maior que o do mesmo período em 2016.
De acordo com o presidente da federação, Edson Franco, há várias explicações para o baixo crescimento dos novos depósitos. Uma delas está ligada à renda das famílias, afetada negativamente no primeiro semestre. Outra é a oscilação dos juros, que acarreta uma redistribuição dos recursos de poupança entre diferentes produtos de captação. O dirigente, no entanto, vê aspectos positivos nos números do primeiro semestre. "Apesar do baixo crescimento, a sustentação da captação líquida positiva em níveis similares ao do ano passado não deixa de representar uma performance positiva, especialmente se considerarmos a demora da recuperação do nível de emprego no mercado formal de trabalho", assinala Franco.
Quanto ao tipo de planos contratados, os classificados na categoria VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) representaram 91,47% do total dos aportes feitos no primeiro semestre. Já os planos PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) corresponderam a 7,76% dos novos aportes. Na modalidade VGBL, normalmente mais indicada para quem usa a declaração simplificada do Imposto de Renda (IR) ou é isento, o tributo incide apenas sobre a rentabilidade do plano, no momento do saque. O PGBL, que permite abater da base de cálculo do IR os aportes realizados anualmente, tem incidência de imposto sobre o valor total do resgate. Ambos, como planos de acumulação, têm seu apelo junto aos consumidores. "É preciso estudar cada caso, não há uma receita exata para determinar qual é a melhor opção (para quem pretende fazer um plano de previdência)", observa o vice-presidente do Clube de Vida e Benefícios do Rio Grande do Sul, Clodomiro Dorneles.
Enquanto a situação econômica ainda não tem a estabilidade desejada, a busca pela previdência complementar poderá representar, cada vez mais, uma opção de segurança. "Na previdência privada, a pessoa poupa para resgatar em vida. Em momentos de crise, as pessoas aliviam gastos com supérfluos, as chamadas pequenas indulgências, e ficam mais sensibilizadas, tentam ter uma forma de poupança para ter mais conforto no amanhã", explica o professor Sérgio Rangel, que atua na Escola Nacional de Seguros e no curso de Ciências Atuariais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

Cresce a procura por novos planos

A perspectiva de mudanças nas regras da Previdência Social já está influindo no mercado de previdência complementar - tanto na busca de informações por parte dos consumidores como efetivamente na contratação de novos planos. Entre as seguradoras, parece haver consenso de que o noticiário referente aos projetos de reforma previdenciária desencadeou uma reação no mercado consumidor, que passou a dedicar mais atenção ao tema.
Na visão dos especialistas, o aumento verificado na contratação de novos planos tem relação direta com esse novo momento. O vice-presidente corporativo da Icatu Seguros, César Saut, por exemplo, cita números significativos: a companhia arrecadou cerca de R$ 1,2 bilhão de reservas novas de previdência ao longo de 2016 - total que, apenas no primeiro semestre de 2017, já passou de R$ 2 bilhões. O processo, segundo ele, é irreversível. "Hoje, há categorias profissionais que aposentam gente com menos de 50 anos. Mas essas pessoas vão viver mais de 80 anos. Como é possível alguém ter contribuído por tão pouco tempo e receber renda por tanto tempo? O déficit da Previdência, no ano passado, foi superior a R$ 300 bilhões. Não há como aposentar mais gente tão cedo. A alternativa é fazer reservas para sustentar sua velhice pelo período de tempo que se quiser ficar sem trabalhar, ou não se puder trabalhar", analisa Saut.
O diretor-presidente da Diretoria Executiva do Gboex, Ilton Brum de Oliveira, também nota um crescimento no número de novos clientes ao longo deste ano. Mesmo sem citar números exatos, ele percebe uma preocupação crescente, especialmente entre os trabalhadores que estão próximos da idade de se aposentar. "Isso (a reforma da Previdência) mexe com as pessoas, que estão correndo para se aposentar o mais cedo possível. E isso também se reflete na procura (pela previdência complementar)", constata Oliveira.

Números da previdência complementar

Contribuições, resgates, captação líquida, ativos e previsões de janeiro a junho
{'nm_midia_inter_thumb1':'http://jornaldocomercio.com/_midias/png/2017/10/30/206x137/1_evol1-1666871.png', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'59f7949347226', 'cd_midia':1666871, 'ds_midia_link': 'http://jornaldocomercio.com/_midias/png/2017/10/30/evol1-1666871.png', 'ds_midia': 'Números da previdência complementar', 'ds_midia_credi': 'Arte/JC', 'ds_midia_titlo': 'Números da previdência complementar', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '393', 'align': 'Left'}
Fonte: Fenaprevi